em seu cenário esportivo.
Este trabalho contempla a visão de Homem e do Atleta que é capaz de se
auto-gerir e auto-regular, e ser protagonista de suas ações de forma
criativa.
3 -
Desde quando este Trabalho esta sendo realizado?
R: Desde 2004 quando o
presidente do Sindicato de Árbitros de São Paulo me convidou para dar uma
palestra para os árbitros no Sindicato. Logo em seguida, iniciamos um
trabalho com os observadores, cujo resultado foi publicado no Livro:
Expandindo Fronteiras, Editora Livro Pleno, 2007. Também apresentei alguns
estudos do Ciclo de contato para a Arbitragem na Pré Temporada (2005-2006)
da Federação Paulista de Futebol. Além de Atendimento Psicológico em grupo
e individualizado realizado no Sindicato dos Árbitros (Safesp), no período
de 2004 a 2006.
4 -
Quando começou o trabalho com a Arbitragem na CBF?
R: Em 2007, a comissão de
arbitragem da CBF fez um convite para acompanhar os árbitros
em um Hotel
na cidade de São Paulo, data anterior ao Teste físico FIFA realizado em
São Caetano do Sul, o qual eu os acompanhei antes, durante e depois do
teste.
5 -
Quais são as queixas mais freqüentes?
R: A pressão do público,
dos jogadores, treinadores e mídia. As dificuldades nos treinamentos,
números de horas que se dedicam aos aspectos físicos, táticos, técnicos e
psicológicos; na maioria das vezes tendo que trabalhar em outras
Instituições para garantir seus rendimentos mensais, a distancia da
família, o teste físico e dificuldades nas Federações, dentre outros.
6 -
Quais eventos a Sra. já cobriu?
R: São inúmeros, dentre
eles:
OUT 2007 – Árbitros
Promissores- Granja Comary
MAIO 2008 – Árbitros 27
Federações
AGO 2009 – Árbitros FIFA –
Curitiba – PR
JAN 2010 – Instrutores CBF
- SP
ABRIL 2010 – Mundialistas
– Granja Comary
MAIO 2010 – Árbitros FIFA,
ESP, ASP,CBF
MAIO 2010 – Instrutores
Futuro III
7 -
Quando o árbitro precisa de ajuda psicológica o que ele faz?
R: Ele entra em contato
por telefone, e-mail, skype, consultório, treinamento em campo, enfim, da
maneira mais apropriada para o momento em questão.
8 -
Quais são os treinamentos realizados?
R: São trabalhados os
principais pontos psicológicos para prática da arbitragem de futebol: Auto
– Observação, Condutas internas e externas, Auto – Registro, e as
Habilidades Psicológicas tais como: tomada de decisão, Autocontrole
(controle respiratório, estresse e ansiedade, comunicação, confiança,
coesão, atenção e concentração, prática mental), Motivação e prevenção do
esgotamento (não burnout), entre outros. Esses trabalhos são realizados no
campo de treinamento, na sala de aula, no setting terapêutico, no hotel,
no vestiário, antes, durante e depois da partida de futebol.
9 - Como
trabalhar o árbitro de futebol que é sempre exposto à torcida?
R: Ajudando-o a manter o
foco. Ele é o único que não pode perder a cabeça diante das adversidades.
Em contrapartida, é nele que reside à figura de ordem, autoridade,
respeito, boa comunicação, o controle da agressão, impulsos e a ética. Daí
a necessidade do controle emocional, do humano que é capaz de auto-gerir e
auto-regular-se para agir.
10 -
Diante do exposto, a CBF, apóia seu trabalho?
R: Sim, uma vez que me da
autonomia para vincular aos árbitros e assistentes da forma que eles
carecem - sem questionar as razões de cada um. O objetivo maior é o bem
estar do arbitro, e a realização de um trabalho efetivo. Segundo a
arbitragem o trabalho faz parte do Plano de Modernização do Futebol
Brasileiro idealizado pelo Dr. Ricardo Teixeira, o que sem dúvida
demonstra a preocupação do mais alto dirigente na melhoria da arbitragem.
11- No
seu ponto de vista o que pode e o que deve melhorar na Psicologia da
Arbitragem?
R: Que os árbitros sejam
capazes de desenvolver suas potencialidades no contexto do aqui e agora.
Que sejam capazes de exercitar seu foco, sua liderança e suas diferentes
formas de exercê-las com concentração, sempre ressaltando as funções de
estar em contato com seus sentidos e observações que podem interferir na
tomada de decisão.
12 -
Qual ponto a Psicologia ainda não alcançou?
R: Acredito que alguns
homens ainda têm preconceitos e vê a ajuda Psicológica como fragilidade.
Enquanto que a realidade é outra: Afinal os heróis das histórias morrem,
enquanto os guerreiros sobrevivem e estão prontos para o combate. A
psicologia visa apóia-los, dar um pertencimento - humanizá-los e
habilitá-los a responder por suas questões, de forma criativa e focada.
13 -
Qual seu sonho?
R: Meu maior sonho é que
as Federações contratem um Psicólogo Esportivo, que faça o treinamento
semanal e que a CBF possa realizar o treinamento uniformizado pelo menos
três vezes por semestre para acompanhar o quadro individual e coletivo.
MARTA
APARECIDA MAGALHÃES DE SOUSA
Psicóloga
clínica-escolar-esportiva CRP 06/24.728-1
Membro Gestalt-terapia do Instituto Sedes Sapientiae e da Associação
Brasileira de Psicologia do Esporte.
Email:
martaapmagalhaes@yahoo.com.br