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 18/09/2018    09:06hs

Arbitragem do Maranhão pede socorro

Presidente de CEAF é acusado de ameaças, troca de favores, mentiras e falsas promessas; dirigente se defende e diz que filho árbitro incomoda adversários

Antonio Américo e Marcelo Bispo, presidentes respectivamente da FMF e da CEAF-MA - Crédito: Maranhão Esporte
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O Apitonacional, assim como outras importantes pessoas ligadas a arbitragem maranhense e nacional, recebeu denuncias que envolvem, principalmente, Marcelo Filho, presidente da Comissão de Arbitragem do Maranhão.

O futebol maranhense vem evoluindo nos últimos anos para o futuro, tem tido grande avanço em termos de estrutura da federação e bons resultados dentro de campo como a conquista da Copa do Nordeste 2018 pelo Sampaio Corrêa. O estado tem uma das melhores federações do nordeste no ranking nacional. Segundo dados da CBF divulgado em 4 de dezembro de 2017, a FMF ocupa a sétima colocação na região norte/nordeste, ficando atrás de Pernambuco, Bahia, Ceará, Pará, Alagoas e Rio Grande do Norte, e a 15ª no geral.

Paralelamente ao bom desempenho, o estado andou e anda seguidamente para trás, para o regresso, quando o assunto é arbitragem. Têm ocorrido várias reclamações e denuncias no setor e o que mais espanta é que o Presidente da Federação, Antônio Américo Lobato Gonçalves, apesar de trazer tantas coisas boas para o Estado, não consegue ver o que acontece dentro desse departamento tão importante para o futebol maranhense.

Após receber as denuncias, algumas pessoas foram ouvidas, mas preferiram manter anonimato temendo represálias para eles ou para pessoas próximas. Segundo as denuncias, o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem da Federação Maranhense de Futebol, Marcelo Bispo Nunes Filho, no cargo desde maio de 2012, estaria administrando o departamento à base de ameaças, troca de favores, mentiras e falsas promessas. As denuncias relatam até mesmo suposto assedio sexual no meio, entre outras acusações mais graves o que vem causando o afastamento de alguns árbitros do quadro local.

Abaixo resumo das denuncias.

AMEAÇAS

Essa seria à base da gestão Marcelo Filho frente à CEAF, segundo as pessoas ouvidas, tudo que é feito, dito e até mesmo pensado, seria através de ameaças. Nos grupos de whatssaps criados para assuntos da arbitragem ou fora deles, todos são privados de expressar opinião ou decidir trabalhar em algum lugar, pois são ameaçados de serem excluídos do quadro. Segundo um dos árbitros, a frase “esta fora” seria a mais dita pelo diretor da arbitragem em vários lugares em tom de ameaças.

“Os sonhos dos árbitros são furtados de forma bruta por simplesmente não concordar com determinações que só levam o benefício próprio do presidente, vários e vários árbitros deixaram ou são perseguidos por ele pelo simples fato de emitir opiniões” – disse um dos árbitros.

TROCA DE FAVORES

Trocar favores seria outra forma de administrar o departamento. Segundo a denúncia, árbitros que conseguem algum tipo de vantagens ao dirigente seriam agraciados com indicação ao quadro da CBF e outras pessoas que conseguem competições receberiam ingresso em jogos da federação, entre outros.

Todos os cursos e treinamentos realizados no interior seriam cobrados cerca de R$ 2.000,00 (dois mil reais), livres de hospedagem e alimentação, que supostamente ficariam com o presidente.

INGRESSOS

Os árbitros não recebem há muito tempo os ingressos que são doados para o sindicato para serem distribuídos entre eles. Supostamente todos ficariam na CEAF que distribuiria os mesmos para familiares, amigos, diretores dos SESI e da AABB onde o presidente da CEAF supostamente coordena as competições destes clubes.

Marcelo Filho durante curso instrutor CBF - Crédito: Divulgação

SINDICATO

O presidente da Comissão é tesoureiro do sindicato dos árbitros e estaria obrigando os árbitros a pagarem os 5% de cada partida, o que é correto. Porém esses descontos não estariam sendo feitos em clubes onde ele coordena e atua como árbitro, como na AABB e no SESI. Segundo ainda as denuncias, no primeiro ele receberia um salário mínimo e no SESI algo em torno de R$ 1000,00 para coordenar os campeonatos destes clubes.

Os árbitros reclamam também que não existem benefícios para os associados, pois até mesmo água eles tem que comprar nas ocasiões dos testes físicos e que não se realiza mais confraternização de fim de ano.

