Árbitro marca pênalti de gandula em partida do Campeonato
Paulista
Lance que configura erro de direito e gerou enorme confusão foi marcado para equipe
visitante após intervenção do gandula impedindo que
bola entrasse no gol
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Quem achou que nada seria pior que a administração Marinho por
longos dez anos frente à Comissão de Arbitragem da Federação
Paulista de Futebol (FPF) estava completamente enganado. A atual
administração do apito paulista, comandada pelo ex-árbitro Dionísio
Roberto Domingos, vem se especializando em cometer lambanças e
conseqüentemente conseguindo superar, em despreparo e má gestão, a
comissão anterior. Se na era Cel. Marinho a arbitra Silvia Regina,
FIFA na época e membro da atual comissão, validou um gol de gandula (veja
abaixo), nesta, uma equipe
inteira de arbitragem cometeu um erro de direito ao marcar
penalidade em lance onde o gandula impediu um gol da equipe
visitante.
Silvia Regina, que faz parte da
atual comissão, valida gol de gandula em 2006
Erro, despreparo, falta de orientação técnica, falta de treinamentos
ou falta de aptidão para a função? E de quem é a culpa? De quem
escala ou dos escalados? Essas respostas só podem ser dadas por quem de
direito, basta que analise o trabalho realizado, o custo beneficio e
o objetivo para a arbitragem paulista que mais uma vez é vitima de
chacotas por um erro absurdo.
Após os escândalos
de assedio sexual e moral que abalou a antiga comissão em dezembro
de 2015, sucedido de erros inadmissíveis como a escala de um árbitro
apadrinhado suspenso pelo STJD, Marinho foi demitido e em seu lugar
entrou o sisudo e carrasco Dionísio Domingos, temido pelos
subalternos e de passado
nada recomendado para comandar um departamento de arbitragem.
Como publicado pela
Folha em outubro de 1995, o ex-árbitro Wilson Roberto Catani acusou
Domingos de suposta participação em um “esquema” em partida da Série
A2 do Campeonato Paulista e que o acordo só não teria saído porque o atual
chefe dos árbitros paulistas teria pedido além da cota estabelecida.
Na época, Dionísio negou a acusação (Leia).
Após assumir o
Departamento de Arbitragem da FPF em janeiro de 2016, Dionísio tirou
do caminho todos os seus desafetos e colocou em seus lugares aspones,
bajuladores e subservientes incapazes de contrariar o todo poderoso
para quem só dizem amem. Desde então, o setor de arbitragem da FPF
vem fazendo lambanças em cima de lambanças, as quais este veículo de
comunicação, sempre que tem conhecimento, tem denunciado.
A ultima lambança,
feita pelos árbitros dentro de campo é verdade, mas sob comando e
treinamento desta comissão, só reproduz a bagunça que se transformou
o setor de arbitragem da FPF. Na partida das divisões de base, entre
as equipes Sub-17 do Taboão da Serra e o Desportivo Brasil,
disputada no dia 19/05/2018, o árbitro André Pereira Monteiro,
marcou pênalti para a equipe visitante após intervenção do gandula
que impediu que a bola entrasse no gol.
Segundo o relato do
árbitro na sumula, aos 78' minutos o gandula Raimundo Lima, foi
expulso por invadir o campo de jogo evitando com um chute o que
seria um gol da equipe do Desportivo Brasil. Segundo ainda o relato,
após a expulsão, houve tumulto entre os jogadores e a partida ficou
paralisada por 8 minutos, sendo reiniciada com um tiro penal,
convertido a favor da equipe do Desportivo Brasil que venceu o
confronto por 2 a 1 (veja documento abaixo).
Vale destacar que
apesar do erro ter sido cometido em uma partida da divisão de base,
os árbitros envolvidos no lance, com exceção do quarto árbitro, são
todos veteranos com longa vivencia na arbitragem tanto dentro de
campo como nas salas de aulas. Provavelmente esses árbitros têm em
seus currículos mais horas de aulas teóricas que na pratica dentro de
campo. O árbitro André Pereira Monteiro tem 36 anos, destes, 13 na
arbitragem. Os assistentes também são bem rodados, Paulo Márcio
Carmo Hergesel tem 39 anos e oito na bandeira. Já a assistente
Luciana da Silva Ramos tem 37 e 18 na arbitragem.
Observação
Conforme a Regra 03, o árbitro deveria ter reiniciado a partida com
bola ao chão no
ponto mais próximo em que houve a interferência.
Veja o que diz
a regra abaixo
REGRA 3 – OS JOGADORES
– Caso um jogador reserva, substituído ou até um integrante da
comissão técnica cause interferência no jogo, um tiro livre direto
será marcado e haverá a expulsão do infrator. Exemplo: uma bola está
entrando no gol e um jogador reserva que estava aquecendo na linha
de fundo invade o campo e impede o gol. O árbitro marcará pênalti e
aplicará cartão vermelho.
> Caso um gandula ou um torcedor ou um
elemento externo ao jogo cometa a mesma infração, a partida seguirá
sendo reiniciada com bola ao chão. Porém, se um gandula tenta evitar
um gol e toca na bola, mas não consegue impedir que a bola entre, o
gol será validado.
O que eles disseram
Procuramos profissionais da área de instrução que treinam os
árbitros para entender o que houve no lance. Temendo represálias,
nenhum representante da FPF quis falar sobre o assunto, mas um
importante integrante da comissão nacional de arbitragem da CBF, que
forma e recicla árbitros em todo país, disse que houve total
equivoco dos componentes da arbitragem desta partida.
“As regras do
jogo tiveram mudanças significativas. No lance especifico, que é
muito raro de ocorrer, a regra três equiparou jogadores titulares,
substitutos e membros da comissão técnica inscritos na sumula como
geradores de tiro livre direto em caso de interferência. Quem não
estiver inscrito na sumula como jogadores, substitutos e membros da
comissão técnica não podem gerar tiro livre direto ou qualquer
punição técnica a não ser bola ao chão. Então, se um torcedor,
gandula ou qualquer outra pessoa não relacionada na sumula adentrar
ao campo de jogo interferindo na partida, esta devera ser paralisada
e reiniciada com bola ao chão” - disse o instrutor CBF.
Foto: Tossiro Neto - G1
Dionísio Domingos dando
depoimento no TJD-SP após ser acusado de interferir na
decisão do Paulistão deste ano
Falamos também com
Dionísio Roberto Domingos, diretor do departamento de arbitragem da
FPF. Segundo Dionísio, a FPF tem uma demanda de 4 mil jogos por ano,
destes, cerca de 150 por rodada e pelo lance em questão ser de uma alteração recente
nas regras do jogo, ocorrem situações que fazem parte do processo constante da pratica e
do aprendizado de todos.
O dirigente ainda disse que apesar de todos
já terem sido atualizados, pediu agendamento a EAFI – órgão
responsável pela formação – para que a equipe da partida passe por
uma reorientação.
Os árbitros estarão
afastados até passarem por esta reciclagem.