referente à rodada disputada nos dias 5 e 6 de agosto.
A Coopaferj foi alvo no ano passado de uma execução de
aproximadamente R$ 350 mil por conta de não recolhimento do INSS dos
árbitros. Jorge Rabello e o contador responsável pelo caso na
Coopaferj, Sérgio Mantovani, alegaram a época que a entidade "não
reteve e não recolheu o INSS", o que significa que não reteve o
dinheiro ao pagar os árbitros e, dessa forma, não repassou o
imposto.
Os borderôs dos jogos nos anos em que se encontraram irregularidades
apontaram descontos de taxas para a cooperativa. A Coopaferj, que é
registrada em Saquarema, mas atende na mesma sede do sindicato em
Vila Isabel, foi acusada de não recolher encargos. A entidade é
presidida por Messias Pereira, que é membro da Coaf-RJ, presidida
por Rabello, que também comanda o Sindicato dos Árbitros
Profissionais do Rio de Janeiro (Saperj), e é diretor da Coopaferj.
A cooperativa existe, segundo Rabello, para evitar o vínculo
empregatício dos árbitros com a Ferj. Uma mera repassadora de
recursos, ele justifica. Na época, houve uma áspera discussão entre
Rabello e o presidente da Ferj, Rubens Lopes, por conta do caso.
Segundo Rabello, a cooperativa é uma entidade que presta serviços
para a Ferj. Foi criada para evitar vínculo empregatício. Existe um
contrato entre a Ferj e a Coopaferj. Ou seja, um árbitro só é
escalado pela comissão de arbitragem se for cooperado. O vínculo
dele não é com a Ferj, é com a cooperativa.
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Rabello: "Árbitro só é escalado pela
comissão de arbitragem se for cooperado" -
Foto: Úrsula Nery/Agência FERJ |
Rabello detalhou o acordo entre a Ferj e a Coopaferj:
“A Ferj repassa dinheiro para a cooperativa, e a cooperativa
sempre na sexta-feira antes dos jogos de finais de semana e nas
segundas-feiras nos jogos de meio de semana faz o crédito na conta
dos árbitros. Existe uma taxa administrativa que é cobrada pela
cooperativa que é de 10% pela prestação do serviço dos cooperados”.
Um ano após as
denuncias sem que nenhuma providencia tenha sido tomada, os
árbitros continuam sem representatividade e a quem recorrer em
situações como essa, pois o presidente da sua entidade de classe é o
mesmo que faz as escalas no empregador.
Consultado, Jorge Fernando Rabello, presidente da comissão de
arbitragem e do sindicato dos árbitros do Rio de Janeiro não
respondeu ao nosso contato.