aumentado
consideravelmente e os árbitros, a época, não tinham condições
físicas para acompanhar o jogo. Logo depois do desastre de 2002, a
Espanha, maior prejudicada naquela Copa, decidiu pedir providencias
à FIFA, que em busca de árbitros mais preparados ainda, decidiu
limitar a idade de entrada no quadro internacional em 38 anos e fez
grande avanços nos sentidos de desenvolvimento de material para
estudos e vídeos, entretanto, a base deles era a física e procuraram
até de forma correta endurecer os treinamentos e testes físicos.
Passados alguns
anos e com todo conhecimento em preparação física que se desenvolveu
nos últimos dez anos, sobretudo no esporte, houve melhoraras
significativas nas condição físicas de pessoas de mais idade e
conseqüentemente o prolongamento da carreira na função. Cada vez mais jogadores tem conseguido jogar em
alto nível até bem depois dos 40 anos com exemplos no Brasil como
Rogério Ceni (aposentado recentemente) e Zé Roberto que atua pelo
Palmeiras entre outros.
Com a chegada de
Máximo Bussacca à presidência do Comitê de Arbitragem da FIFA, houve
uma mudança de direção e uma constatação que já era vista em alguns
países da Europa. Através de circular, em 2015 a entidade aboliu os
limites de idade, tendência vista em países europeus e na própria
UEFA. Na ocasião Bussacca disse em entrevista: “Não procuramos o
árbitro velho ou novo, procuramos o árbitro certo”.
Na verdade sua fala
traduzia o que era falado em Zurich, ou seja, que os árbitros entravam na
FIFA muito verde, sem experiência e isso sacrificava as competições.
A FIFA sinalizava que não queria mais preparar os árbitros da qual ela não escolheu
e sim trabalhar com árbitros prontos, queria ter mais variedades de
árbitros para atuar em qualquer jogo.
O limite de idade
nunca agradou aos europeus, tanto que no site da UEFA, um dos
dirigentes de arbitragem, Yvan Cornu, em vídeo explica bem o porque
dos limites e da sua opinião: "Após o desenvolvimento das avaliações
físicas e treinamentos, estou convencido que o auge do árbitro de
futebol está pronto após os 40 anos”- disse Cornu.
O vídeo esta em
inglês, mas quem quiser conferir basta
clicar aqui.
A circular 1551 para a lista FIFA trás algumas coisa curiosas (link
abaixo), ela está em Inglês, mas traduzimos e vamos transcrever
abaixo a parte dos critérios de idade, note que se fala em limite de
idade mínima e ainda se grifa que é para assegurar experiência
mínima, outro ponto e que a indicação se baseará em um ranking, será
que o Brasil usou isso esse ano? Fica a pergunta.
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1. Os árbitros indicados devem ter pelo menos 25 anos de idade (23
anos de idade para árbitros assistentes) em 1 de Janeiro do ano para
o qual foram nomeados. Os árbitros devem ter um um nível mínimo de
experiência. A FIFA reserva-se o direito de exigir que árbitros
maiores de 45 anos se submetam a avaliações técnicas adicionais,
assim como exames e testes de aptidão, caso a caso.
2. Cada candidato
deve ser classificado com base nas notas obtidas nos jogos oficiais
durante os 12 meses anteriores à sua nomeação para a lista de
árbitros internacionais.
Veja
a circular (Clique
aqui).
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Bussaca quer mudar
a qualidade dos apitadores na lista internacional |
O
Apitonacional fez grande
pesquisa sobre o assunto e achou números e exemplos interessantes.
> Vinte árbitros
entraram acima do limite antigo de 38 anos nos anos de 2016 e 2017.
Alguns exemplos são: Oscar Rojas Ferreira (Uruguai), árbitro de 41
anos; Chiareg Nganson (Tailândia), árbitro de 41 anos; Markus Gutshi
(Áustria), assistente de 39 anos; Pablo H Luna (México), assistente
39 anos; Bong Song (Coréia do Sul) assistente de 39 anos; Ian
Brooke Anderson (Estados Unidos), assistente de 42; Kathleen
Alexander (Escócia), árbitra de 39 anos; Andrea Crispo (Itália),
assistente de 39 anos etc.
>
Já acima dos 45 temos 23 árbitros, como árbitro da final do última
Copa do Mundo, Nicola Rizzolli da Itália, que mesmo com 46 anos se
mantem no quadro além de Diego Abal da Argentina, Nagi Toshiyuki do
Japão, Libor Kastanek da Republica Tcheca, Martin Atinkinson e André
Maurriner da Inglaterra, Barry Wejers da Holanda, Konrad Sapela da
Polônia, Steha Johanson da Suécia e Baldo Moreno dos Estados Unidos.
Este ultimo em particular com 47 anos.
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Muitos países tem
mudado sua mentalidade com o fim do limite de idade, mas o que mais
fez valer o espírito do fim dessas barreiras foi os Estados Unidos,
na terra da lei e da democracia eles fizeram fazer valer ao pé da
letra os dizeres de máximo Bussaca: ”Se os países convocam sua
seleções nacionais com o que tem de melhor, a lista de árbitro tem
que acompanhar essa premissa”.
O Tio Sam manteve Baldo
Moreno com seus 47 anos e em seu auge físico e técnico,
o veterano árbitro é respeitado entre os times da MLS.
Agora o caso mais fascinante é do |
Nicola Rizzolli, com 46
anos se mantém no quadro |
assistente
americano Ian Brooke Anderson de 42 anos, melhor
assistente da MLS de 2012, não pode entrar a época
porque já tinha 39 anos, o mesmo manteve o nível nos
anos seguintes sendo eleito o melhor em 2016. Com o fim
do limite, chegou finalmente à FIFA com justiça, algo
que seu irmão mais novo, também assistente, já havia
conseguido por ser mais jovem, entretanto não tinha
mesma qualidade do irmão mais velho. Assim que soube da
indicação Ian disse a imprensa local: ”nunca desisti
dos meus objetivo, por isso estou aqui hoje”- disse
Ian Brooke. |
CBF promove
mudanças
Parece que a CBF
tardiamente acordou para esse novo momento promovendo mudanças em
seus critérios e quadros aumentando os limites de idade e parece
caminhar para a tendência mundial. A entidade anunciou recentemente
que o limite de idade para árbitros no Brasil, que era de 45 anos,
subiu para 50 anos. A mudança vale para as Séries A e B do
Campeonato Brasileiro a partir deste ano.
Dois bons árbitros, Jailson Macedo Freitas (BA) e Marcelo de Lima
Henrique (PE), que deixariam a competição por ultrapassarem o limite
em 2017 ganham sobrevida e continuarão apitando com qualidade e
experiência que eles tem de sobra. Por outro lado foi anunciado que
o limite de idade para as Séries C e D foi reduzida para 42 anos.
Apoiamos e
aplaudimos as medidas anunciadas, mas não basta só isso, é
fundamental criar concorrência com promoções e rebaixamento de
categoria em todos os níveis do quadro com critérios
objetivos, justos, transparentes e acessível a todos. Vamos aguardar
mais informações para podermos escrever sobre estas mudanças.