ESCOLA DE ÁRBITROS

A federação maranhense de futebol é a única do Brasil que não tem uma escola oficial de arbitragem. Segundo as denúncias, o presidente da CEAF breca qualquer iniciativa neste sentido para não dar o direito à outra pessoa de ser o primeiro presidente da escola estadual dividindo com ele as atenções. Segundo as informações, os cursos ministrado pela Secretaria de Esporte estão muito mais atualizados que os da federação.

ESCALAS AMADOR

Segundo as denúncias, a CEAF estadual estaria sendo usada como moeda de troca em todos os campeonatos amadores da cidade onde os árbitros só tem autorização para atuar se ocorrer algumas situações abaixo:

1 – O presidente da CEAF ser o coordenador da competição e poder tirar assim uma suposta porcentagem da arrecadação.

2 – Não ter nenhum dos seus “inimigos” na coordenação da competição.

3 – Que os valores recebidos sejam integral deixando a parte o sindicato.

Caso essas situações não ocorram, nenhum árbitro federado tem autorização para atuar nos campeonatos e caso alguém não obedeça, estará fora das suas competições e conseqüentemente da federação.

ASSÉDIO

Segundo as denuncias, arbitras e as assistentes recebem constantes assédios e que um dirigente teria namorado uma assistente de Imperatriz supostamente em troca de escalas. Segundo ainda as denuncias, muitos possuem print de uma conversa de whatssap onde um dos dirigentes pede foto nua para uma assistente que, além de não mandar,  teria repassado a conversa para outros árbitros.

Por fim, as denuncias dão conta que Antônio Américo é sabedor desse comportamento do chefe da CEAF e não toma nenhuma atitude. Inclusive que o dirigente já recebeu várias denuncias de árbitros e ex-árbitros sem tomar qualquer providência.

O QUE ELES DISSERAM

O Apitonacional procurou as pessoas citadas para que comentasse as denuncias.

Antonio Américo - Segundo presidente da Federação Maranhense de Futebol, estava viajando, que recebeu as denuncias e que reuniria a diretoria para examinar o teor e dar caminhamento. Disse ainda que não aceita em hipótese alguma comportamento como este. No entanto, como vige no Brasil o estado democrático de direito, não pode condenar sem oportunizar aos acusados, direito de defesa.

No final da tarde nos enviou despacho com as providencias via e-mail. O documento diz que as denuncias anônima foram de forma genérica, sem envio de provas ou elemento de convicção. Diz ainda o documento que não será instaurado procedimento administrativo, que a CEAF-MA foi intimada para prestar esclarecimentos em até cinco dias e que a diretoria da entidade se reunira em seguida para tomar providencias ou arquivar as denuncias (veja abaixo).

Marcelo Bispo - O presidente da comissão de arbitragem respondeu todas as denuncias, inclusive as que não foram citadas na matéria. Segundo Marcelo Bispo, as denuncia são maldosas, mentirosas e nada denunciado aconteceu ou está acontecendo.

'Denuncia sem assinatura com a intenção de atingir o trabalho que venho fazendo na renovação da arbitragem maranhense. Não é a primeira vez que fazem denuncia falsa com objetivo de atingir minha pessoa inclusive minha família. São árbitros que saíram pela porta do fundo, que deixaram suas histórias manchadas e sem credibilidade nenhuma no futebol maranhense.

Não tenho e nunca tive nenhum caso com arbitra de futebol, meu contato sempre foi profissional com elas. São seis arbitras sendo duas de Imperatriz, que são casadas, sendo uma delas com árbitro assistente. Açailândia tem uma arbitra professora solteira. São Luís são duas arbitra assistentes solteira e uma aluna do curso de arbitragem 2018. Estou muito tranqüilo sobre isso.

Campeonato Society quem coordena é SAFEMA (sindicato dos árbitros), através do diretor Antônio Macedo. Só ganha se for escalado, ninguém ganha coordenação.

Não tem ameaças de jeito nenhum, tem disciplina nos treinamentos, reuniões e chegada nos jogos quando escalados.

Extorsão tenho uma vida como militar isso nunca existiu na minha vida.

Troca de favores. Não devo favor a ninguém e a Ceaf não aceito nenhuma interferência, nos sorteios os presidentes de clubes sempre elogiaram minha postura. Os cursos custa 1.000,00 e o presidente da FMF tem conhecimento, inclusive manda eu ir para os interiores ministrar com a própria federação fazendo o pagamento.

Estou sempre sendo convidado para falar sobre as modificações das regras do jogo. SAFEMA presidente é Juscelino Sousa Santos, que também é analista e instrutor para me ajudar e trabalhamos juntos, unidos para melhoria da arbitragem e isso incomoda.

Tenho 40 anos de casado, duas filhas formadas e um filho que é árbitro e isso incomoda muito'.
 

Marcelo Bispo Nunes Filho. Ceaf/Ma.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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