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Antonio
Américo e Marcelo Bispo, presidentes respectivamente da
FMF e da CEAF-MA - Crédito: Maranhão Esporte |
O
Apitonacional, assim como outras importantes pessoas
ligadas a arbitragem maranhense e nacional, recebeu denuncias que
envolvem, principalmente, Marcelo Filho, presidente da Comissão de
Arbitragem do Maranhão.
O futebol maranhense vem evoluindo nos
últimos anos para o futuro, tem tido grande avanço em termos de
estrutura da federação e bons resultados dentro de campo como a
conquista da Copa do Nordeste 2018 pelo Sampaio Corrêa. O estado tem
uma das melhores federações do nordeste no ranking nacional. Segundo
dados da CBF divulgado em 4 de dezembro de 2017, a FMF ocupa a
sétima colocação na região norte/nordeste, ficando atrás de
Pernambuco, Bahia, Ceará, Pará, Alagoas e Rio Grande do Norte, e a
15ª no geral.
Paralelamente ao bom desempenho, o
estado andou e anda seguidamente para trás, para o regresso, quando
o assunto é arbitragem. Têm ocorrido várias reclamações e denuncias
no setor e o que mais espanta é que o Presidente da Federação,
Antônio Américo Lobato Gonçalves, apesar de trazer tantas coisas
boas para o Estado, não consegue ver o que acontece dentro desse
departamento tão importante para o futebol maranhense.
Após receber as denuncias, algumas
pessoas foram ouvidas, mas preferiram manter anonimato temendo
represálias para eles ou para pessoas próximas. Segundo as
denuncias, o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem da
Federação Maranhense de Futebol, Marcelo Bispo Nunes Filho, no cargo
desde maio de 2012, estaria administrando o departamento à base de
ameaças, troca de favores, mentiras e falsas promessas. As denuncias
relatam até mesmo suposto assedio sexual no meio, entre outras
acusações mais graves o que vem causando o afastamento de alguns
árbitros do quadro local.
Abaixo resumo das denuncias.
AMEAÇAS
Essa seria à base da gestão Marcelo
Filho frente à CEAF, segundo as pessoas ouvidas, tudo que é feito,
dito e até mesmo pensado, seria através de ameaças. Nos grupos de
whatssaps criados para assuntos da arbitragem ou fora deles, todos
são privados de expressar opinião ou decidir trabalhar em algum
lugar, pois são ameaçados de serem excluídos do quadro. Segundo um
dos árbitros, a frase “esta fora” seria a mais dita pelo diretor da
arbitragem em vários lugares em tom de ameaças.
“Os sonhos dos árbitros são
furtados de forma bruta por simplesmente não concordar com
determinações que só levam o benefício próprio do presidente, vários
e vários árbitros deixaram ou são perseguidos por ele pelo simples
fato de emitir opiniões” – disse um dos árbitros.
TROCA DE FAVORES
Trocar favores seria outra forma de
administrar o departamento. Segundo a denúncia, árbitros que
conseguem algum tipo de vantagens ao dirigente seriam agraciados com
indicação ao quadro da CBF e outras pessoas que conseguem
competições receberiam ingresso em jogos da federação, entre outros.
Todos os cursos e treinamentos
realizados no interior seriam cobrados cerca de R$ 2.000,00 (dois
mil reais), livres de hospedagem e alimentação, que supostamente
ficariam com o presidente.
INGRESSOS
Os árbitros não recebem há muito tempo
os ingressos que são doados para o sindicato para serem distribuídos
entre eles. Supostamente todos ficariam na CEAF que distribuiria os
mesmos para familiares, amigos, diretores dos SESI e da AABB onde o
presidente da CEAF supostamente coordena as competições destes
clubes.
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Marcelo
Filho durante curso instrutor CBF - Crédito: Divulgação |
SINDICATO
O presidente da Comissão é tesoureiro
do sindicato dos árbitros e estaria obrigando os árbitros a pagarem
os 5% de cada partida, o que é correto. Porém esses descontos não
estariam sendo feitos em clubes onde ele coordena e atua como
árbitro, como na AABB e no SESI. Segundo ainda as denuncias, no
primeiro ele receberia um salário mínimo e no SESI algo em torno de
R$ 1000,00 para coordenar os campeonatos destes clubes.
Os árbitros reclamam também que não
existem benefícios para os associados, pois até mesmo água eles tem
que comprar nas ocasiões dos testes físicos e que não se realiza
mais confraternização de fim de ano.
ESCOLA DE ÁRBITROS
A federação maranhense de futebol é a
única do Brasil que não tem uma escola oficial de arbitragem.
