Entrevista |
|
Simone:
"Jamais pousaria nua" |
Simone
é vaidosa, revela que por ser evangélica jamais posaria nua. Afirma que
não tem medo de pressão e que já levou cantada em jogo e arma na
cara. |
|
|
Rio de Janeiro- 26/03/2008
- O batom e a maquiagem já estão prontos e esperando no vestiário do
Maracanã. O apito também. O sexo frágil vai driblar o machismo hoje
novamente quando a professora de Educação Física Simone Xavier de Paula e
Silva, de 33 anos, assumir arbitragem da partida entre Flamengo e
Friburguense, pela Taça Rio.
Será a primeira vez na
história que um trio de mulheres vai comandar uma partida do time
rubro-negro, já que Simone terá o apoio de Fernanda Lisboa e Lilian
Fernandes Bruno como auxiliares.
As arbitragens
femininas estão cada vez mais na moda, mas continuam sob o olhar
desconfiado dos marmanjos. Porém, Simone, que também é filha de militar e
tenente do Exército, afirma não ter medo de cara feia. “Já apitei jogo em
várzea na Baixada Fluminense e até em favelas. Puxaram até arma para mim e
tentaram me agredir. Não posso ter medo de nada”, conta a ex-fundista.
“Isso me ajuda na preparação física”, diz.
Simone admite que estar
nervosa e ansiosa pela sua primeira arbitragem da divisão principal do
Estadual. “É uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que um jogo desse pode
me projetar, também posso ganhar uma ‘geladeira’ e ficar afastada se
|
Simone: "Jamais pousaria
nua" |
fizer algo errado”,
ressalta a árbitra, lembrando da bandeirinha Ana Paula Oliveira, que levou
um gancho da CBF e da Federação Paulista por cometer erros e só voltou no
fim de semana passado a atuar em jogos da elite paulista.
A comparação com a bandeirinha mais famosa do país é inevitável, mas
Simone, que também admite ter levado várias cantadas e recusado jantares
durante a carreira, revela: “Jamais posaria nua. Sou evangélica e não
compartilho desse tipo de trabalho. Até porque isso prejudicou a imagem
dela”, conta a juíza, elogiando o desempenho de Ana Paula em campo. “Ela
abriu portas para todas nós. Mas ainda sofro com preconceito dos próprios
companheiros de apito”.
Vaidosa, durante a
reportagem o celular não parou de tocar. Era sua cabeleireira preparando
um novo visual para hoje. “Preciso arrasar também na telinha”, brinca a
árbitra, que não dispensa também a maquiagem e o batom e sonha em chegar
ao quadro da Fifa. “Chegou a vez de uma mulher apitar uma partida de Copa
do Mundo”.
Fonte:
Rodrigo Lima, O Dia
On-line |
Copyright © 2009 - www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados |
|