teve inicio no ultimo
congresso da categoria no ultimo mês de novembro em Belém do Pará
quando ficou decidido que primeiro é preciso regularizar os
sindicatos com os Certificado de Registro Sindical (Carta Sindical)
para depois regulamentar juridicamente a Febraf perante, o
ministério do Trabalho e Emprego.
A entrevista foi concedida ao
ex-árbitro Valdir Bicudo e publicada no site Paraná-Online.
Acompanhe abaixo na
integra:
Alcançamos a
profissionalização, o próximo passo é a regulamentação jurídica da
Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol, para pleitearmos os
direitos inerentes à arbitragem.
O proficiente filósofo, político e escritor Montesquieu, afirmou:
"todo o homem que tem poder sente inclinação para abusar dele, indo
até onde encontra limites". Diferentemente da afirmação do
aristocrata francês, o presidente da Associação Nacional de Árbitros
de Futebol (Anaf), Marco Antonio Martins, desde que assumiu o
comando da principal entidade da confraria do apito brasileiro, fez
do poder que lhe foi conferido pela categoria dos homens de preto,
apenas um detalhe.
Martins, assim que tomou posse na Anaf, estabeleceu algumas metas a
serem atingidas a curto, médio e longo prazo em conjunto com os
demais membros da entidade, visando contemplar a categoria dos
homens do apito. A primeira, tinha como alvo reestruturar a Anaf. A
segunda, desengavetar o projeto que visava a profissionalização do
árbitro de futebol, que estava há onze anos estacionada no Congresso
Nacional. Profissionalização que aconteceu no último dia 11 de
outubro/2013, através do Decreto Lei nº 12.867, sancionado pela
presidente Dilma Rousseff.
Adepto do diálogo, ao recebimento de propostas e projetos que tenham
por escopo o aprimoramento da arbitragem nacional, Marco Martins
afirmou que a primeira meta do plano traçado pela diretoria da Anaf
foi concluída. Foram muitos dias de trabalho, inúmeras viagens e
reuniões, um sem número de contatos e muita, muita paciência,
afirmou o presidente licenciado, do sindicato dos árbitros de
futebol de Santa Catarina.
Na entrevista que concedeu ao paranaonline, ao lado do brilhante
secretário de comunicação da Anaf, Julio Cancelier, Martins falou
dos novos projetos que serão desenvolvidas pela instituição este ano
em benefício da arbitragem, da regularização da Federação Brasileira
dos Árbitros de Futebol (Febraf), dos obstáculos que serão
enfrentados pela categoria nos próximos meses, e da importância do
apoio incondicional das associações, sindicatos e árbitros nas
futuras conquistas. Confira abaixo a entrevista.
Paranaonline - Definida a profissionalização do árbitro de
futebol no Brasil, quais são os próximos passos da Anaf?
Marco Antonio Martins - O Decreto Lei nº 12.867, sancionado
pela presidente Dilma Rousseff, em outubro do ano que passou, deu o
direito de o árbitro de futebol no Brasil ser reconhecido como
profissional. Mas não pensem que foi um conquista fácil. Qualquer
benefício ou projeto que contemple o árbitro do futebol brasileiro,
enfrenta inúmeros óbices. A próxima etapa é providenciar a
documentação necessária da Federação Brasileira dos Árbitros de
Futebol (Febraf), para daí partirmos com legitimidade nos futuros
projetos e reivindicações da categoria.
Paranaonline – Como está sendo gerido o processo da futura
entidade dos homens de preto?
Marco Antonio Martins – No seminário que realizamos no final
do ano passado em Belém (PA), com a participação das associações e
sindicatos, instituímos uma comissão de sindicalistas que está
cuidando do assunto sob a supervisão do diretor jurídico da Anaf,
Dr. Giuliano Bozzano. Este pessoal está viabilizando os mecanismos
necessários para que todos tenham o Certificado de Registro Sindical
(Carta Sindical), e a posteriori, de posse de toda a papelada
exigida, regulamentar juridicamente a Febraf perante, o ministério
do Trabalho e Emprego.
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Marco Antonio Martins em uma das muitas idas a Brasília
para reuniões visando a aprovação da profissão
do árbitro |
Paranaonline – Enquanto
a Febraf não é legalizada juridicamente como fica a situação da
Anaf?
Marco Antonio Martins – Realizaremos no final deste mês a
nossa reunião de trabalho em Maceió (AL). Lá discutiremos várias
questões e as eleições da entidade até a regularização da federação.
Até porque a categoria dos árbitros de futebol não pode ficar sem
uma representação. Temos um mandato até agosto deste ano, e nessa
reunião de trabalho vamos discutir vários assuntos com os líderes
sindicais de quem precisamos do apoio incondicional para o sucesso
das nossas conquistas.
Paranaonline - Ouve-se muitas críticas sobre a situação e
atuação da Anaf. O que o Sr. tem a dizer?
Marco Antonio Martins – Quando assumi, a entidade não tinha
uma resma de papel. Em 2010, fizemos uma reunião com os árbitros da
Fifa em Florianópolis (SC) e mostramos a eles que a Anaf não tinha
nada. Repito, nada! Hoje temos uma sede alugada com toda a estrutura
necessária para atender os árbitros de todo o Brasil, temos conta
bancária e saldo positivo, assessoria jurídica, assessoria de
imprensa, somos recebidos e respeitados na CBF, na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal. Além disso, estamos desenvolvendo um
projeto de excelência, que está em fase de conclusão, para quando a
Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol estiver regularizada
juridicamente, imediatamente colocá-lo em prática, o que irá
proporcionar um salto de qualidade em todos os quesitos na
arbitragem brasileira.
