Nesta sexta-feira (9), a Supercopa
do Brasil de futebol feminino, terá início com o confronto Avaí/Kindermann
versus Fluminense.
Por mais que se tenha incentivo e
force a divulgação, o futebol feminino não consegue andar com as
próprias pernas. É tecnicamente e organizacionalmente deficiente,
altamente deficitário e tem pouca aceitação pelo público, com
estádios, em raríssimas exceções, praticamente vazios e tem
audiências baixíssimas nas televisões. E nesse cenário já perdura á
anos não se vê perspectivas de mudanças a curto e médio prazo.
Para colaborar com a disparidade e
desorganização, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol – pelo
menos no quesito arbitragem, dispensa tratamento de amadores para
árbitros que atuam nas competições do futebol feminino. Enquanto um
árbitro básico recebeu em 2023 taxa de R$ 4.700,00 reais para apitar
na Série A masculino, no feminino esse valor caiu para R$950,00
reais. Ou seja, as taxas do futebol masculino são quase 500% a mais
que as do feminino o que demonstra a real dimensão do valor que a
entidade nacional dispensa para cada competição e categoria.
Para piorar ainda mais a situação,
como publicado pela ex-árbitra Renata Ruel, em sua coluna no portal
ESPN, a arbitragem que foi escalada para os jogos das semifinais e
final de 2023 entre Corinthians e Ferroviária, ainda não receberam
até hoje as taxas em um descaso enorme da CBF com os profissionais.
"Os custos aconteceram e se
pode dizer que os árbitros pagaram para trabalhar" - disse
Ruel que acrescentou:
“A Comissão de Arbitragem,
presidida por Wilson Seneme, adora cobrar os deveres dos árbitros,
colocá-los na ‘geladeira’, fazer lives, mas nada de ir atrás dos
direitos dos mesmos.
Assim como a ABRAFUT,
Associação de Árbitros de Futebol do Brasil, que vivem soltando
notas de repúdio contra clubes, jogadores, técnicos e dirigentes.
Entretanto, defender os seus árbitros e associados, notas contra a
CBF e comissão quando os árbitros são punidos ou não recebem taxas
nunca foram vistas e os árbitros ficam de ‘mãos atadas’, pois se
cobram sofrem ‘represálias’, as ‘punições silenciosas’ por contestar
o sistema.
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Renata Ruel: "Os
árbitros pagaram para trabalhar" |
Não adianta a CBF e a ABRAFUT
pedirem respeito, se elas não dão exemplo de respeitar seus próprios
árbitros" - pontuou a ex-assistente.
O
Apitonacional entrou em contato com Alicio Pena Junior,
membro da Comissão de Arbitragem da CBF, para checar a informação.
Alicio, que antes de ser proibido de falar com o site por Wilson
Seneme devido a críticas, sempre esclarecia as questões, não
respondeu a mensagem até o fechamento da matéria que será atualizada
caso isso ocorra.