A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF)
prestou queixa-crime nesta quinta-feira (10) contra a CBF e Wilson
Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade. A
associação foi ao STJD e também fez denúncia ao Ministério Público
do Trabalho pelo que considera ser uma "punição silenciosa" aos
árbitros de Goiás.
De acordo com Salmo Valentim,
presidente da ANAF, está em curso um processo de retaliação à
arbitragem goiana após críticas feitas pelo Goiás, e endossadas em
nota pela Federação Goiana de Futebol (FGF) no fim do mês de julho,
a Seneme e à Comissão de Arbitragem.
Desde então, ele alega que, como
forma de represália, nenhum árbitro goiano foi escalado para jogos
do Campeonato Brasileiro, entre Séries A, B, C e D, ou demais
competições organizadas pela CBF.
- A “punição silenciosa” que ele (Seneme)
impetrou contra os árbitros de Goiás que estão há três rodadas fora
de todas as competições da CBF, em razão de a FGF ter concordado com
a crítica que o Goiás Esporte Clube fez em relação a arbitragem,
comprova não só o seu desserviço, como atesta que enquanto os
árbitros forem reféns da CBF, essa prática continuará acontecendo -
afirma Salmo Valentim.
A CBF questiona a legitimidade e
representatividade da ANAF, mas optou por não comentar o assunto.
A reportagem entrou em contato com
a FGF e o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Goiás (SAFEFO)
e aguarda uma posição.
Entenda o caso
Após a vitória de 1 a 0 sobre o
Cruzeiro, no dia 23 de julho, pela 16ª rodada da Série A, o Goiás
disparou contra Seneme e a Comissão de Arbitragem. O clube, que já
vinha na bronca por conta de um pênalti marcado para o Santos na
rodada anteior, questionou a não marcação de penalidade após toque
de mão do zagueiro Oliveira.
Em nota no dia 24, a FGF endossou
a crítica feita pelo Goiás em relação ao lance da partida contra o
Cruzeiro, o que teria desagradado a CBF e gerado a "punição
silenciosa", segundo Salmo Valentim.
Segundo o presidente da ANAF, mais de 100 jogos já foram realizados
desde então sem que nenhum membro do quadro da FGF tenha sido
escalado, seja como árbitro, assistente ou Árbitro de Vídeo (VAR).
Até então, por exemplo, Wilton
Pereira Sampaio, árbitro FIFA por Goiás e presente na Copa do Mundo
do Catar, tinha presença constante nas escalas e havia apitado em 11
das 16 rodadas do Brasileirão.
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Árbitro da Copa do Catar, Wilton Pereira
Sampaio "sumiu" das escalas no Brasileirão — Foto: Thiago
Ribeiro/AGIF |
O
presidente da Anaf ainda detalhou.
- A arbitragem goiana está sendo desrespeitada nacionalmente e nós
não iremos permitir que isso ocorra e nada seja feito. Além da
QUEIXA CRIME no Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD,
buscaremos também todos os meios para que os árbitros não sejam mais
tratados como lixo, porque é exatamente isso o que Wilson Seneme
está fazendo neste e, em diversos outros episódios que expõem cada
dia mais a categoria de forma negativa - afirmou.
O
Apitonacional, com exclusividade, teve acesso a denuncia
protocolada no STJD e trás trechos do documentos (veja abaixo).