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 07/11/2018    09:13hs

Dublê de árbitro e soldado recebe afagos e tem a cumplicidade do alto Comando da PM paraibana

Crédito: Antônio Cícero/Gazeta Press

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A Operação Cartola, aquela que figuras de destaque do mundo esportivo e político da Paraíba foram envolvidas, e cujos ecos ressoaram por todo país de forma nada republicana, revelando possibilidades de participação de autoridades como o governador Ricardo Coutinho, ganhou tal projeção que invadiu os muros dos quartéis da Polícia Militar levada pela figura de um dublê de soldado e árbitro de futebol.

Envolvido até o pescoço nas maracutaias que a Operação desnudou, o soldado Renan Roberto aparece como uma das figuras chaves do esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano, segundo as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

O soldado é o tipo acabado do militar que se considerada blindado pelos superiores e que acredita tanto na impunidade ao ponto de sacar armas e ameaçar desafetos com a naturalidade de quem oferece um paliteiro nas mesas de bar, episódio que foi registrado em boletim de ocorrências, numa delegacia pelo presidente do Auto Esporte Clube, ex-vereador Wateau Rodrigues, depois de uma discussão com o dublê sobre sua atuação em uma partida do clube do povo, na interpretação do dirigente automobilista altamente suspeita como comprovariam depois as investigações.

Mas como o inquérito foi arquivado por determinações superiores e os delegados responsáveis pelas investigações exonerados assim que o nome do governado foi citado por um dos principais suspeitos, o vice-presidente de futebol do Botafogo, Breno Morais, nada mais natural que a situação do soldado e árbitro também fosse amenizada por seus superiores como terminou acorrendo em seguida.

O escândalo envolvendo o soldado no maior esquema de corrupção da história do futebol paraibano irrompeu dentro da corporação como uma bomba de mil megatons e abalou as estruturas do Comando Geral depois que um relatório pedindo abertura de Conselho Disciplinar para o infrator foi transformado em punição disciplinar com cinco dias de prisão, o máximo que seu superior imediato vislumbrou como castigo para tão graves transgressões.

O soldado Renan Roberto goza de imenso prestígio junto aos superiores e a punição imposta pelo coronel Ronildo, comandante do Centro de Ensino da PM, em Mangabeira, foi corroborada pelo sub-comandante geral Almeida Rosas e pelo comandante geral Euller Chaves numa clara demonstração que a Operação Cartola não mereceu a menor credibilidade junto a alta cúpula da instituição depois que o nome do governador foi ventilado por um dos acusados.

Crédito: Diário do Sertão

Cel. José Ronildo Souza da Silva

E é tão grande o prestígio do dublê junto aos altos escalões da PM que ele não se constrangia nem encontrava a menor dificuldade em apresentar atestado médico para faltar à escala de serviço e logo em seguida aparecer apitando partidas do campeonato paraibano, aquelas onde os resultados já estavam antecipadamente determinados e as quais o governador teria sugerido que seriam para comprar, mesmo, certos jogos de interesse dos clubes paraibanos.

E para não restar dúvidas quanto ao imenso prestígio do subordinado junto aos superiores, Renan também recebia remuneração extra, mas não exercia os plantões determinados, ganhando na mamata como se costuma dizer na gíria dos malandros.

Fica claro e mais do que transparente que as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público foram completamente desprezadas pelas autoridades da Polícia Militar numa demonstração de cumplicidade com o esquema criminoso que causa estarrecimento e perplexidade e desmoraliza completamente o discurso de moralidade que impregnava essa gestão de Ricardo Coutinho pego com as calças arriadas em vídeos e áudios onde enaltece sua amizade com protagonistas do esquema criminoso revelado pela Operação Cartola.

Essa mentalidade - e práticas pouco ortodoxas - pode estar preparando as malas para se aboletar no novo governo transferindo para gestão de João Azevedo vícios que não se coadunam com o tom republicano que infestam os discursos socialistas.

E para quem não sabe, o coronel José Ronildo Sousa da Silva é candidato a presidente do Clube dos Oficiais por instigação e orientação do comandante geral Euller Chaves e deve incluir na sua proposta administrativa para a entidade essa política de amaciamento, tolerância e cumplicidade com fatos escabrosos como esse onde um policial apontado com fartura de provas em participação num esquema criminoso recebe como punição cinco dias de prisão.

E durma-se com um barulho deste.

Fonte: www.jampanews.com

Nota do Apitonacional

Em outubro de 2016, denunciamos aqui (leia a matéria) que Renan Souza teria atuado em competição da CBF mesmo estando de atestado medico na Policia Militar da Paraíba.

Com o tornozelo torcido em uma atividade interna, Renan ficou afastado da corporação até o dia 25 de setembro conforme atestado enviado à CBF. Dois dias depois, obteve novo atestado, desta vez de um oftalmologista, mesmo o problema inicial tendo sido no tornozelo. A nova licença médica valia pelo período de 26/09 a 10 de outubro, mas este não foi informado ou repassado à CBF que o escalou no dia 08/10/2016 na partida Vasco da Gama x Londrina pela Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo informações de um integrante do trio de arbitragem daquela partida, Renan parecia uma múmia de tantas faixas que utilizou no tornozelo para poder atuar além de visivelmente ter dificuldade de locomoção e mancar durante a partida.

Na época que publicamos a matéria, Renan negou a existência do segundo atestado. Tempos depois conseguimos, com exclusividade, cópia do documento (Concessão de Dispensa e Licença) assinado pelo oftalmologista Dr. Petrucci Palitot, especialista em Oftalmologia pelo Conselho Federal de Medicina e oftalmologista Concursado do Quadro de Oficiais da Saúde da Polícia Militar do Estado da Paraíba (veja abaixo).

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

 

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