R: Nasci em Maceió, em 1942.
Apito: Fale de seus pais:
R: Pessoas simples, trabalhadoras, honestas e
mesmo não estando mais nesta dimensão, devo tudo que sou a eles.
Apito: Fale de sua família:
R: Minha família é composta por mim, minha
esposa, quatro filhos e cinco netos e vivemos muito bem, sendo todos
alagoanos.
Apito: Qual a sua formação acadêmica?
R: Sou Psicólogo e atualmente estou cursando
Direito.
Apito: O senhor é casado? Casou em que ano
e com quem?
R: Sim, sou casado. Me casei em 1967 e minha
esposa se chama Neuza Ferreira Silva da Hora
Apito: Fale os nomes dos seus filhos e
netos e o que fazem:
R: Os nomes dos meus filhos são: Soraya,
funcionária pública municipal; Soralyce, técnica em informática; Sidney,
Consultor de vendas e Silvia, professora trilíngue e bacharelando em
Direito.
Apito: Atualmente reside aonde e com quem?
R: Eu resido em Maceió, com a minha esposa.
Apito: Qual foi a sua
profissão fora da arbitragem?
R: Fui Psicólogo e Militar do Exército.
Apito: É aposentado?
R: Sim.
Apito: Vive da aposentadoria ou tem
algum rendimentos extras?
R: Vivo da aposentadoria. |
|
Apito: Tem alguém da sua família na
arbitragem ou no esporte em geral?
R: Apenas um sobrinho, Adeilton Hora, que
atualmente faz parte do Quadro de Árbitros Assistentes da CBF, indicado pela
FAF.
Apito: Como surgiu a arbitragem na sua
vida?
R: Foi por acaso. Apitei um jogo de várzea e
a partir dali comecei gostar e então, procurei a Federação Alagoana de
Futebol e me inscrevi no Curso de Árbitros.
Apito: Em que ano e em qual federação se
formou?
R: Eu me formei em 1969, na Federação
Alagoana de Futebol.
Apito:
Conte a sua trajetória até apitar a primeira
partida de profissionais:
R: Apitei vários jogos amadores e me fiz
notar. Os dirigentes da arbitragem à época, começaram a acreditar no meu
trabalho e assim se deu a minha promoção para a direção de jogos
profissionais.
Apito: Quem foi seu maior incentivador na
arbitragem?
R: Foi o Dr Ronaldo Tenório e o historiador
de futebol Lautheney Perdigão.
Apito: Em que ano começou a apitar na
divisão principal no seu estado e na do Brasil?
R: Em Alagoas eu comecei em 1970. Já no
Quadro Nacional foi em 1974.
Apito: Quais foram as partidas?
R: A primeira partida que apitei em Alagoas
foi CSA x São Domingos e a primeira nacional foi Fortaleza X Nacional-AM, se
não me falha a memória.
Apito: Qual foi a partida mais importante
da sua carreira e porque?
R: A partida mais importante foi Botafogo-RJ
x Cruzeiro-MG, foi a inauguração do estádio Rei Pelé (28/10/1970).
Apito: Qual foi a partida a ser esquecida
e Porque?
R: Foi CSA X ASA numa tarde de Domingo.
Naquele dia eu estava muito mal psicologicamente, devido a um forte problema
de saúde com um membro de minha família e isso se refletiu no meu rendimento
em campo.
Apito: Cite uma decisão acertada que te
deu orgulho na arbitragem:
R: Foi por ocasião de um jogo envolvendo
equipes do nordeste, quando um determinado atleta vindo do sul e muito
conhecido dos brasileiros resolveu deixar de jogar e querer assumir a
posição de auxiliar da arbitragem. Momento em que lhe adverti verbalmente e
pela repetição e conduta inadequada, sendo o mesmo a estrela principal
daquele jogo e em respeito às regras do jogo, tive que expulsá-lo.
Apito: Cite uma decisão equivocada e que
se pudesse voltaria atrás:
R: Deixei de apitar precocemente. Poderia ter
demorado um pouco mais.
|
Apito: Em que ano se
aposentou na arbitragem? R:
Me aposentei em 1986, quando tinha 44 anos.
Apito: Tem saudades?
R: Sem duvida. A arbitragem é
integrante efetiva de minha vida.
Apito: Na sua visão, quais as
diferenças na arbitragem da sua época para a de hoje?
R: Na minha época era muito mais
difícil. O arbitro dirigia a partida e cuidava ainda das ações extra
campo. Hoje além do forte apoio policial, a arbitragem se reforça além
do trio, por quarto, quinto e até sexto arbitro.
Apito: O senhor acha que seria mais
fácil apitar na sua época ou hoje em dia?
R: Hoje em dia é mais fácil. O arbitro
conta com uma gama de meios e equipamentos auxiliares. |
Apito: Quando o senhor apitava tinha
jogadores cai cai tipo Neymar?
R: Sempre houve esse tipo de jogador,
entretanto, convém que observemos os motivos da queda. É necessário que os
árbitros se alertem a fim de que os craques possam verdadeiramente jogar. O
que se vê na verdade é o jogador agressor não permitindo que o futebol arte
possa ser feito e a beleza do futebol não possa ser mostrada pelo craque que
sabe fazê-la.
Apito: Como agiam os árbitros com esses
jogadores cai cai?
R: Quando se verificava que a queda era
simulação, sem duvida, o atleta era advertido e na reincidência expulso.
Apito: O senhor foi dirigente da
arbitragem, quais cargo ocupou?
R: Sim. Fui assessor, membro, secretário e
Presidente da Comissão de Arbitragem de Alagoas – CEAF-AL.
