Crédito: reprodução/CBF |
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Leonardo Gaciba: chefe da Comissão de
Arbitragem da CBF não tem nenhum plano de ajuda aos
árbitros |
Enquanto clubes e jogadores debatem uma possível
redução de salários em meio à crise do coronavírus, os árbitros já
estão sem receber. Remunerados por partida, juízes e bandeirinhas
ficaram sem renda com a suspensão de todas as competições no
território brasileiro e têm o futuro financeiro incerto. Na elite do
futebol brasileiro, vários se dedicam integralmente a apitar jogos,
e o clima na categoria é de apreensão.
O receio de falar abertamente é prevalente entre quem
ainda está em atividade. Procurados, árbitros que atuam no futebol
brasileiro preferiram permanecer em anonimato, mas três deles
revelaram apreensão com a falta de renda sem partidas acontecendo, e
com a ausência, até o momento, de qualquer plano de contingência por
parte de federações e confederações.
Uma das fontes ouvidas explicou que, embora a
profissão não seja regulamentada e a remuneração seja por partida
apitada, atualmente vários árbitros tiram seu sustento
exclusivamente dessa atividade.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o árbitro FIFA Anderson
Daronco, que não se escondeu como fizeram a maioria com medo de
represálias, falou sobre a realidade do problema vivido pelos dono
apito. Segundo o santa-mariense, é complicado para um árbitro de alto
nível conciliar outro emprego, devido as viagens, jogos e
treinamentos. Daronco falou sobre a difícil situação que a categoria vive
em meio à pandemia.
"Minha dedicação é exclusiva para o futebol e
esse é um assunto muito pertinente para o momento. Que não soe como
uma choradeira, mas que se faça uma reflexão sobre o assunto.
Primeiro, que é muito difícil de um árbitro de alto nível ter
qualquer outro tipo emprego, devido as demandas de viagens e
treinamentos. Então, ele vive exclusivamente do jogo. Sem jogo, não
tem de onde tirar renda. Por isso se luta tanto pela
profissionalização, para que o árbitro tenha segurança nessas
situações. Seja um árbitro do quadro da FIFA ou do quadro básico da
Federação — comentou.
Crédito: Reprodução Instagram/ANAF |
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Eleito em 2018, Salmo Valentim prometeu
uma gestação transparente e voltada aos árbitros, mas sofre
forte resistência e rejeição pelo abandono as causas da
categoria |
Nota do Apitonacional
Apesar da covardia de não vir a publico demonstrar
descontentamento e reivindicar ações das entidades que deveria
representa-los como os sindicatos estaduais e a Associação Nacional
dos Árbitros de Futebol (ANAF), nos bastidores e em off a choradeira
da categoria é grande.
Contrários a qualquer tipo de descontos voluntários
nas taxas de arbitragens para criação de um fundo que ajudaria em
situações como essa, os árbitros foram diretamente afetados pela
quarentena devido a epidemia e viram ir a zero rendimentos que
auxiliam o sustento das casas, quando não a principal fonte de
receita da família dos apitadores. Com o fim da receita por conta da
paralisação dos campeonatos, os árbitros constataram o total
abandono por parte da CBF que não teve ou tem qualquer plano de
ajuda para a categoria, mesmo tendo faturado cerca de 1 bilhão de
receita em 2019.
Outra entidade que também lavou as mãos e virou as
costas para os árbitros foi a Associação Nacional dos Árbitros de
Futebol (ANAF) que, mesmo recebendo cerca de 500 mil reais anual de
verbas da CBF, fora os possíveis mimos e ajuda para atividades
extras, com exceção de ofícios que não trás nenhum resultado
pratico, não tem feito nada e sequer tem uma comunicação direta com
a categoria através do site oficial que não tem uma atualização
desde dezembro de 2019.
Nota da redação:
apuramos com uma fonte na entidade que a ANAF recebe R$ 360 mil
reais anual como verba da CBF e cerca de R$ 120 mil provenientes dos
5% descontados das taxas de arbitragens.
Outro meio de comunicação oficial, o
Instagram da entidade, postou oficio (abaixo) onde o texto demonstra
grande preocupação com o futebol brasileiro pedindo a paralisação
dos campeonatos sem se preocupar em mencionar uma forma de ajuda por
parte da CBF aos árbitros que passariam a não receber as taxas.
Crédito: Reprodução Instagram/ANAF |
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Obs. Como tem feito desde que assumiu a
entidade em novembro de 2018, a atual diretoria não cansa de rasgar
elogios à CBF e seus dirigentes, como mostra oficio acima, mas é
incapaz de demonstrar preocupação em um documento oficial ou fazer
qualquer reivindicação que pudesse vir beneficiar os árbitros em
momento tão difícil que todos estamos passando.
Única preocupação para esta diretoria é arrecadar sem
reverter a categoria as porcentagens das taxas e a verba da CBF sem
qualquer tipo de prestação de contas como prometeu o atual
presidente quando em campanha.