13/03/2015    17:01hs

Anne Kesy a primeira amazonense  no quadro de aspirantes à FIFA

Aos 22 anos, assistente entra para história ao se tornar aspirante FIFA

Aos 22 anos, Anne Kesy Gomes de Sá, entra para história do futebol amazonense. A jovem árbitra assistente é a primeira profissional do apito, dentre homens e mulheres, a integrar o quadro de aspirantes à FIFA. O fato inédito é uma chance para promissora assistente de atuar em jogos internacionais e realizados pela Federação Internacional.  

Com 1m52, o nome da jovem assistente, foi divulgado pelo departamento de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no último dia 18 de dezembro do ano passado, por meio da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) de 2015.

Graduada em educação física, e cursando o 3º período de fisioterapia, Anne Kesy, fez o curso de arbitragem da Ceaf,

em 2008. Um ano depois, ela começou a trabalhar em jogos do Campeonato Amazonense de base e no ano seguinte na Série A do Estadual. Em 2011, a amazonense entrou para o quadro nacional da CBF.

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Anne Kesy, que é noiva do jovem árbitro Ivan da Silva Guimarães Júnior, filho do diretor de futebol da FAF, Ivan Guimarães, destacou esse momento especial em sua carreira profissional, assim como, toda repercussão que vai causar por ter sido relacionada como aspirante à FIFA.

Como foi sua reação ao receber a notícia de que fará parte do quadro de aspirantes à FIFA a partir deste ano?

ANNE KESY – Meu grande amigo Marcos Santos Vieira, que também pertence ao quadro da CBF enviou um watsap falando que tinha saído a nova relação da Renaf de 2015. Ele disse, que lá estava meu nome como aspirante à FIFA. Foi uma sensação de incredulidade, junto com felicidade (risos). Depois disso, entrei no site da CBF e li o documento com a confirmação do meu nome.

Qual a sua sensação em ser a primeira profissional na história da arbitragem amazonense a chegar como aspirante à FIFA? 

ANNE KESY - Eu me sinto no dever de honrar essa oportunidade que me foi dada, levar o nome do Amazonas para o resto do Brasil, buscando sempre realizar um ótimo trabalho, que não é mais do que a minha obrigação. Tive um grande professor de arbitragem, o José Roberto Moreira Rocha, onde ele sempre me falava e ainda fala que eu tinha de ser diferente, cumprir os protocolos e que minha hora ia chegar. Graças a Deus, chegou!  

Ao fazer parte do quadro de aspirantes da Federação Internacional, você entra para história da arbitragem local. Qual sua opinião sobre isso?

ANNE KESY – Uma hora alguém iria chegar, porque temos excelentes árbitros e assistentes. Temos o Marcos Santos Vieira que já trabalhou em jogos da Série A do Brasileirão e temos ainda, o Edmar Campos da Encarnação, que já trabalhou em diversas partidas do Brasileiro da Série B. Sou muito grata, entrei muito nova na arbitragem e a cada dia me dedico mais. Vai ser uma história bem contada!

Você já imaginou atuando em jogos internacionais? Você se considera preparada, caso seja escalada pela comissão de árbitros da FIFA?

ANNE KESY – Já imaginei sim, mas sei que é um degrau de cada vez. Tenho que fazer um trabalho de excelência no meu estado e depois no Brasil. Me sinto preparada em qualquer jogo, pois a concentração é um grande aliado para uma boa atuação.

Fazendo parte do quadro de aspirantes à FIFA, você acredita que pode ser vista como um fator motivacional para outras mulheres procurarem atuar na arbitragem?

ANNE KESY – Creio que sim, todos gostam de novidade, mas espero que as mulheres que amam o futebol entrem nessa comigo e minhas outras colegas.

Você já domina algum idioma oficial da FIFA, caso seja escalada em partidas internacionais? Você vai intensificar mais ainda a questão do idioma?

ANNE KESY – Já domino sim, pois sou formada em inglês, mas agora vou buscar aprimorar ainda mais, principalmente a conversação do idioma.

Como você define esse momento e qual seu pensamento para o futuro?

ANNE KESY – Não quero pensar no futuro, o que interessa é o presente, é o agora. Vou dar o meu melhor agora, isso é o mais importante, porque estou muito feliz e disposta a mostrar o meu potencial.

Com seu feito, você acredita que vai quebrar muitos preconceitos em relação a participação da mulher na arbitragem amazonense? 

ANNE KESY – Creio que o respeito deva aumentar, mas não tenho dúvidas, não é um status que vai mudar o pensamento e as ações das pessoas. Creio que as pessoas deveriam se colocar mais no lugar das outras, é muito fácil apontar e crucificar os erros, mas buscar conhecer a luta de cada mulher para estar ali (arbitragem) ninguém pensa.

Como surgiu o interesse de ser uma árbitra assistente? É um sonho de criança ou surgiu por acaso?

ANNE KESY -  Surgiu por acaso, meu pai realizava campeonatos de bairro, então sempre estava envolvida no futebol. Um dia, um colega de arbitragem, o Geraldo Gomes Vieira, me disse que a FAF estava realizando o curso de arbitragem. A partir daí, me interessei e fui fazer o curso, na época tinha 16 anos.

 

Você realiza um sonho de ser a primeira mulher da arbitragem amazonense a fazer parte do quadro de aspirantes à FIFA?

ANNE KESY - Na verdade não era tanto um sonho, buscava não pensar tanto nisso e realizar todos os meus jogos com excelência, mas é claro que todo assistente se imagina subindo os degraus da arbitragem e comigo não é diferente.

O que pensa sua família desse momento especial e histórico da arbitragem amazonense, sendo uma mulher de alcançar um sonho desejado por qualquer profissional da área?

ANNE KESY - Meus pais e toda minha família sempre me apoiaram e me apóiam. Minha Mãe Janaína Silva, meu Pai Marcos Antônio e minha prima Dayane Silva, sempre vão aos meus jogos, não só em Manaus, mas no interior também, onde até discutem no estádio para me defender (risos).
Anne Kesy conta como conheceu seu noivo, que é árbitro de futebol e o trabalho em conjunto na preparação de fazer o melhor trabalho durante os jogos? 

ANNE KESY - Conheci o Ivan Júnior em campo, em um jogo do Campeonato Amazonense, quando ele ainda jogava. Creio que foi amor à primeira vista (risos), então depois que começamos a namorar fui convencendo ele a conhecer o futebol de uma outra forma. Levei ele para a arbitragem, e hoje ele é uma das

promessas da arbitragem amazonense. Não posso esquecer que devo muito a ele, por estar no quadro masculino da CBF, pois ele que me treina, realiza comigo todos os treinos físicos e técnicos. Ele é formado em educação física e possui uma grande carga de conhecimentos em treinamentos físicos.

Fonte: Portal Paulo Roberto Veiga

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