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 29/01/2019    06:01hs

AMAPÁ: Árbitros relatam três anos sem receber taxas de arbitragem

Federação Amapaense de Futebol, que paga menor valor do país, estaria devendo cerca de 150 de taxas desde 2016; Divida pode chegar a 150 mil reais

Foto: Cassio Albuquerque/ArquivoGE-AP

FAF gastou 480 mil com salários em 2016, mas não teria pago taxas de arbitragem
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Segundo denuncias recebida pelo Apitonacional, à Federação Amapaense de Futebol (FAF), entidade criada há 74 anos, dirigida a mais de uma década pelo Deputado Federal Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva, ou simplesmente Roberto Góes, preso em 2010 por suposto esquema de desvio de verbas federais no Amapá e que responde atualmente processo por corrupção passiva e licitação fraudulenta, estaria devendo taxas de arbitragem desde 2016. A soma pode ultrapassar 150 mil reais.

Segundo um árbitro ouvido pelo Apitonacional, o atraso no pagamento das taxas ocorre todo ano, eles atuam de janeiro a dezembro sem receber as taxas como prevê o estatuto do torcedor e além de serem caloteados, tem que aceitar calado, pois quem reclamar é excluído do quadro local e até mesmo do nacional caso este faça parte da RENAF. Nem mesmo ao Ministério Público (MP) eles podem recorrer, pois fatalmente serão punidos quando seus nomes aparecerem nas investigações do órgão.

Créditos: Rosivaldo Nascimento

Presidente da FAF Roberto Góes foi preso em 2010 por suposto esquema de desvio de verbas federais

Os árbitros sequer podem recorrer ao seu representante legal, o sindicato dos árbitros, pois segundo eles, o presidente Carlos Augusto, o ‘Carlão’ como é conhecido, não passa de capacho e atua como motorista do presidente da federação, só tem papo e não defende os árbitros como deveria. Eles dizem também que Carlão faz vista grossa com a intenção de ser indicado pela FAF como instrutor da CBF pelo estado.

Segundo ainda este árbitro, a federação amapaense organiza seis campeonatos por ano e apesar de serem as menores taxas do país, não são quitadas como prevê a lei e tem muitas delas atrasadas a mais de três anos. O Apitonacional apurou que na principal divisão do estado, um árbitro recebe 500 reais enquanto o assistente fica com a metade disso. Já no Sub-20, o árbitro, quando recebe, fica com 130 reais e o assistente fica com 65 reais. Uma miséria se comparado com valores pagos em outros estados e com os gastos internos da FAF.

Carlão, presidente do sindicato, é visto pelos árbitros como capacho do presidente da FAF - Crédito: facebook

De acordo com o Ranking Nacional das Federações de 2018 feito pela CBF, o Amapá está na 26º e penúltima posição, a frente apenas de Roraima. Segundo balanço publicado no site da mesma CBF, mesmo sendo insignificante e sem peso político, a Federação Amapaense de Futebol recebeu em 2016, R$1.071.910,00 da entidade nacional a qual é filiada, em forma de doação, para fomentar o futebol no estado. Foram 75 mil reais mensais de janeiro a setembro, 100 mil em outubro e novembro e 175 mil em dezembro totalizando mais de 1 milhão de reais (veja abaixo).

Curiosamente no balancete, enquanto a FAF gastou algo em torno de 480 mil reais com funcionários, os gastos com a arbitragem foram pouco mais de 61 mil reais. Mas apesar de constar em balancete, os árbitros dizem que não receberam.

O que eles disseram

 

Entramos em contato com Marilene da Matta, ex-arbitra assistente e atual presidente da comissão estadual de arbitragem daquele estado. A dirigente ignorou nosso contato, mas divulgou a mensagem com as perguntas do site no grupo de whatsapp que administra e que tem como membros os árbitros do estado, o que foi visto por  muitos como forma de ameaças. Questionada pela atitude, a jovem senhora com rosto de patricinha, respondeu que não faz ameaças e bloqueou nosso contato sem qualquer explicação sobre as denuncias.

Comenta-se em Macapá que Marilene da Matta deve perder o cargo em breve.

Procuramos também Carlos Augusto de Almeida Lima,

Marilene da Matta - Crédito: facebook

presidente do sindicato dos árbitros que disse estar em viagem ao exterior e que falara sobre o assunto quando retornar ao país.

Não conseguimos contatar Roberto Góes, presidente da FAF, por este estar chefiando a delegação brasileira Sub-20 que disputa o Sul-americano da categoria no Chile.

Print do grupo de whatsapp onde Marilene postou a mensagem que foi entendida como ameaças pelos árbitros

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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