Com a
eleição se aproximando, o clima nos bastidores da arbitragem gaúcha
esta fervendo e a ponto de explodir. Tudo por conta da circulação de
um e-mail com graves denúncias contra a diretoria do Sindicato dos
árbitros de Futebol do Rio grande do Sul (SAFERGS) presidido por
Carlos Castro (Castrinho).
O
e-mail que circula desde o dia 27 de julho, enviado aos árbitros,
dirigentes, ex-dirigentes e imprensa trás pelo menos uma grave
acusação que é a compra de um imóvel (terreno) para o sindicato
ocorrida sem autorização dos associados em assembelia como reza o
estatuto da entidade e com suspeitas de superfaturamento no valor do
imóvel adquirido, pois o mesmo teria sido ofertado anteriormente
quase que pela metade do valor pago tempos depois.
Segundo o
e-mail, ao ser questionado na pré-temporada dos árbitros, o
presidente Carlos Castro prometeu que não sairia nenhum valor do
caixa do sindicato para a compra da Sede Campestre, mas os
documentos que mostraremos abaixo prova que não foi bem isso que
ocorreu.
O
Apitonacional apurou que o terreno foi adquirido no dia
26 de janeiro de 2016 pelo valor de R$ 1.050.000,00 (hum milhão e
cinqüenta mil reais) assim divididos: sinal de 100 mil reais pagos
na assinatura do contrato e 950 mil a ser pago em 30 de setembro
próximo.
Diz ainda o contrato de compra e venda
de imóvel a prazo que será pago ainda parcelas de dois mil reais
mensais, valores a ser deduzidos do valor total devido.
Veja
documento abaixo.
Segundo o
estatuto do sindicato no seu art. 21, parágrafo terceiro, para
alienação de bens imóveis, será necessária a maioria de três quartos
dos presentes em condições de votar em assembleia geral que segundo
a denuncia, não foi realizada.
Veja
abaixo.
O
Apitonacional teve acesso à ata
de reunião do conselho fiscal do Safergs do dia 20 de junho de 2016
onde o CF desaconselhou a compra do terreno por esta aquisição estar
em desacordo com o estatuto da entidade (veja no final da matéria).
Procuramos os envolvidos no imbróglio pra tentar esclarecer o
assunto.
Perguntado sobre as denuncias, Márcio
Cristiano Brum Coruja (foto abaixo), candidato derrotado por Ciro
Camargo na eleição de 2012 disse que:
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“Como não me escondo e
procuro o melhor para a categoria, fui atrás de
esclarecimentos na entidade que me suporta e infelizmente
está difícil esclarecer, pois documentos não são entregues,
quando são eles demoram a chegar e faltando alguns. O acesso
aos documentos tem sido dificultado pela diretoria!”
Coruja ainda acrescentou:
“Estive na entidade juntamente com Paulo Conceição e o
responsável pela secretaria da entidade nos informou que o
Presidente Carlos Castro não havia autorizado à entrega dos
documentos. Na mesma tarde nos reunimos com o Conselho de
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ética para informar e
realizar a denúncia de descumprimento de estatuto”. |
Por
fim disse:
“Particularmente sou contra a
compra de uma Sede, mas quem deve decidir previamente é a
categoria”.
Procuramos também o ex-presidente Ciro Camargo, padrinho político e
principal mentor do atual presidente. Em um primeiro momento Ciro
não quis entrar em detalhes, mas como bom político aos poucos foi
soltando sua opinião.
“Não faço mais parte do sindicato, sou apenas ex-presidente. Fiz
meu sucessor e não quero mais ser presidente, mas mantenho amizade
no meio e como eles não me perguntam nada, eu não falo nada!”
Ciro disse não entender o mistério que foi feito na aquisição desse
terreno sendo que o valor foi bastante substancioso.
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Ciro
Camargo: Nunca falaram nada pra mim! |
“Nunca falaram nada, não sei se falaram pra alguém, mas pelo menos
pra mim nunca falaram um frase e isso me desagradou” – frisou
Ciro.
Procuramos também Carlos Castro pra que ele falasse e esclarecesse a
denuncia. Quem conhece Carlos Castro sabe da pessoa amável e de boa
convivência que é, mas ao mesmo tempo sabe que pode se tornar uma
pessoa difícil em situações adversas, onde por qualquer motivo tenha
que dar explicações, coisa meio difícil de digerir para um senhor de
carreira militar - é major reformado do Exercito Brasileiro – que em
sua maioria supunha não ter que explicar nada a ninguém e pode
resolver tudo na base do grito protegido pelas divisas e hierarquia
como nos tempos de caserna.
Durante nossa conversa através do aplicativo whatsapp, em nenhum
momento procurou esclarecer o assunto e sim atacar adversários
políticos a quem chama de cafajeste colocando as denuncias como
visando o processo eleitoral que se aproxima.
Castrinho ainda disse que a Policia Federal esta investigando a
origem do e-mail e que vai tirar uma boa grana de quem fez as
denuncias.
Castro informou que mandou afixar copia do contrato de compra do
terreno no quadro de aviso do sindicato e que convocou assembleia
para este sábado (6) debater o assunto.
Finalizando a conversa Castrinho disse que:
“Meu nome não é lixo e vou mostrar pra esse merda que não deveria
ter se metido com quem não tem rabo preso. Não tenho nada a esconder
e nem a temer. Vou pro pau” – encerrou Castrinho.
Se não quis esclarecer o assunto para o Apitonacional, assim que
tomou ciência das denuncias, Castro fez circular e-mail com
esclarecimentos aos associados.
Primeiramente atacou o fato da denuncia ser anônima e que se sentiu
atacado de forma covarde e vil na reputação e no caráter. Disse que
o dinheiro da compra do terreno seria todo ele captado através de
processo junto ao poder público. Que não foi convocada assembléia
para a aprovação porque não se tratava de uma despesa e sim de um
adiantamento da verba por receber e que os valores serão depositados
na conta do SAFERGS até o final do ano.
Em relação a suspeita de superfaturamento no valor do terreno disse
que a área foi oferecida em 2014 por R$ 600.000,00, mas que o
sindicato não tinha aporte para a aquisição naquele momento,
voltando negociar a partir do momento em que foi aprovado projeto em
favor do sindicato em Brasília.
Segundo Castro o valor evoluiu – quase que dobrou de preço em dois
anos - em virtude da concorrência para a aquisição do imóvel.
Veja o e-mail enviado por Carlos Castro na integra.
Clique aqui
O
Apitonacional esclarece que em
nenhum momento faz juízo de valores, tem qualquer interesse além do
jornalístico e tão pouco faz qualquer acusação a quem quer que seja
nesta matéria. Nossa função como veiculo de imprensa especializado
no assunto arbitragem de futebol é trazer as informações aos nossos
leitores, muitos deles pertencentes ao quadro de associados do
Safergs e quem legitimamente amparados pela constituição deste país
tem o direito de ser informados dos assuntos pertinentes a sua
entidade de classe a que pertence e tomar as medidas cabíveis caso
assim achem necessário.
Esclarecemos ainda que democraticamente como prega o bom jornalismo,
procuramos todos os interessados e citados na matéria para que
dessem os devidos esclarecimentos e que o espaço está desde já
aberto para quem achar no direito de se manifestar ou prestar
qualquer outro tipo de informações sobre o assunto acima.
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Acima
trechos da reunião do Conselho Fiscal desaprovando a compra
do terreno |
Apitonacional, compromisso só com a verdade! |