em 2008. Um ano depois, ela começou a trabalhar
em jogos do Campeonato Amazonense de base e no ano seguinte na Série
A do Estadual. Em 2011, a amazonense entrou para o quadro nacional
da CBF.
Anne Kesy, que é
noiva do jovem árbitro Ivan da Silva Guimarães Júnior, filho do
diretor de futebol da FAF, Ivan Guimarães, destacou esse momento
especial em sua carreira profissional, assim como, toda repercussão
que vai causar por ter sido relacionada como aspirante à FIFA.
Como foi sua
reação ao receber a notícia de que fará parte do quadro de
aspirantes à FIFA a partir deste ano?
ANNE KESY –
Meu grande amigo
Marcos Santos Vieira, que também pertence ao quadro da CBF enviou um
watsap falando que tinha saído a nova relação da Renaf de 2015. Ele
disse, que lá estava meu nome como aspirante à FIFA. Foi uma
sensação de incredulidade, junto com felicidade (risos). Depois
disso, entrei no site da CBF e li o documento com a confirmação do
meu nome.
Qual a sua
sensação em ser a primeira profissional na história da arbitragem
amazonense a chegar como aspirante à FIFA?
ANNE KESY -
Eu me sinto no dever de honrar essa oportunidade que me foi dada,
levar o nome do Amazonas para o resto do Brasil, buscando sempre
realizar um ótimo trabalho, que não é mais do que a minha obrigação.
Tive um grande professor de arbitragem, o José Roberto Moreira
Rocha, onde ele sempre me falava e ainda fala que eu tinha de ser
diferente, cumprir os protocolos e que minha hora ia chegar. Graças
a Deus, chegou!
Ao fazer parte do
quadro de aspirantes da Federação Internacional, você entra para
história da arbitragem local. Qual sua opinião sobre isso?
ANNE KESY –
Uma hora alguém
iria chegar, porque temos excelentes árbitros e assistentes. Temos o
Marcos Santos Vieira que já trabalhou em jogos da Série A do
Brasileirão e temos ainda, o Edmar Campos da Encarnação, que já
trabalhou em diversas partidas do Brasileiro da Série B. Sou muito
grata, entrei muito nova na arbitragem e a cada dia me dedico mais.
Vai ser uma história bem contada!
Você já imaginou
atuando em jogos internacionais? Você se considera preparada, caso
seja escalada pela comissão de árbitros da FIFA?
ANNE KESY –
Já imaginei sim,
mas sei que é um degrau de cada vez. Tenho que fazer um trabalho de
excelência no meu estado e depois no Brasil. Me sinto preparada em
qualquer jogo, pois a concentração é um grande aliado para uma boa
atuação.
Fazendo parte do
quadro de aspirantes à FIFA, você acredita que pode ser vista como
um fator motivacional para outras mulheres procurarem atuar na
arbitragem?
ANNE KESY –
Creio que sim,
todos gostam de novidade, mas espero que as mulheres que amam o
futebol entrem nessa comigo e minhas outras colegas.
Você já domina
algum idioma oficial da FIFA, caso seja escalada em partidas
internacionais? Você vai intensificar mais ainda a questão do
idioma?
ANNE KESY –
Já domino sim,
pois sou formada em inglês, mas agora vou buscar aprimorar ainda
mais, principalmente a conversação do idioma.
Como você define
esse momento e qual seu pensamento para o futuro?
ANNE KESY –
Não quero pensar
no futuro, o que interessa é o presente, é o agora. Vou dar o meu
melhor agora, isso é o mais importante, porque estou muito feliz e
disposta a mostrar o meu potencial.
Com seu feito,
você acredita que vai quebrar muitos preconceitos em relação a
participação da mulher na arbitragem amazonense?
ANNE KESY –
Creio que o
respeito deva aumentar, mas não tenho dúvidas, não é um status que
vai mudar o pensamento e as ações das pessoas. Creio que as pessoas
deveriam se colocar mais no lugar das outras, é muito fácil apontar
e crucificar os erros, mas buscar conhecer a luta de cada mulher
para estar ali (arbitragem) ninguém pensa.
Como surgiu o
interesse de ser uma árbitra assistente? É um sonho de criança ou
surgiu por acaso?
ANNE KESY -
Surgiu por acaso, meu pai realizava campeonatos de bairro, então
sempre estava envolvida no futebol. Um dia, um colega de arbitragem,
o Geraldo Gomes Vieira, me disse que a FAF estava realizando o curso
de arbitragem. A partir daí, me interessei e fui fazer o curso, na
época tinha 16 anos.
Você realiza um
sonho de ser a primeira mulher da arbitragem amazonense a fazer
parte do quadro de aspirantes à FIFA?
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ANNE KESY -
Na verdade não era tanto um sonho, buscava não pensar
tanto nisso e realizar todos os meus jogos com
excelência, mas é claro que todo assistente se imagina
subindo os degraus da arbitragem e comigo não é
diferente.
O que pensa sua
família desse momento especial e histórico da arbitragem
amazonense, sendo uma mulher de alcançar um sonho
desejado por qualquer profissional da área?
ANNE KESY -
Meus pais e toda minha família sempre me apoiaram e me
apóiam. Minha Mãe Janaína Silva, meu Pai Marcos Antônio
e minha prima Dayane Silva, sempre vão aos meus jogos,
não só em Manaus, mas no interior também, onde até
discutem no estádio para me defender (risos).
Anne Kesy conta como conheceu seu noivo, que é árbitro
de futebol e o trabalho em conjunto na preparação de
fazer o melhor trabalho durante os jogos?
ANNE KESY -
Conheci o Ivan Júnior em campo, em um jogo do Campeonato
Amazonense, quando ele ainda jogava. Creio que foi amor
à primeira vista (risos), então depois que começamos a
namorar fui convencendo ele a conhecer o futebol de uma
outra forma. Levei ele para a arbitragem, e hoje ele é
uma das |
promessas
da arbitragem amazonense. Não posso esquecer que devo
muito a ele, por estar no quadro masculino da CBF, pois
ele que me treina, realiza comigo todos os treinos
físicos e técnicos. Ele é formado em educação física e
possui uma grande carga de conhecimentos em treinamentos
físicos.
Fonte: Portal Paulo
Roberto Veiga |