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 12/11/2019    11:33hs

Conheça a árbitra assistente  mineira que foi promovida à FIFA

A jovem Fernanda Nandrea passa a integrar o quadro de arbitragem da  entidade máxima do futebol a partir de janeiro

Crédito: Arquivo pessoal

A assistente mineira Fernanda Nandrea é, nos últimos 20 anos, a quarta mulher da Federação Mineira que conseguiu chegar à Fifa
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Há pouco mais de um mês, a árbitra assistente mineira Fernanda Nandrea recebeu uma ligação que lhe trouxe uma grande notícia. Do outro lado da linha, falava Leonardo Gaciba, presidente da comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), informando que ela acabara de ser promovida ao quadro de árbitros da Federação Internacional de Futebol (Fifa) - entidade sediada na Suíça, que comanda o esporte criado na Inglaterra em 1863 e trazido ao Brasil pelo britânico Charles Miller em 1884.

Se o sonho de todo jogador é ser convocado para a seleção de seu país, o topo da carreira dos árbitros é carregar o escudo da Fifa em seu uniforme, afinal, isso os credencia a trabalhar em jogos internacionais, incluindo a Copa do Mundo, além de garantir um aumento no valor que recebem por seu trabalho, mesmo em jogos nacionais. "Sempre sonhei com isso. Me preparei e me dediquei para essa oportunidade, mas foi uma grande surpresa acontecer esse ano", comemora Fernanda Nandrea, em entrevista à Encontro.

Aos 28 anos de idade, a assistente já possui oito de carreira. Assim como ocorre com a maioria dos brasileiros, a paixão pelo futebol surgiu na vida de Fernanda Nandrea bem antes disso. Ela começou mostrar admiração pelo esporte ainda na infância, incentivada pelo pai, a ponto de acompanhá-lo nas "peladas" de final de semana.

E foi num desses jogos recreativos que a profissão bateu em sua porta. "Meu pai e os amigos me chamaram para apitar uma partida deles. Ao final, me disseram que fui muito bem na função e me incentivaram a fazer um curso de arbitragem. Segui o conselho e amei! Desde então, não parei mais", conta a árbitra assistente da Federação Mineira de Futebol e, agora, também da Fifa.

Apesar de já ter sido comunicada da promoção ao quadro de árbitros internacional, ela só passará a ostentar o escudo da entidade máxima do futebol a partir de 1º de janeiro de 2020.

A mineira admite que ainda não sabe tudo o que mudará em sua vida com a subida de patamar na carreira, mas tem a consciência da pressão que é ser uma árbitra Fifa: "Com isso, sei que virão grandes responsabilidades. Vou me dedicar, estudar e treinar mais, para sempre estar em alto nível", garante Fernanda Nandrea.

Assédio e machismo

Não é só no Brasil. No mundo todo, a mesma história se repete: ao ver uma ou mais mulheres integrando a equipe de arbitragem de um jogo de futebol, muitos torcedores reverberam a cultura machista ainda muito presente na sociedade.

Nos jogos, não é raro ver alguém xingando árbitras e assistentes utilizando palavras que jamais seriam dirigidas a homens. Ou seja, os xingamentos ocorrem pelo único motivo de serem do sexo feminino. Outro problema recorrente para mulheres que trabalham com o futebol é o assédio.

Fernanda Nandrea diz que trabalha bastante o lado psicológico para que isso não afete sua profissão e sua vida: "Assédio e preconceito são duas coisas entristecedoras e revoltantes. Escutamos de tudo dentro do campo. Por isso, é necessário ter um alto nível de concentração no jogo para que tudo passe despercebido. Já não me afeta mais", afirma ela lembrando que desde o começo da carreira aprendeu a ignorar esse tipo de situação. "Lógico que gostaria de nunca mais ouvir essas coisas, mas sabemos que tudo vem de uma cultura errada", completa.

Como os árbitros chegam à Fifa?

Não é possível um árbitro se candidatar a esse cargo. Frequentemente, esses profissionais passam por testes físicos e avaliação de seus trabalhos nos jogos. No caso do Brasil, isso é analisado pelas comissões de arbitragem estaduais e pela CBF. Os que obtém os melhores resultados são indicados à Fifa pela Comissão Nacional de Arbitragem e, deste modo, podem passar a integrar o quadro internacional.

Mas é preciso manter o bom desempenho para seguir trabalhando com o escudo da entidade máxima do futebol, pois os árbitros que o possuem podem perdê-lo caso seu desempenho não seja mais satisfatório.

Fotos: Arquivo pessoal.

As informações são de Marcelo Fraga - revistaencontro.com.br

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