A Comissão de Arbitragem da CBF
não esperou nem 12 horas para afastar o árbitro Paulo Roberto Alves
Júnior, da federação paranaense, que na noite de quarta-feira apitou
o confronto entre Tombense e Retrô, pela segunda fase da Copa do
Brasil. Na reta final da partida, Paulo Roberto assinalou um pênalti
inexistente em favor da equipe mineira. Àquela altura, a partida
estava empatada e a penalidade acabou resultando no gol que
classificou o Tombense.
O lance aconteceu aos 35 minutos
do segundo tempo. A bola sobrou no interior da área e três jogadores
do Tombense tentam alcançá-la. Dois deles acabam se chocando e um
vai ao chão. Nenhum jogador do Retrô acerta qualquer um dos
adversários, mas ainda assim o juiz assinalou o pênalti. Como não há
árbitro de vídeo nessa fase da Copa do Brasil, o lance não passou
por qualquer revisão.
Com a marcação equivocada do
pênalti, os jogadores da equipe pernambucana se revoltaram e
reclamaram muito. Dois deles receberam cartão amarelo. O jogo ficou
paralisado por mais de três minutos. Na cobrança do pênalti, Jean
defendeu o chute de Alex Sandro, mas no rebote o próprio Alex Sandro
marcou o gol que classificou o Tombense.
Além de ser eliminado da
competição, o Retrô teve um prejuízo milionário com o erro do
árbitro. Isso porque a classificação à próxima fase da competição
renderia uma premiação de R$ 2,1 milhões, garantida pelo regulamento
da Copa do Brasil.
No início da manhã desta quinta, a
Comissão de Arbitragem da CBF emitiu nota informando que “o árbitro
Paulo Roberto Alves Júnior foi incluído no Programa de Assistência
ao Desempenho da Arbitragem (Pada)”. O Pada é como é chamado
atualmente as atividades de “reciclagem” dos árbitros. Durante esse
período, Paulo Roberto não será escalado para jogos.
Arrogância e egocentrismo
O árbitro paranaense Paulo
Roberto, que tem 41 anos de idade (07/03/1983), surgiu com grande
potencial e foi ganhando espaço ao longo do tempo com atuações
seguras. Chegou a atuar em grandes jogos da elite do futebol
brasileiro durante boa parte da sua carreira e no auge chegou a ser
cogitado para o quadro FIFA, mas a fama aflorou sua arrogância e seu
egocentrismo ao ponto de reclamar, nas redes sociais, por ter sido
preterido na escolha dos internacionais, o que certamente impediu a
promoção. Atualmente vive no ostracismo longe do apito, o que
realmente o árbitro gosta de fazer, atuando apenas como VAR.
Na temporada passada, após a
punição na segunda partida pela CBF do ano, atuou mais em apenas 17
partidas sendo apenas cinco como árbitro, uma pela serie D, três
pela C e uma pela B. As outras quatorze foram como AVAR2.
Em 2022, ainda gozando do
prestigio, atuou em 27 partidas como árbitro, dessas, uma na serie
C, quatorze na B e oito na serie A.