A primeira partida da semifinal do
campeonato paraense deste ano entre Águia de Marabá e Paysandu ainda
gera reclamações contra a arbitragem desastrosa no confronto onde um
pênalti inexistente foi assinalado a favor do Paysandu.
Em nota de repúdio enviado à
Federação Paraense de Futebol (FPF), o Águia de Marabá, repudia a
atuação da equipe de arbitragem confronto do Parazão 2023, disputada
em Marabá, no dia 22 de abril. Na ocasião, o Paysandu venceu o Águia
por um 1 a 0, prevalecendo-se de um pênalti que não existiu, mas que
foi apontado pelo árbitro. A transmissão do jogo pela TV mostrou que
a falta cometida por Bruno Lima em Eltinho ocorreu fora da área
(veja abaixo).
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Lance do penalti assinalado fora da área
-Crédito: Reprodução TV |
O árbitro da partida foi Klever da
Costa Lobo (FPF), auxiliado por: Jhonathan Leone Lopes (CBF), Carlos
Eduardo Galeno Benevides (CBF) e André Michel Petri Galina (FPF).
Já prevendo dificuldades com a
arbitragem local, comandada por Fernando Castro, devido ao histórico
de interferências no resultado do jogo sempre que ocorrem partidas
decisivas envolvendo os dois ‘grandes’ da capital”, diz um trecho da
nota.
A diretoria do Águia ainda acusa
frontalmente que os times do interior têm se sujeitado a arbitragens
tendenciosas, o que é um desafio adicional às condições dessas
equipes, que já contam com orçamentos mais modestos que os grandes
de Belém e perspectiva menor de alcançá-los no poderio de montagem
de elencos.
“Esse modelo, que vigora desde
sempre só enfraquece o futebol paraense e prejudica sobretudo aos
dois grandes da capital ao se beneficiarem historicamente dos erros
humanos deixando de montar times fortes para apostar nessas
imponderáveis e inexplicáveis decisões da arbitragem local.” –
diz outro trecho da nota.
PROVIDÊNCIAS
O clube de Maraba promete cobrar
da federação novas precauções em relação ao jogo da volta, em Belém:
“Vamos solicitar que seja escalada
arbitragem FIFA e uso do VAR para a próxima partida contra o
Paysandu e as demais no restante do Parazão. Estamos na luta por um
Campeonato Paraense forte, moralizado, que eleve o nível das equipes
paraenses. Por mais que queiramos prestigiar a arbitragem local, não
podemos nos sujeitar, numa semifinal, aos tradicionais ‘erros
humanos’ que ironicamente nunca beneficiam o interior. Por tudo isso
fica o nosso repúdio e decisão de solicitar arbitragem Fifa e VAR”,
diz o trecho final da nota assinada pelo presidente Sebastião
Ferreira Neto.
Veja a nota abaixo.
Nota do
Apitonacional
Em julho de 2022, Fernando José de
Castro Rodrigues, 57 anos (28/03/1966), assumiu a comissão de
arbitragem da Federação Paraense de Futebol prometendo renovar e
qualificar a arbitragem local para, entre outras coisas, não ter
mais que importar árbitros de outros estados para apitar jogos
decisivos do estadual. Essa promessa esta prestes a cair.
Fernando é o principal alvo das
críticas contra a arbitragem e sua gestão não mostrou, até o
presente momento, nenhuma evolução com os profissionais do apito,
tendo em vista que uma de suas principais promessas, a de não
importar árbitros de outros estados, corre riscos com o provável
pedido do Águia de Marabá, mas que caso não ocorra desta vez,
certamente ocorrera caso as finais seja o clássico RE-PA (Remo x
Paysandu).
Fanando Castro tem um árbitro que
foi do quadro FIFA no seu estado, que apitou partidas importantes em
todas as divisões do futebol nacional, a quem defendia e para quem
pedia oportunidades, mas mudou de opinião quando passou a ser chefe
deste árbitro.
O árbitro em questão, Dewson
Freitas, FIFA de 2015 a 2019, caiu no ostracismo e provavelmente não
é escalado no Parazão 2023 por ter apoiado nas eleições opositores
da atual gestão que Fernando faz parte. Dando uma rápida conferida
nas escalas no site da FPF, fica claro a má vontade ou até mesmo
vingança com o ex-FIFA onde, das 14 rodadas do campeonato, só atuou
em duas (São Francisco x Tapajós e Bragantino x Águia de Marabá)
durante a fase de classificação.
Só lembrando que Dewson
praticamente perdeu o escudo FIFA e colocou sua carreira em risco ao
aceitar ser usado como espécie de laranja lançado para presidir o
sindicato dos árbitros (SINDARP/PA) e assim evitar maiores problemas
para o grupo que comandava a entidade na ocasião e estavam na mira
dos oposicionistas que prometiam procurar à justiça, principalmente
por conta de dinheiro de patrocínio nas camisas dos árbitros que
entraram no sindicato e desapareceram misteriosamente sem qualquer
explicação.
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De fala mansa, gestos
articulados e de pouca confiança, Fernando Castro é uma
figurinha carimbada no meio da arbitragem, pois já foi
presidente do sindicato dos árbitros, onde segundo
informações teria cometidos supostas irregularidades como
não realizar prestação de contas. Durante essa época
articulou uma vaga na FPF e se tornou homem de confiança de
Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Cel. Nunes,
quando este presidia a entidade paraense. Nunes também
presidiu a CBF |
Fernando Castro ao Lado Cel. Nunes -
Crédito: Divulgação |
de 12/2017 a 04/2019 e entre
junho e agosto de 2021 quando Fernando atingiu o ápice de
sua carreira sendo o principal assessor da presidência da
entidade nacional. |
Mas o reinado de Cel Nunes, que
foi da Aeronáutica entre 1957 e 1966, quando foi exonerado, suspeito
de colaborar com opositores da Ditadura Militar no Brasil, durou
pouco e por conta do jogo político mudou também a situação de
Fernando Castro que viveu momentos de ostracismo, mas que não durou
muito, pois logo voltou ao poder, desta vez em seu estado, quando
articulou novamente sua volta a FPF assumindo a arbitragem local e
já tem seu trabalho questionado por dirigentes e até mesmo por
alguns árbitros que, em off e sob condição de anonimato temendo
represálias, demonstraram suas insatisfações.
O
Apitonacional não conseguiu contatar Fernando Castro para
que falasse sobre a nota de repúdio, sobre descontentamento de
árbitros e as reclamações contra a arbitragem. Caso isso ocorra,
esta matéria será atualizada.