A assistente de árbitro, Edilene
Freire da Silva, vem fazendo bons jogos no Campeonato Estadual 2024.
Sua atuação firme tem sido elogiada pelos críticos de arbitragem do
futebol potiguar. E não é de hoje que Edilene, 41 anos (14/04/1982),
apresenta bons resultados. Há temporadas, ao aparecer de forma
constante nas escalas de jogos, o cenário indica o seu crescimento
na carreira.
Em contato com a reportagem do De
Fato, a assistente de árbitro admitiu estar vivendo o seu melhor
momento na carreira.
“Hoje estou no auge da minha
maturidade física e psicológica, o que contribui muito para o
desenvolvimento de uma partida. O meu último jogo foi agora pouco,
ABC x Santa Cruz, que para mim foi um grande desafio. Eu sempre acho
que as semifinais são mais difíceis do que as finais. Entregamos o
jogo limpo, legitimamos o resultado. Isso, sim, é fruto de um grande
desempenho físico, técnico e psicológico como mencionei” - disse
ela, referindo-se ao duelo da semifinal do 1º turno do Estadual,
realizado no último sábado, 24, no Frasqueirão, em Natal.
Edilene presta serviço ao futebol
desde 2013, habilitada pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol
(FNF) e também pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Até
2016, ela trabalhava em jogos femininos, mas a partir de 2017 passou
a integrar o quadro masculino, após realizar o Teste de Aptidão
Física (TAF) para homens.
“Desde então, nunca parei. No
dia 16 do corrente mês, fizemos os exames habilitadores, físico e
teórico, e mais uma vez com 100% de aprovação, ou seja, estou apta
para mais uma temporada” - informou Edilene, que está habilitada
para os jogos do Estadual e também competições organizadas pela CBF
– Campeonato Brasileiro, Copa do Nordeste e Copa do Brasil.
Entre competições em âmbito
estadual e nacional, são dezenas de jogos já trabalhados, e uma
carreira marcada por dedicação física, conhecimentos e outros
grandes desafios.
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Edilene Freire - Foto crédito: arquivo pessoal |
TREINO À
EXAUSTÃO
O futebol dos dias atuais exige
uma preparação física por excelência e, assim como os jogadores, os
árbitros/assistentes são também atletas de alto rendimento. Edilene
falou sobre o assunto em sua rede social Instagram:
“Essa parte do meu trabalho se
chama ‘EXAUSTÃO’. Sim, nós Árbitros, somos Atletas de alto
rendimento e alta performance” - escreveu ela.
“Diariamente estamos treinando
para alcançarmos um condicionamento acima de qualquer média, ou
seja, um condicionamento determinante para o sucesso após noventa
minutos, no mínimo, em uma partida de futebol” - completou.
Ela treina entre cinco e seis dias
por semana, isso se não estiver designada para trabalhar em algum
jogo. “Dependendo da logística, às vezes até tiro uma ‘horinha’ para
fazer treino de mobilidade”, disse.
“Nós, que dedicamos a nossa
vida à arbitragem, devemos estar constantemente preparados. Manter a
rotina de treinos e cuidado com o corpo, buscar expandir os recursos
e técnicas disponíveis, para melhorar cada vez mais o nosso
desempenho e competência na modalidade que escolhemos, faz toda a
diferença. Isso é arbitragem” - concluiu.
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Edilene Freire - Foto crédito: arquivo pessoal |
‘Infelizmente,
ainda existe muito machismo’, diz ela
Por atuar em um esporte em que o
público masculino é predominante, Edilene Freire admite que sofre
com o machismo. Ela escuta poucas e boas, com o preconceito advindo
das arquibancadas.
“Infelizmente ainda existe,
sim, muito machismo. Não tem como não ouvir das arquibancadas
palavras de baixo calão, desrespeito, ética e moral” - afirmou
Edilene, cuja vivência deu aprendizado para lidar com situações
adversas:
“Como falei antes, já tenho
maturidade o suficiente para lidar com essas situações. É difícil,
ainda mais nós que saímos, deixamos a nossa família em casa, nos
esperando, e ter que ouvir coisas absurdas”.
A assistente de árbitro também
cita o amor e a missão como antídoto para superar a ignorância, os
insultos.
“Não baixo guarda, jamais. Sou
apaixonada pela minha profissão, amo o que eu faço. Visto a camisa
da arbitragem. E mais ainda, estou sempre pronta para próxima
missão” - disse.
Fonte: Marcos Santos –
Repórter do
Jornal de Fato