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 26/10/2018    09:36hs

Argentinos querem Seneme fora da Conmebol

Suspensão de Messi, voto em Marrocos e expulsão de Dedé  reforça pressão    pela troca do brasileiro pelo hermano Horacio Elizondo

Wilson Seneme, durante uma palestra sobre o uso do VAR — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Um dos últimos atos de José Maria Marin como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), antes de ser investigado e preso em 2015, foi indicar o ex-árbitro brasileiro Wilson Luiz Seneme para comandar o Comitê de Arbitragem da Conmebol. Seneme está no cargo até hoje e, se especula nos bastidores, sofre pressão para deixar o comando. O recente episódio da liberação de Dedé para jogar a partida de volta contra o Boca Juniors após ter sido expulso na partida de ida revoltou os argentinos que vem, há tempos, trabalhando para colocar o compatriota Horacio Elizondo no lugar do brasileiro. A AFA (Associação do Futebol Argentino) conta com o apoio dos clubes daquele país.

O movimento ganhou força depois do erro do árbitro paraguaio Eber Aquino e do árbitro assistente de vídeo Mário Díaz de Vivar na partida disputada em La Bombonera, que prejudicou o Cruzeiro, mas favoreceu também a corrente argentina pró-Elizondo.

Mas este não é o único motivo. Os argentinos tem outros pelos quais tentam derrubar Seneme. Em um deles, o diário esportivo "Olé" acusa o brasileiro de ter sido o responsável por uma suspensão de quatro jogos que a FIFA impôs ao craque Lionel Messi, em março de 2017. Segundo o jornal publicou na época, Seneme teria enviado à FIFA um vídeo denunciando Messi por ofensas ao assistente brasileiro Emerson de Carvalho, durante a vitória da Argentina sobre o Chile, pelas eliminatórias da Copa-2018. As ofensas não haviam sido citadas na súmula do árbitro Sandro Meira Ricci, tampouco no relatório do inspetor da partida, o uruguaio Jorge Larrionda. Mais tarde, em maio de 2017, o Comitê de Apelação da FIFA retirou a suspensão de Messi, que cumpriu apenas uma partida de afastamento, diante da Bolívia, em La Paz. Seneme negou o envio do vídeo.

A demissão de Seneme seria também uma retaliação da Conmebol ao voto do Coronel Nunes, atual presidente da CBF, à candidatura de Marrocos à Copa do Mundo de 2026. Acordo da entidade sul-americana com as confederações nacionais previa voto de todos os países do continente na candidatura conjunta de Estados Unidos-México-Canadá. Apenas o Brasil não seguiu as orientações da Conmebol.

Dirigentes de grandes clubes brasileiros se manifestaram em sentido contrário, entendendo que a Conmebol não chegaria ao cúmulo de prejudicar os times do Brasil na Libertadores por causa do voto contrário do Coronel Nunes. Mas, ao mesmo tempo, são unânimes em reconhecer que falta representatividade de fato do futebol brasileiro na Conmebol, uma certa omissão da CBF em defesa de seus clubes.

Seneme, de 48 anos, dirige o Comitê de Arbitragem da Confederação Sul-Americana de Futebol desde fevereiro de 2016, com ascensão meteórica. Logo após se aposentar como árbitro internacional do quadro da FIFA, em fevereiro de 2014, o paulista de São Carlos foi nomeado coordenador de instrução da CBF e convidado a integrar a Comissão de Arbitragem da Conmebol, por indicação do então presidente da CBF, José Maria Marin. O mentor dele, hoje, está preso nos Estados Unidos, condenado por seis crimes e envolvimento no FIFA Gate.

Horacio Elizondo é o atual Diretor de Arbitragem Nacional da Argentina - Crédito: José Almeida

Em 18 de março de 2015, Seneme se tornou instrutor do quadro da FIFA e, no primeiro semestre de 2018, também passou a membro do Comitê de Arbitragem da federação internacional.

Para ser presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol, Seneme se mudou com a família para o Paraguai, onde fica a sede da Conmebol. Preferido pela AFA e pelos clubes argentinos, Horacio Elizondo, de 54 anos, atual chefe dos árbitros argentinos, não quer morar em Assunção ou em Luque, uma exigência ao ocupante do cargo. O argentino apitou as partidas de abertura e final da Copa do Mundo-2006, na Alemanha, e se aposentou em dezembro daquele mesmo ano.

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