Paranaonline – Embora o projeto não esteja concluído, é
possível citar algum tópico que irá beneficiar o árbitro de futebol
no Brasil?
Marco Antonio Martins –
As
escolas de formação de árbitros e comissões de arbitragens em todo o
planeta, são geridas por pessoas egressas do meio do apito e
sindical. Nossa opinião é de que a presença de homens da estirpe de
Afonso Vitor de Oliveira, Ciro Camargo, Salmo Valentim e Sérgio
Corrêa da Silva, é de fundamental importância ao árbitro do futebol
brasileiro. Todos eles vieram da arbitragem e da lide sindical. Uma
das proposições embutidas no projeto é no sentido de que a
arbitragem seja comandada por gente que é do meio e tenha vivência
sindical em todas as esferas. Outro item que está no projeto, versa
sobre investimentos financeiros na formação e requalificação da
arbitragem em todo o Brasil e não de um grupo específico como
acontece atualmente. Nosso objetivo é incrementar a qualidade, a
credibilidade e alcançar a independência das ações do árbitro de
futebol.
Paranaonline – Estamos há poucos meses da Copa do Mundo no
Brasil. Qual é a sua expectativa em relação ao desempenho da
arbitragem no Mundial?
Marco Antonio Martins - A Fifa vêm realizando um processo
seletivo minucioso de árbitros e assistentes desde o encerramento da
Copa na África do Sul, como nunca realizou. Milhões de euros foram
disponibilizados na preparação e aprimoramento do homem do apito,
objetivando minimizar ao máximo os erros da arbitragem na Copa do
Mundo. Diante do que vi, li e ouvi, não tenho dúvidas que teremos
excelentes arbitragens.
Paranaonline – O trio de arbitragem brasileiro indicado pela
Fifa está à altura dos grandes nomes da arbitragem mundial?
Marco Antonio Martins – Não tenho nenhuma dúvida. O árbitro
Sandro Meira Ricci e seus compatriotas, Emerson Augusto Carvalho e
Marcelo Van Gasse, atingiram a qualidade de excelência nesta reta
final para a Copa do Mundo em todos os quesitos exigidos pela Fifa.
Ou seja, físico, técnico, tático e psicológico. Ricci, cresceu muito
desde a sua indicação para a Copa, e por isto foi injustamente
criticado em algumas partidas do Campeonato Brasileiro. Sandro Meira
aprimorou suas qualidades e procurou se encaixar dentro da filosofia
do verdadeiro árbitro profissional que quer a Fifa.
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Entidade
ressurgiu das cinzas saindo do sucateamento e das
dividas para a moderna sede atual em Florianópolis |
Paranaonline – A Fifa
implementou a tecnologia na linha do gol e ela estará a disposição
na Copa do Mundo, para auxiliar a arbitragem nos lances na linha de
meta. Na sua opinião, a tecnologia vai ajudar ou vai tirar poderes
dos árbitros?
Marco Antonio Martins – Tudo que há no mundo evoluiu ou está
em evolução. Além disso, o árbitro é humano e desde os primórdios da
criação do planeta é suscetível a erros. Portanto, sou favorável a
tecnologia como ferramenta auxiliar na linha do gol e, por
conseqüência, penso que a Fifa deveria estendê-la a todas as
competições dos seus 209 filiados. Não vai tirar poder do árbitro,
porque quem vai operar a tecnologia e decidir sobre a dúvida ou não,
é o ser humano. O que estamos observando em todo o globo terreste, é
de que quem investiu ou está investindo em tecnologia, tem qualidade
e credibilidade.
Paranaonline – Nas competições da Fifa,
da Uefa e da Conmebol, para se exercer a função de Observador de
Arbitragem, é condição “sine qua non”, que o candidato seja
ex-árbitro com profundo saber sobre as Regras de Futebol. Quais os
motivos que levam o futebol brasileiro a escalar alguns
“alienígenas” para tão sibilina missão?
Marco Antonio Martins – A Anaf tem um posicionamento definido
no que tange essa questão. A indicação tem que ser técnica. Fez o
curso de arbitragem, usou a indumentária de árbitro de futebol,
entrou no campo de jogo, apitou e tomou decisões, sentiu a pressão
do público, dos atletas, do banco de reservas, foi pressionado
antes, durante e após as partidas, vivenciou ou continua vivenciando
arbitragem, pode e deve ser assessor.
Paranaonline - Os campeonatos estaduais estão atingindo as
fases finais, a Copa do Brasil inicia nesta semana, no início de
abril o Brasileirão. Qual é a mensagem do presidente da Anaf aos
seus congêneres?
Marco Antonio Martins – Desejo a todos uma ótima temporada e
que se unam em torno da sua entidade de classe e, por conseguinte,
da Anaf. O site e o telefone da entidade estão a disposição de
todos. Juntos somos imbatíveis. Divididos, nossas conquistas
dificilmente serão alcançadas.
Apitonacional, compromisso só com a verdade! |