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Leonardo Gaciba, ex-árbitro -
Crédito: Lucas Figueiredo/CBF |
Egocêntrico e centralizador, o
presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, está
no centro das atenções, mas não da forma que ele gosta. Apesar do
pouco tempo na chefia dos árbitros, Gaciba enfrenta resistência de
todos os lados, dos torcedores, dos clubes, da imprensa e até mesmo
dentro da própria arbitragem através da Associação Nacional dos
Árbitros de Futebol (ANAF), com quem o dirigente anda às turras e
medindo forças nos bastidores.
As queixas vão da forma centralizadora
e exibicionista de dirigir o grupo, na troca de árbitros FIFA
deixando um deles com histórico de lesões no quadro para evitar
críticas de um irmão comentarista do maior grupo de mídia do país e
pelos ataques público aos árbitros como chamá-los em entrevista de
‘cabeçudos’ e diminuir as qualidades técnicas do grupo ao afirmar
que somente seis ou sete deles teriam condições de apitar qualquer
partida a nível nacional.
Também pesa contra o dirigente a forma
equivocada que é utilizada a tecnologia virando o principal alvo das
reclamações dos clubes na atual temporada. Os dirigentes não estão
contentes com algumas marcações do árbitro de vídeo (VAR) e, em
várias entrevistas culpam o atual chefe da arbitragem.
Tiro no pé
Em uma decisão equivocada, pois não é função da comissão orientar
jogadores, Gaciba decidiu visitar os 20 clubes da Série A do
Campeonato Brasileiro. A ideia era tirar dúvidas sobre a tecnologia
e estreitar a relação com as agremiações. No entanto, diante das
polêmicas que vem ocorrendo seguidamente envolvendo os árbitros,
colocaram em duvidas as palestras do dirigente e o relacionamento
estremeceu com alguns clubes. Recentemente, Athletico-PR,
Atlético-MG, Internacional, Palmeiras e Vasco fizeram cobranças ao
ex-árbitro e exibiram insatisfação com a maneira que o VAR tem sido
utilizado e principalmente que o que ele passou nas visitas não vem
sendo colocado em pratica nos jogos.
Reclamações
Sentindo-se lesados, os clubes têm feito reclamações formais à CBF.
Caso do Athletico-PR, que, após o envio do ofício, afirmou que a
ouvidoria da entidade que rege o futebol brasileiro reconheceu "o
erro de fato da arbitragem na partida diante do Santos, no dia 8 de
setembro, na Vila Belmiro". O parecer foi assinado por Manoel
Serapião Filho.
No sábado (5), na partida entre
Cruzeiro e Internacional, no Mineirão, um pênalti inexistente,
marcado via VAR, fez com que o Cruzeiro empatasse. Como não poderia
ser diferente, o pós-jogo colorado foi de muita reclamação contra a
arbitragem e contra o chefe do apito. Tratando o caso como "VARgonha",
o vice de futebol Roberto Melo voltou a criticar as revisões via
vídeo, manteve a sua cruzada contra aquilo que considera erros a
prejudicarem o clube, e disparou:
"Tenho certeza que nem ele (o
árbitro Wagner do Nascimento Magalhães) sabe o que viu. É unânime no
país todo. Vi as manifestações no Brasil todo e a palavra usada é
vergonha, a mesma que usei após o pênalti não marcado em cima do
Guerrero contra o Flamengo (pelo Brasileirão). A comissão de
arbitragem dirigida pelo Gaciba é uma VARgonha" - disse Melo.
Crédito: RadioGrenal |
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A comissão de arbitragem dirigida pelo Gaciba
é uma VARgonha"- Roberto Melo
O dirigente
seguiu criticando e chegou a dizer que a tecnologia pode
estar com os dias contados no país. |
"O que leva um juiz, da cabine do
VAR, não chamar o juiz no jogo contra o Flamengo no pênalti claro em
cima do Guerrero? Hoje (sábado), nem os jogadores do Cruzeiro sabiam
o que estava sendo revisado. O árbitro deu o pênalti porque na
palestra que o Gaciba fez ele se vangloriou que o percentual é
grande dos juízes confirmando os lances quando chamados. Tenho
certeza de que os juízes vão pressionados para o vídeo. O árbitro
foi constrangido ver o lance" – protestou Melo.
Melo também teceu fortes críticas aos
comandados de Gaciba:
"Acho que é muita incompetência,
não estou levantando nada contra a honestidade de ninguém. Mas, com
toda a tecnologia, não sei como eles conseguem errar com tamanha
gravidade" - finalizou o dirigente.
A direção do Inter esteve recentemente
na CBF se queixando pessoalmente do presidente da Comissão de
Arbitragem, e teria ouvido dele a admissão de culpa no pênalti não
marcado e sequer revisado pelo VAR, de Rodrigo Caio em Guerrero, no
recente 3 a 1 do Flamengo sobre o Inter, pelo Brasileirão.
O domingo (6) também teve suas
polêmicas, como o pênalti marcado por Anderson Daronco na partida
CSA e Avaí e do não marcado do jogador Felipe Mello do Palmeiras
contra do Atlético Mineiro.