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    São Paulo - 01/03/2024    06:11hs

Assistente CBF admite viver melhor momento na arbitragem

Edilene Freire pertence ao quadro da Federação Norte-rio-grandense de Futebol e da CBF

Edilene Freire - Foto crédito: Luciano Foco e Arte
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A assistente de árbitro, Edilene Freire da Silva, vem fazendo bons jogos no Campeonato Estadual 2024. Sua atuação firme tem sido elogiada pelos críticos de arbitragem do futebol potiguar. E não é de hoje que Edilene, 41 anos (14/04/1982), apresenta bons resultados. Há temporadas, ao aparecer de forma constante nas escalas de jogos, o cenário indica o seu crescimento na carreira.

Em contato com a reportagem do De Fato, a assistente de árbitro admitiu estar vivendo o seu melhor momento na carreira.

“Hoje estou no auge da minha maturidade física e psicológica, o que contribui muito para o desenvolvimento de uma partida. O meu último jogo foi agora pouco, ABC x Santa Cruz, que para mim foi um grande desafio. Eu sempre acho que as semifinais são mais difíceis do que as finais. Entregamos o jogo limpo, legitimamos o resultado. Isso, sim, é fruto de um grande desempenho físico, técnico e psicológico como mencionei” - disse ela, referindo-se ao duelo da semifinal do 1º turno do Estadual, realizado no último sábado, 24, no Frasqueirão, em Natal.

Edilene presta serviço ao futebol desde 2013, habilitada pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) e também pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Até 2016, ela trabalhava em jogos femininos, mas a partir de 2017 passou a integrar o quadro masculino, após realizar o Teste de Aptidão Física (TAF) para homens.

“Desde então, nunca parei. No dia 16 do corrente mês, fizemos os exames habilitadores, físico e teórico, e mais uma vez com 100% de aprovação, ou seja, estou apta para mais uma temporada” - informou Edilene, que está habilitada para os jogos do Estadual e também competições organizadas pela CBF – Campeonato Brasileiro, Copa do Nordeste e Copa do Brasil.

Entre competições em âmbito estadual e nacional, são dezenas de jogos já trabalhados, e uma carreira marcada por dedicação física, conhecimentos e outros grandes desafios.

Edilene Freire - Foto crédito: arquivo pessoal

TREINO À EXAUSTÃO

O futebol dos dias atuais exige uma preparação física por excelência e, assim como os jogadores, os árbitros/assistentes são também atletas de alto rendimento. Edilene falou sobre o assunto em sua rede social Instagram:

“Essa parte do meu trabalho se chama ‘EXAUSTÃO’. Sim, nós Árbitros, somos Atletas de alto rendimento e alta performance” - escreveu ela.

“Diariamente estamos treinando para alcançarmos um condicionamento acima de qualquer média, ou seja, um condicionamento determinante para o sucesso após noventa minutos, no mínimo, em uma partida de futebol” - completou.

Ela treina entre cinco e seis dias por semana, isso se não estiver designada para trabalhar em algum jogo. “Dependendo da logística, às vezes até tiro uma ‘horinha’ para fazer treino de mobilidade”, disse.

“Nós, que dedicamos a nossa vida à arbitragem, devemos estar constantemente preparados. Manter a rotina de treinos e cuidado com o corpo, buscar expandir os recursos e técnicas disponíveis, para melhorar cada vez mais o nosso desempenho e competência na modalidade que escolhemos, faz toda a diferença. Isso é arbitragem” - concluiu.

Edilene Freire - Foto crédito: arquivo pessoal

‘Infelizmente, ainda existe muito machismo’, diz ela

Por atuar em um esporte em que o público masculino é predominante, Edilene Freire admite que sofre com o machismo. Ela escuta poucas e boas, com o preconceito advindo das arquibancadas.

“Infelizmente ainda existe, sim, muito machismo. Não tem como não ouvir das arquibancadas palavras de baixo calão, desrespeito, ética e moral” - afirmou Edilene, cuja vivência deu aprendizado para lidar com situações adversas:

“Como falei antes, já tenho maturidade o suficiente para lidar com essas situações. É difícil, ainda mais nós que saímos, deixamos a nossa família em casa, nos esperando, e ter que ouvir coisas absurdas”.

A assistente de árbitro também cita o amor e a missão como antídoto para superar a ignorância, os insultos.

“Não baixo guarda, jamais. Sou apaixonada pela minha profissão, amo o que eu faço. Visto a camisa da arbitragem. E mais ainda, estou sempre pronta para próxima missão” - disse.

Fonte: Marcos Santos – Repórter do Jornal de Fato

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