Apito: Foi dirigente sindical?
R: Nunca me integrei a nenhum sindicato.
Apito: Em qual período o senhor dirigiu a
CEAF/AL?
R: Foi durante os períodos de 1988 a 1991 e
de 1997 a 2007.
Apito: Quais foram os árbitros lançados
pelo senhor?
R: Todos os árbitros que atualmente se
encontram no Quadro da FAF, inclusive o atual Presidente da CEAF/AL.
Apito: Quando e porque saiu?
R: Saí em 2007, em razão da mudança da
diretoria da FAF.
Apito: Porque o atual presidente disse que
a sua administração foi um LIXO?
R: Por incrível que pareça, fiquei bastante
contente com o que disse o Presidente da CEAF/AL, Sr Hércules Martins,
quando afirmou que a arbitragem alagoana era um lixo e agora na sua gestão é
um luxo. Acho, particularmente, intempestiva, arrogante e imatura a
afirmação feita, pois, o próprio presidente é produto do lixo, juntamente
com todos os árbitros ou quase todos, que atualmente compõem o Quadro de
árbitros da FAF. Fico mais feliz ainda, em razão de ter o lixo se
transformado no luxo que aí está. E aí não poderia eu deixar de citar o
grande cientista Lavoisier, quando afirmou: “Na natureza nada se perde, nada
se cria, tudo se transforma”. E como se não bastasse, numa outra matéria de
um site em nível nacional, afirmou o Presidente da CEAF/AL, que a arbitragem
alagoana era menosprezada e sem valor algum. Muito pobre a colocação do
Presidente. Acho com isso estar o mesmo querendo competir. Pura imaturidade,
pois, já fiz a minha parte muito bem como árbitro e como dirigente da
arbitragem do meu estado e até hoje sou elogiado por isso, não tendo,
portanto, necessidade de entrar em clima algum de competição. Sou um crítico
construtor. O que não dá para entender é uma arbitragem tão nobre como diz
ser a administrada pelo senhor Presidente, completamente desacreditada no
Estado de Alagoas, ao ponto de todos os jogos após a fase de classificação
do Campeonato Alagoano de Futebol de 2011, terem sido dirigidos por árbitros
de outros estados. Vale ressaltar, por justiça, que a Federação Alagoana de
Futebol integra excelentes árbitros com condições de comandarem qualquer que
seja o jogo. Refiro-me aos árbitros pertencentes ao Quadro da CBF e mais um
pequeno grupo que também merece destaque, todos formados por mim.
Apito: Houve algum problema entre o senhor
e Hércules Martins enquanto o senhor foi presidente da CEAF/AL?
R: Nunca. Sempre nos demos muito bem e até o
presente momento não tenho nada contra à sua pessoa.
Apito: O que o senhor achou dos árbitros
terem pago para fazerem a pré-temporada?
R: Achei um absurdo. Essa responsabilidade
cabe à CEAF solicitar à Federação a cobertura das despesas pertinentes, em
razão de se tratar de um evento do seu interesse a fim de aprimorar os
conhecimentos técnicos dos árbitros.
Apito: Se a pré foi tão boa, porque os
árbitros erraram tanto nesse campeonato?
R: Não faço ligação da pré-temporada com o
rendimento dos árbitros. O que eu acho é estar existindo uma divisão séria
no grupo e, com isso, o fator que predomina é a desmotivação aliada à
necessidade de acertar. E assim, o rendimento desaparece e o trabalho se
desqualifica.
Apito: Era mesmo necessário trazer
árbitros de fora para apitar as finais?
R: Sim. Chegou-se a um ponto que em todos os
jogos os erros de arbitragem eram evidentes. Mesmo se tendo, como já disse
anteriormente, bons árbitros. O que comprova a necessidade urgente, de se
realizar um trabalho apurado junto ao grupo. Iniciando pelo resgate da
integração e interação do mesmo. O grupo está disperso.
Apito: Não foi um erro ter contratado um
árbitro (Evandro Roman) que não passou no teste físico da CBF dois dias
antes da final?
R: Acho que sim. Esse fato trouxe
descontentamento aos árbitros atuantes da FAF.
Apito: A vinda do árbitro sergipano Mário
Sérgio da Silva Bancilon foi benéfica ou não para a arbitragem alagoana?
R: O Bacilon é um excelente árbitro, com
destaque aqui no Nordeste. Atuou em vários jogos do Campeonato Alagoano de
2011 e se houve muito bem. A sua transferência não agradou a alguns
árbitros, mas do seu trabalho não se tem o que reclamar.
Apito: Na sua visão, quais atitudes devem
ser tomadas para pacificar a arbitragem de Alagoas?
R: Não precisa muita coisa. Basta apenas que
o Comando seja feito para todo o grupo e que se estabeleça o princípio da
hierarquização entre os quadros de árbitros. E assim se inicie um trabalho
de resgate do sentimento de corpo, visando o restabelecimento dos valores do
grupo.
Apito:
Como o
senhor vê a atual situação da arbitragem alagoana e nacional?
R: A Alagoana já
conversamos bastante sobre ela. O que na verdade necessita urgentemente é
ser resgatada e o Presidente da CEAF/AL, esquecer um pouco a mídia. Fazer o
que aprendeu e administrar a arbitragem alagoana democraticamente com braço
firme. A Nacional tem apresentado novos nomes que se destacam. Mesmo assim,
ainda se tem muito por fazer. O Sérgio Corrêa vem realizando um trabalho
excelente à frente da Comissão Nacional de Arbitragem.
Crédito fotos antigas:
Museu dos Esportes - Foto principal: Alagoas24horas