Segundo as denúncias, o presidente da CEAF breca qualquer iniciativa
neste sentido para não dar o direito à outra pessoa de ser o
primeiro presidente da escola estadual dividindo com ele as
atenções. Segundo as informações, os cursos ministrado pela
Secretaria de Esporte estão muito mais atualizados que os da
federação.
ESCALAS AMADOR
Segundo as denúncias, a CEAF estadual
estaria sendo usada como moeda de troca em todos os campeonatos
amadores da cidade onde os árbitros só tem autorização para atuar se
ocorrer algumas situações abaixo:
1 – O presidente da CEAF ser o
coordenador da competição e poder tirar assim uma suposta
porcentagem da arrecadação.
2 – Não ter nenhum dos seus “inimigos”
na coordenação da competição.
3 – Que os valores recebidos sejam
integral deixando a parte o sindicato.
Caso essas situações não ocorram,
nenhum árbitro federado tem autorização para atuar nos campeonatos e
caso alguém não obedeça, estará fora das suas competições e
conseqüentemente da federação.
ASSÉDIO
Segundo as denuncias, arbitras e as
assistentes recebem constantes assédios e que um dirigente teria
namorado uma assistente de Imperatriz supostamente em troca de
escalas. Segundo ainda as denuncias, muitos possuem print de uma
conversa de whatssap onde um dos dirigentes pede foto nua para uma
assistente que, além de não mandar, teria repassado a conversa
para outros árbitros.
Por fim, as denuncias dão conta que
Antônio Américo é sabedor desse comportamento do chefe da CEAF e não
toma nenhuma atitude. Inclusive que o dirigente já recebeu várias
denuncias de árbitros e ex-árbitros sem tomar qualquer providência.
O QUE ELES DISSERAM
O
Apitonacional procurou as pessoas citadas para que
comentasse as denuncias.
Antonio
Américo - Segundo presidente da Federação Maranhense de
Futebol, estava viajando, que recebeu as denuncias e que reuniria a
diretoria para examinar o teor e dar caminhamento. Disse ainda que
não aceita em hipótese alguma comportamento como este. No entanto,
como vige no Brasil o estado democrático de direito, não pode
condenar sem oportunizar aos acusados, direito de defesa.
No final da tarde nos enviou despacho
com as providencias via e-mail. O documento diz que as denuncias
anônima foram de forma genérica, sem envio de provas ou elemento de
convicção. Diz ainda o documento que não será instaurado
procedimento administrativo, que a CEAF-MA foi intimada para prestar
esclarecimentos em até cinco dias e que a diretoria da entidade se
reunira em seguida para tomar providencias ou arquivar as denuncias
(veja abaixo).
Marcelo Bispo -
O presidente da comissão de
arbitragem respondeu todas as denuncias, inclusive as que não foram
citadas na matéria. Segundo Marcelo Bispo,
as denuncia são maldosas,
mentirosas e nada denunciado aconteceu ou está acontecendo.
'Denuncia sem assinatura com a
intenção de atingir o trabalho que venho fazendo na renovação da
arbitragem maranhense. Não é a primeira vez que fazem denuncia falsa
com objetivo de atingir minha pessoa inclusive minha família. São
árbitros que saíram pela porta do fundo, que deixaram suas histórias
manchadas e sem credibilidade nenhuma no futebol maranhense.
Não tenho e nunca tive nenhum caso com
arbitra de futebol, meu contato sempre foi profissional com elas.
São seis arbitras sendo duas de Imperatriz, que são casadas, sendo
uma delas com árbitro assistente. Açailândia tem uma arbitra
professora solteira. São Luís são duas arbitra assistentes solteira
e uma aluna do curso de arbitragem 2018. Estou muito tranqüilo sobre
isso.
Campeonato Society quem coordena é
SAFEMA (sindicato dos árbitros), através do diretor Antônio Macedo.
Só ganha se for escalado, ninguém ganha coordenação.
Não tem ameaças de jeito nenhum, tem
disciplina nos treinamentos, reuniões e chegada nos jogos quando
escalados.
Extorsão tenho uma vida como militar
isso nunca existiu na minha vida.
Troca de favores. Não devo favor a
ninguém e a Ceaf não aceito nenhuma interferência, nos sorteios os
presidentes de clubes sempre elogiaram minha postura. Os cursos
custa 1.000,00 e o presidente da FMF tem conhecimento, inclusive
manda eu ir para os interiores ministrar com a própria federação
fazendo o pagamento.
Estou sempre sendo convidado para
falar sobre as modificações das regras do jogo. SAFEMA presidente é
Juscelino Sousa Santos, que também é analista e instrutor para me
ajudar e trabalhamos juntos, unidos para melhoria da arbitragem e
isso incomoda.
Tenho 40 anos de casado, duas filhas
formadas e um filho que é árbitro e isso incomoda muito'.
Marcelo Bispo Nunes Filho. Ceaf/Ma.