Comissão de Esporte
do Senado debate profissionalização dos árbitros de futebol
Projeto de
lei propõe alterar art. 88 da Lei Pelé, para dispor
sobre a relação de emprego entre os árbitros e
federações
Audienia na CESP - Crédito: Senado
Federal
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A Comissão de Esporte discutiu na
última quarta-feira (27), em audiência pública interativa, a
profissionalização da atividade de árbitros e assistentes de futebol
(PL 864/2019). O autor da proposta é o senador Veneziano Vital do
Rêgo (PSB-PB), e o relator, o senador Romário (PL-RJ). Também
presidente da Comissão de Esporte, Romário pretende criar um grupo
de trabalho específico para debater o assunto.
A atividade de árbitro de futebol
deve ser profissionalizada no Brasil. Foi o que defenderam
participantes de debate promovido na ultima quarta-feira pela
Comissão de Esportes.
A audiência pública discutiu o projeto de lei 864 de 2019, que
estabelece vínculo empregatício de árbitros e assistentes com as
entidades desportivas às quais estão vinculados, no caso especifico
à CBF e as federações estaduais. O autor da proposta é o senador
Veneziano Vital do Rêgo, do PSB da Paraíba, e o relator, o senador
Romário, do PL do Rio de Janeiro.
Também presidente da Comissão de
Esporte, Senador Romário pretende convidar todos os envolvidos na
área para debater o assunto: “Vamos tentar fazer um grupo de
trabalho que vai envolver várias pessoas, árbitros, CBF, federação,
parlamentares, entidades privadas, advogados, tenho certeza que
chegaremos a um denominador comum e uma resposta que seja a melhor
possível para os nossos árbitros”.
O presidente da comissão de
arbitragem da CBF, a Confederação Brasileira de Futebol, Wilson
Seneme, defendeu a iniciativa.
“É um momento bastante ímpar e
importante para a categoria, seu muito bem quanto é necessário se
avançar para profissionalização, para que essa categoria
efetivamente busque a evolução compatível com o futebol profissional
brasileiro”.
O árbitro Ânderson Daronco também
é a favor da regulamentação da atividade, que segundo ele poderia
fazer com que os profissionais se dedicassem exclusivamente ao
futebol, e não fossem obrigados a ter outro emprego, como acontece
atualmente na maior parte dos casos:
“Eu não tenho a menor dúvida
sobre isso. O árbitro se dedicando exclusivamente, o produto, o
futebol, se torna melhor, porque o árbitro ele não pode ir carregado
de outros problemas para um jogo que além do seu próprio jogo, ele
não pode estar pensando num outro ofício, problema do seu trabalho,
quaisquer que seja a função que ele exerça”.
Vice-presidente da Comissão de
Esporte, o senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, sugeriu maior
investimento da CBF em seu quadro de arbitragem:
“O árbitro hoje tem o futebol
como bico. Se você então descobrir o faturamento verdadeiro que tem
a CBF, será que ela não poderia, uma parte dessa receita, destinar à
qualificação do árbitro de futebol, e a um pagamento de taxa de
arbitragem maior, para que ele se dedicasse o árbitro exclusivamente
à arbitragem”.
Atualmente, no país, o mercado de
trabalho de arbitragem do futebol profissional conta com mil,
oitocentas e sessenta e nove pessoas, entre árbitros e assistentes.
Wilson Luiz Seneme, Anderson
Daronco, Luis Antonio Silva dos Santos e Rafael Bozzano fizeram
parte do debate. Também presente, Marcelo Carvalho Van Gasse,
presidente da ABRAFUT, disse que a CBF reconheceu sua associação
como a que realmente representa os árbitros perante a CBF.
Convidado, Salmo Valentim,
presidente da quase extinta ANAF - Associação Nacional dos Árbitros
de Futebol -, não compareceu devido a compromissos particulares.
Com o vácuo deixado pela ANAF a
CBF criou sua associação dirigida por prestadores de serviços, por
falta de comprometimento de seu presidente, que tanto lutou para ter
o poder e enquanto presidiu a entidade brincou de fazer casinha e
por isso será lembrado pela historia como o dirigente que fechou a
maior entidade de arbitragem deste país.
Salmo Valentim, presidente da ANAF, não
compareceu ao debate - Crédito: Marçal