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Francisco Neto no CT do Bahia
momentos antes da agressão - Foto: arquivo pessoal |
O presidente da Associação de Árbitros
do Estado da Bahia (AEBA), José Francisco Nascimento Neto, foi
agredido enquanto comandava a partida entre Seinfra e Saúde, pelo
Campeonato dos Funcionários da Prefeitura de Salvador, no último
sábado (26), no Centro de Treinamentos do Bahia (Fazendão). Ao Bahia
Notícias, a vítima explicou o episódio e revelou que três atletas o
espancaram.
"No momento de uma expulsão, ele colocou o dedo no meu rosto,
pedi para que não tocasse em mim, mas tomei como surpresa um pontapé
por trás, depois ele desferiu um soco em minha boca, e depois veio
outro por trás e me deu uma rasteira. Caí no chão, o pessoal tentou
separar, tentaram me chutar, mas não conseguiram. Acabei machucando
meu cotovelo" - relatou o árbitro.
Ainda de acordo com o presidente da AEBA, a partida foi encerrada
logo depois e a polícia foi acionada. A vítima e os agressores foram
encaminhados para a delegacia:
"Um colega ligou para a polícia,
algumas viaturas chegaram, e fomos encaminhados para a delegacia de
Itinga, mas lá não havia delegado de plantão. Então, fomos
encaminhados para a de Lauro de Freitas, que é Metropolitana, e fiz
exame de corpo de delito" - informou Francisco.
Presidente da associação dos árbitros, Francisco Neto ainda faz um
apelo e pede que os autores sejam responsabilizados por esse tipo de
ato.
"São coisas do futebol, coisas corriqueiras que acontecem, e isso
vem acontecendo com freqüência. Precisamos combater e
responsabilizar os autores para que essas coisas não aconteçam mais
com os profissionais da arbitragem" - salientou o dirigente.
Outro lado
Segundo postagem nas redes sociais de um dos supostos agressores, a
diretoria do Sindseps (Sindicato dos Servidores da Prefeitura de
Salvador) emitiu nota repudiando as informações do árbitro.
Segundo Edielson Santos, apontado no
BO como um dos supostos agressores, a postura do árbitro foi
equivocada em acusar colegas servidores municipais - de maneira
generalizada e irresponsável - de tê-lo agredido.
Edielson diz ainda que as acusações
são injustas e tem clara tentativa de vitimizar do árbitro perante à
sociedade, buscando problematizar uma situação de ânimos exaltados
durante uma competição esportiva.
Por fim, Edielson lamentou a conduta
antiesportiva e antissocial do árbitro e diz que buscara defender a
si e os colegas ofendidos fisicamente e em suas honras estabelecendo
o contraditório e garantir a inocência dos acusados injustamente
pelo árbitro.
O que ele disse
O Apitonacional procurou
Francisco Neto que não só confirmou sua narrativa ao ‘Bahia
Notícias’ como informou que Edielson Santos foi um dos agressores e
que vai acionar os agressores na justiça comum.
O apito apurou ainda que os supostos
agressores são da corporação da Guarda Municipal de Salvador e que a
Polícia Militar enviou oito viaturas para conter os ânimos, quando
três agressores foram identificados e encaminhados à delegacia.
BO
O Apitonacional teve acesso ao
Boletim de Ocorrência por lesão corporal leve lavrado logo depois
das agressões e registrado na 27 DT – Itinga – Lauro de Freitas.
Segundo relato do Boletim de Ocorrências, Alex da Silva, Edielson
dos Santos, Victor Lino e Solon Guimarães. Teriam agredido Francisco
Neto durante uma partida de futebol com soco na boca e no cotovelo
esquerdo causando lesões.
Segundo ainda o BO, o árbitro foi
encaminhado para realizar exame de corpo de delito (Veja copia de
parte do BO abaixo).
Audiência publica
A agressão ao presidente da Associação
de Árbitros do Estado da Bahia (AEBA), motivou o vereador Toinho
Carolino (Podemos) a convocar uma audiência pública, para o dia 28
de novembro, às 9hs, no Edifício Bahia Center, para tratar do tema.
”Os árbitros baianos realizam um
trabalho sério e importante, é fundamental que sejam adotadas
medidas rígidas para impedir novas agressões” - afirmou o
Vereador, indignado ao saber da notícia.
“Em tempos que se clama pela paz
nos estádios, é inadmissível que fatos como esse ocorram nos campos
e quadras esportivas. O juiz deixou o local abalado com a violência
dos jogadores, precisamos encontrar formas de proteção aos árbitros
e desenvolver ações que valorizem a profissão. Me pergunto se o jogo
fosse válido por um campeonato profissional, qual teria sido o
desfecho” - questionou Carolino.