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    São Paulo - 09/09/2021    06:11hs

ANAF critica prioridade para árbitros e assistentes do Sul e Sudeste do país

Levantamento feito pela entidade nacional dos árbitros revelou que no primeiro turno das Séries A e B do brasileiro, 2/3 das oportunidades se concentraram em profissionais de apenas sete dos 27 estados do Brasil
 

Denis da Silva Ribeiro Serafim foi o árbitro que mais apitou no Brasileirão deste ano - Crédito: César Greco
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Um levantamento publicado ontem (8) pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) sobre o primeiro turno do Campeonato Brasileiro das Séries A e B revelou a discrepância existente na escalação de profissionais de arbitragem para os jogos dos torneios baseados nas cinco regiões do país. Segundo o documento, quase 2/3 das oportunidades se concentraram em profissionais de apenas sete dos 27 estados do Brasil.

As regiões Sul e Sudeste representaram 70,5% dos árbitros, 65,7% dos assistentes e 75,4% dos árbitros de VAR e AVAR escalados pela Confederação Brasileira de Futebol para os torneios. Nordeste (18,6%), Centro-Oeste (9,3%) e Norte (1,6%) proporcionalmente aparecem logo atrás.

O Presidente da ANAF, Salmo Valentim, afirmou que esse é um problema histórico do futebol brasileiro e que a concentração das escalas de arbitragem em profissionais do eixo Sul-Sudeste é um tema cuja tecla tem sido batida constantemente pela associação.

"A Copa do Nordeste mostrou que a região tem muitos talentos, assim como o Norte e o Centro-Oeste vêm revelando bons profissionais. O que está claro para nós é que esses árbitros e assistentes precisam de oportunidades para mostrar o seu trabalho. Quanto mais matéria-prima tivermos para trabalhar e desenvolver a nossa arbitragem, melhor para o futebol" - conta Valentim.

Em números absolutos, apenas 12 profissionais da região Norte, segunda maior do país, foram escalados para trabalhar durante todo o primeiro turno da Série A do Brasileirão. Enquanto isso, Jorge Eduardo Bernardi, do Rio Grande do Sul, por exemplo, foi assistente em pelo menos 10 jogos disputados.

O estado com o maior número de profissionais apitando um jogo foi o de São Paulo (91), seguido de Rio Grande do Sul (75) e Minas Gerais (54). Em contrapartida, se somados Alagoas, Bahia e Distrito Federal, últimos posicionados no ranking de escala, chegaram a ter apenas 74 representantes, entre árbitros e assistentes, nas partidas.

Salmo Valentim, presidente da ANAF - Crédito: Marçal

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Ainda segundo o presidente da Anaf, os critérios na escolha da arbitragem de cada partida não são transparentes e por isso, é necessário tornar claro os parâmetros utilizados, permitindo entender o porquê de alguns estados e profissionais terem tantas oportunidades na Série A em detrimento de outros.

"Acredito que exista um certo receio em ousar com novos nomes na Série A. Tanto por falta de conhecimento como de confiança em profissionais que estão despontando em regiões fora do eixo. Temos defendido que os membros da Comissão Nacional viagem e assistam às partidas in loco para que possam fazer a análise correta de árbitros e assistentes. Outra medida seria integrar a atual Comissão com membros oriundos de outras regiões. Seria muito útil para buscar quem está se destacando local ou regionalmente em todo o país."

Não bastasse o baixo aproveitamento dos profissionais, 12 estados não tiveram absolutamente nenhum árbitro nas escalas, 10 não tiveram assistentes e 14 não tiveram VAR ou AVAR. Entre os estados "escanteados" pela Série A, 43% são do Norte e 36% do Nordeste.

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O primeiro turno da Série A revelou também que, além da concentração de equipes do eixo Sul-Sudeste na elite do futebol, as escalas dos profissionais que trabalham durante as partidas está restrita a poucos membros do quadro nacional. Em 183 partidas, só 38 árbitros e 74 assistentes foram escalados. Diferentemente da Série B, que deu chances a 71 árbitros e 155 assistentes.

Veja abaixo os números

Credito: Ilustração ANAF

Por: Bruno Fernandes – Fonte: Uol Esportes

 

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