Entrevista

Héber: "95% de chance de ficar no Paraná".

13/12/2009 - Num ano com quase nada a comemorar dentro de campo, e muito menos fora dele, o futebol paranaense teve em Héber Roberto Lopes talvez a única figura de destaque. Árbitro da FIFA desde 2002, o londrinense viveu a melhor temporada da carreira. Os fatos comprovam - foi quem mais apitou partidas na Série A, dirigiu a final da Copa do Brasil, a "decisão" do Brasileirão, entre Flamengo e Grêmio, e ganhou pela primeira vez o prêmio "Craque Brasileirão", promovido pela CBF em outras duas temporadas foi um dos três indicados, mas em ambas perdeu para o gaúcho Leonardo Gaciba.

Em entrevista a O Estado, Héber admitiu que exagerava nos gestos em campo, comentou sobra e a Copa de 2014 e praticamente confirmou que seguirá apitando no Campeonato Paranaense em 2010.

  O Estado - Foi realmente sua melhor temporada?

Héber Roberto Lopes - Acredito que sim. Tive regularidade constante, e até pela importância dos jogos que dirigi, estava convicto de que o trabalho foi bem feito.

O Estado - A que atribui esta regularidade?

Héber - Ao amadurecimento. Estou mais tranqüilo em campo. Antes apitava num ritmo mais acelerado, às vezes mostrava cartões de maneira exagerada. Hoje controlo melhor a expressão corporal, o trato com os jogadores. Também há um respeito maior, os atletas colaboram mais, o que tem dado equilíbrio às arbitragens.

O Estado - Então você concorda com as antigas críticas de que queria aparecer mais que a partida?

Heber: "Estava convicto que o trabalho foi bem feito".

Héber - Sem dúvida. As pessoas até pensavam que no dia-a-dia eu era, digamos, arrogante, por me verem assim em campo. Mas não é nada disso. Inclusive este prêmio (Craque do Brasileirão) foi gostoso, mas passa e não mudará nosso trabalho.

O Estado - A tecnologia o ajudou a decidir pela expulsão de Obina e Maurício (companheiros que trocaram agressões) no jogo Palmeiras x Grêmio, pelo Brasileirão?

Héber - Não, a decisão foi tomada em campo. Eu e os assistentes estávamos de frente para os jogadores. Só esperamos pelo final do intervalo para evitar novas confusões. Claro que troquei informações com os demais árbitros no vestiário, mas não houve interferência externa.

O Estado - Você foi pré-selecionado este ano para a Copa de 2014 (junto com Paulo César de Oliveira e Leonardo Gaciba). Acha que agora está mais perto do Mundial?

Héber - Tudo dependerá das atuações de 2010 em diante, nas Eliminatórias, sub-17 e demais competições. Infelizmente o Gaciba teve um problema (reprovou nos testes físicos e saiu do quadro da Fifa), mas por outro lado isso aumenta nossas chances. Estamos saindo lado a lado com Paulo César.

O Estado - Houve boatos de que mudaria em Federação em 2010. Vai seguir no Campeonato Paranaense?

Héber - Realmente recebi sondagens de outras federações, nenhuma oficial. Mas hoje digo que há 95% de chance de ficar no Paraná. Isso pelo apoio que recebi aqui desde o começo da carreira, e até porque esse prêmio foi conquistado não só pelo Héber, mas pelos demais assistentes do Paraná, que me acompanharam na maioria dos jogos. Se eu mudar de federação, esses companheiros reduziriam a quantidade de jogos no Brasileiro.

Fonte: Allan Costa Pinto - O Estado

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