05/08/2016    09:30hs

Associado denuncia compra de terreno supostamente irregular pelo sindicato do RS

Dirigente diz que aquisição foi com recurso do Governo Federal, mas Conselho fiscal diz que estatuto da entidade não foi respeitado

Com a eleição se aproximando, o clima nos bastidores da arbitragem gaúcha esta fervendo e a ponto de explodir. Tudo por conta da circulação de um e-mail com graves denúncias contra a diretoria do Sindicato dos árbitros de Futebol do Rio grande do Sul (SAFERGS) presidido por Carlos Castro (Castrinho).

 
Publicidade

O e-mail que circula desde o dia 27 de julho, enviado aos árbitros, dirigentes, ex-dirigentes e imprensa trás pelo menos uma grave acusação que é a compra de um imóvel (terreno) para o sindicato ocorrida sem autorização dos associados em assembelia como reza o estatuto da entidade e com suspeitas de superfaturamento no valor do imóvel adquirido, pois o mesmo teria sido ofertado anteriormente quase que pela metade do valor pago tempos depois.

Segundo o e-mail, ao ser questionado na pré-temporada dos árbitros, o presidente Carlos Castro prometeu que não sairia nenhum valor do caixa do sindicato para a compra da Sede Campestre, mas os documentos que mostraremos abaixo prova que não foi bem isso que ocorreu.

O Apitonacional apurou que o terreno foi adquirido no dia 26 de janeiro de 2016 pelo valor de R$ 1.050.000,00 (hum milhão e cinqüenta mil reais) assim divididos: sinal de 100 mil reais pagos na assinatura do contrato e 950 mil a ser pago em 30 de setembro próximo.

Diz ainda o contrato de compra e venda de imóvel a prazo que será pago ainda parcelas de dois mil reais mensais, valores a ser deduzidos do valor total devido.

Veja documento abaixo.

Segundo o estatuto do sindicato no seu art. 21, parágrafo terceiro, para alienação de bens imóveis, será necessária a maioria de três quartos dos presentes em condições de votar em assembleia geral que segundo a denuncia, não foi realizada.

Veja abaixo.

O Apitonacional teve acesso à ata de reunião do conselho fiscal do Safergs do dia 20 de junho de 2016 onde o CF desaconselhou a compra do terreno por esta aquisição estar em desacordo com o estatuto da entidade (veja no final da matéria).

Procuramos os envolvidos no imbróglio pra tentar esclarecer o assunto.

Perguntado sobre as denuncias, Márcio Cristiano Brum Coruja (foto abaixo), candidato derrotado por Ciro Camargo na eleição de 2012 disse que:

 

“Como não me escondo e procuro o melhor para a categoria, fui atrás de esclarecimentos na entidade que me suporta e infelizmente está difícil esclarecer, pois documentos não são entregues, quando são eles demoram a chegar e faltando alguns. O acesso aos documentos tem sido dificultado pela diretoria!”

Coruja ainda acrescentou:

“Estive na entidade juntamente com Paulo Conceição e o responsável pela secretaria da entidade nos informou que o Presidente Carlos Castro não havia autorizado à entrega dos documentos. Na mesma tarde nos reunimos com o Conselho de

ética para informar e realizar a denúncia de descumprimento de estatuto”.

Por fim disse:

“Particularmente sou contra a compra de uma Sede, mas quem deve decidir previamente é a categoria”.

Procuramos também o ex-presidente Ciro Camargo, padrinho político e principal mentor do atual presidente. Em um primeiro momento Ciro não quis entrar em detalhes, mas como bom político aos poucos foi soltando sua opinião.

“Não faço mais parte do sindicato, sou apenas ex-presidente. Fiz meu sucessor e não quero mais ser presidente, mas mantenho amizade no meio e como eles não me perguntam nada, eu não falo nada!”

Ciro disse não entender o mistério que foi feito na aquisição desse terreno sendo que o valor foi bastante substancioso.

 

Ciro Camargo: Nunca falaram nada pra mim!

“Nunca falaram nada, não sei se falaram pra alguém, mas pelo menos pra mim nunca falaram um frase e isso me desagradou” – frisou Ciro.

Procuramos também Carlos Castro pra que ele falasse e esclarecesse a denuncia. Quem conhece Carlos Castro sabe da pessoa amável e de boa convivência que é, mas ao mesmo tempo sabe que pode se tornar uma pessoa difícil em situações adversas, onde por qualquer motivo tenha que dar explicações, coisa meio difícil de digerir para um senhor de carreira militar - é major reformado do Exercito Brasileiro – que em sua maioria supunha não ter que explicar nada a ninguém e pode resolver tudo na base do grito protegido pelas divisas e hierarquia como nos tempos de caserna.

Durante nossa conversa através do aplicativo whatsapp, em nenhum momento procurou esclarecer o assunto e sim atacar adversários políticos a quem chama de cafajeste colocando as denuncias como visando o processo eleitoral que se aproxima.

Castrinho ainda disse que a Policia Federal esta investigando a origem do e-mail e que vai tirar uma boa grana de quem fez as denuncias.

Castro informou que mandou afixar copia do contrato de compra do terreno no quadro de aviso do sindicato e que convocou assembleia para este sábado (6) debater o assunto.

Finalizando a conversa Castrinho disse que:

“Meu nome não é lixo e vou mostrar pra esse merda que não deveria ter se metido com quem não tem rabo preso. Não tenho nada a esconder e nem a temer. Vou pro pau” – encerrou Castrinho.

Se não quis esclarecer o assunto para o Apitonacional, assim que tomou ciência das denuncias, Castro fez circular e-mail com esclarecimentos aos associados.

 

Primeiramente atacou o fato da denuncia ser anônima e que se sentiu atacado de forma covarde e vil na reputação e no caráter. Disse que o dinheiro da compra do terreno seria todo ele captado através de processo junto ao poder público. Que não foi convocada assembléia para a aprovação porque não se tratava de uma despesa e sim de um adiantamento da verba por receber e que os valores serão depositados na conta do SAFERGS até o final do ano.

Em relação a suspeita de superfaturamento no valor do terreno disse que a área foi oferecida em 2014 por R$ 600.000,00, mas que o sindicato não tinha aporte para a aquisição naquele momento, voltando negociar a partir do momento em que foi aprovado projeto em favor do sindicato em Brasília.

 

Segundo Castro o valor evoluiu – quase que dobrou de preço em dois anos - em virtude da concorrência para a aquisição do imóvel.

Veja o e-mail enviado por Carlos Castro na integra. Clique aqui

O Apitonacional esclarece que em nenhum momento faz juízo de valores, tem qualquer interesse além do jornalístico e tão pouco faz qualquer acusação a quem quer que seja nesta matéria. Nossa função como veiculo de imprensa especializado no assunto arbitragem de futebol é trazer as informações aos nossos leitores, muitos deles pertencentes ao quadro de associados do Safergs e quem legitimamente amparados pela constituição deste país tem o direito de ser informados dos assuntos pertinentes a sua entidade de classe a que pertence e tomar as medidas cabíveis caso assim achem necessário.

Esclarecemos ainda que democraticamente como prega o bom jornalismo, procuramos todos os interessados e citados na matéria para que dessem os devidos esclarecimentos e que o espaço está desde já aberto para quem achar no direito de se manifestar ou prestar qualquer outro tipo de informações sobre o assunto acima.

 
Acima trechos da reunião do Conselho Fiscal desaprovando a compra do terreno

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

Copyright © 2009 -     www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados

Publicidade