O campeonato uruguaio de futebol
está suspenso, desde o ultimo sábado (16), depois de um árbitro ter
sido atingido por uma pedra (veja
vídeo), vinda da arquibancada, durante partida
entre o Racing e o Peñarol, pela quinta rodada do Torneio de
Abertura.
A violência no Uruguai (e na
América Latina) é algo que infelizmente está muito presente nos
eventos esportivos e mais precisamente no futebol. Sem ir mais
longe, no próprio futebol uruguaio, há menos de um mês, no Defesnsor
Sporting x Cerro, tinha acontecido uma situação semelhante, mas com
uma particularidade. Na ocasião, o presidente da AUDAF tinha
declarado: “A única coisa que o dia de reflexão faz é que os
violentos continuem a ser violentos e que as pessoas do futebol se
privem de um espetáculo desportivo. Nesse dia em que não puderem
jogar futebol, não vão refletir muito”, dando a entender que a data
não foi interrompida, algo que agora aconteceu.
Após mais um ato de violência
contra a arbitragem, em comunicado, a AUDAF - Associação Uruguaia de
Árbitros de Futebol - informou a paralisação das atividades e lembra
que os atos de violência contra os árbitros “têm-se agravado cada
vez mais” e, por isso, “é impossível o desempenho normal das
atividades”.
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Agressão aconteceu durante a partida
entre o Racing e Peñarol - Crédito: Divulgação/internet |
A direção da associação “lamenta e
repudia profundamente o ato de violência ocorrido no estádio Alfredo
Victor Viera, no qual o companheiro Frederico Piccardo foi agredido
de forma covarde por um torcedor que se encontrava na arquibancada
do Racing” – diz o comunicado.
De acordo com o comunicado, o
campeonato uruguaio foi suspenso quando tinham sido jogadas três das
oito partidas da quinta rodada. No dia 25 de fevereiro, diz o
comunicado, o jogo entre o Defensor Sporting e Cerro foi suspenso
durante alguns minutos, depois de um árbitro assistente ter sido
atingido por um objeto lançado por um torcedor.
No caso deste sábado, foi
arremessada pedra da arquibancada, que acabou por atingir o árbitro
assistente, isto imediatamente após o apito final do jogo, que o
Racing venceu por 2 a 1. O assistente foi atingido no rosto, perto
do olho.
Informações mais recentes apontam
que o suspeito já foi identificado pelas autoridades que seria o
secretário-geral da associação civil do Racing, Federico Seijas, que
desmentiu publicamente seu envolvimento neste ato lamentável.
Veja abaixo a nota da Associação
de árbitros.
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Crédito: AUDAF/Twitter |
A AUDAF - Associação Uruguaia de
Árbitros de Futebol – fundada em 1951, filiada a Federação Uruguaia
de Empregados do Comércio e da Indústria, é a associação que reúne
os árbitros que atuam nas partidas de futebol e futsal da Associação
Uruguaia de Futebol.
Sua reivindicação histórica tem
sido a profissionalização dos associados que atuam no futebol como
prestadores de serviços autônomos.
Seu atual presidente é o
ex-árbitro Yimmi Alvarez que se aposentou dentro das quatro linhas
na ultima temporada e passou atuar como VAR. A sede da entidade
atualmente está sediado na Arquibancada Colombes do Estádio
Centenário em Montevidéu, Uruguai.
A Associação Uruguaia de Futebol
também se pronunciou sobre o episódio (veja abaixo).
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Crédito: AUF |
Opinião do
Apitonacional
Que bom seria e como seria tudo
diferente se nossos árbitros e a arbitragem brasileira em geral
tivessem o mesmo espírito de união e coletividade dos irmãos
uruguaios e o entendimento da força que teriam se unidos fossem.
Que bom seria se as entidades
representativas da categoria, seja ela estadual ou nacional fossem
isentas e imunes a acordos espúrios e pressões políticas. Seja ela
criadas por vontade dos árbitros ou até mesmo por interesses de
dirigentes federativos que usam seu poder, mas sobre tudo e
principalmente a subserviência desses árbitros para domestica-los e
até mesmo, em muitas situações, guardadas as devidas proporções,
escraviza-los, usando os conformes seus interesses, negando seus
direitos e enriquecendo cada vez mais com suor dessa classe
desunida.
Que bom seria se essas entidades
sindicais tivessem realmente poder e força delegada pelos seus
representados com participação ativa e maciça destes e que
fossem dirigidas por pessoas verdadeiramente voltadas aos interesses
da categoria e não apenas para buscar proveitos próprios, qualquer
tipo de ganho ou projeção esportiva ou política.
Utopia sonhar com isso? Sim e pelo
cenário atual, continuara por muito tempo assim e por se submeterem
a essas condições, nenhum deles, seja ele dirigente ou dirigido,
pela subserviência ao poder, pode cobrar nada sob pena de ser
açoitado em praça publica sem pena nem dó.