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 24/01/2020    11:046hs

Federação Mato-grossense diminui taxas e gera revolta dos árbitros

Categoria reclama quase 30% a menos em alguns casos em relação a temporada passada

Aron Dresch com os representantes da arbitragem - Crédito: FMF/Divulgação
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Os árbitros do Mato Grosso estão revoltados com os dirigentes da federação, pois é o único estado no país que, além de já pagar taxas miseráveis para arbitrar uma partida de futebol, diminuiu os valores para esta temporada.

Em reunião ocorrida antes do inicio do estadual, o atual presidente do Sindicato dos árbitros (Sindamat), Adilson Ramos da Mata, esteve reunido com Aron Dresch, Presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), que alegando dificuldades financeiras não aceitou dar aumento nas taxas para este ano, mas prometeu manter os valores de 2019 acrescido da inflação anual. Não era bem o que a categoria queria, pois pretendia um ganho real tendo em vista os baixos valores, mas entenderam a situação e aceitaram o acordo.

Ocorre que a federação divulgou no último dia 20 a portaria 004/2020 onde estabelece as taxas de arbitragem para a atual temporada que, além de não manter os valores anterior com a reposição anual como prometido, ainda diminui os valores em relação aos praticados no ano passado.

Em 2019 o quadro era dividido em duas categorias: CBF e FMF. O árbitro da relação nacional ganhou R$ 800,00 por partida e o local R$ 750,00. Com a mudança na nomenclatura e a inclusão de mais uma, agora os árbitros são divididos em categorias A, B e C. O árbitro da categoria A, que antes era categoria CBF, teve estipulado taxas de C$ 730,00 reais por partida, ou seja, uma diminuição de 70 reais ou 8.7% no valor da taxa em relação ao ano passado. Pior foi para os árbitros da categoria B, antigo quadro FMF, que tiveram os valores reduzidos em 26.7% passando de R$ 750,00 que era pago anteriormente para R$ 550 reais nesta temporada (veja).

Veja abaixo todos os valores para temporada 2020.

O fato gerou grande revolta com sindicato e alguns árbitros tentando reverter a situação junto a FMF, mas a única resposta que obtiveram foi que os valores eram aqueles, aceitassem ou não e não seriam alterados. Os árbitros reclamam também dos baixos valores das diárias, pois muitos deles que forem escalados em Sinop, a 500 km da capital, terão que viajar no mesmo dia, chegando praticamente quase que no mesmo horário do jogo e comer coxinha na rodoviária se não quiserem gastar a taxa para ajudar a cobrir as despesas com hotel e alimentação.

Sem alternativas e acovardados, os árbitros aceitaram passivamente e estão atuando normalmente nas partidas que são designados.

O sindicato da categoria se manifestou publicamente nas redes sociais (abaixo) e alguns árbitros também se manifestaram em off, mas não foram além disso e era justamente com esta atitude covarde da categoria que a FMF contava para impor os valores que bem entendeu.

Além de pagar taxa irrisória, não dar reajustes como prometido, a FMF usa os árbitros como garoto propaganda usando uniformes com logomarca de uma concessionária de veículos de Várzea Grande-MT, sem nenhum repasse aos mesmos, o que vem sendo questionado na justiça em grau de recurso no STJ como amplamente noticiado neste espaço.

Nota de descontentamento do Sindicato - Crédito: reprodução Instagam

Obs. Só a titulo de informação, a FMF recebeu 975 mil reais de repasses da CBF em 2018 (veja no final da materia). Valores que deve ter ocorrido também em 2019 e tem a coragem de pagar uma taxa miserável para os árbitros atuarem no campeonato mais importante da entidade. Mas tudo isso só ocorre porque eles mesmos não se dão valor.

Quem é Aron Dresch

Eleito em 2017 Presidente da Federação Mato-grossense de futebol, o multimilionário atua em negócios ligado ao ramo de pneus e borrachas.

A FMF foi comandada por cerca de 40 anos pelo falecido Carlos Orione. Nos últimos anos do seu mandato, muito debilitado, ele deixou o cargo, que foi assumido por Helmute Lawisch por um ano e depois por João Carlos de Oliveira, ambos seus vice-presidentes.

Em março deste ano houve o pleito com o agora ex-presidente João Carlos de Oliveira e Araon Dresch como candidatos. Pela maioria dos votos - 22 a 15 - a chapa presidida por Aron e os vice-presidentes Agnaldo Turra, Marcio Carreto Pardal, Marcio Lacerda e Sandro Roberto da Silva, foi eleita e desde então Aron vem mandando e desmandando na FMF, nos agregados e quem não segue sua cartilha vem sentindo a mão pesada do sistema.

Aron vem enfrentando resistência dos clubes por sua ligação forte com Cuiabá, clube que presidiu e costuma torcer publicamente inclusive em comemorações em campo e em churrascarias pós conquistas como mostra alguns videos publicados na internet.

Também enfrentou crise com a justiça desportiva local que pediu seu afastamento, mas contou com apoio do STJD/CBF que ao intervir no órgão local teria dado a chance para o dirigente trocar os auditores.

FMF recebeu 750 mil reais de repasse da CBF em 2018

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