Publicidade

 

 
 21/01/2020    20:11hs

 Justiça concede liminar para     ex-árbitro FIFA voltar apitar

Francisco Carlos Nascimento conseguiu decisão judicial para voltar a ser relacionado nas escalas de arbitragem da Federação Alagoana e da CBF

Crédito: Ailton Cruz - Gazeta Alagoas

Chicão entrou na Justiça Comum e conseguiu uma liminar para voltar a comandar jogos promovidos pela FAF e pela CBF
Publicidade

O árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento está prestes a voltar a fazer o que mais gosta, apitar partidas de futebol. Ele está afastado desde 2018 dos gramados por ter sido acusado de participar de esquema de manipulação de resultados na Paraíba.

Chicão, como também é conhecido, conseguiu uma liminar judicial para poder voltar a ser relacionado nas escalas de arbitragem da Federação Alagoana de Futebol e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Caso a decisão não seja cumprida, está previsto multa diária de R$ 5 mil.

Notificada, a FAF, no inicio da noite desta terça disse em nota oficial que vai acatar a decisão judicial e que o ex-FIFA não foi relacionado na primeira rodada do Campeonato Alagoano porque o planejamento já havia sido feito previamente antes da decisão da justiça sem o nome de Francisco Carlos na lista dos árbitros que foram para o sorteio dos jogos (veja abaixo).

Nota de esclarecimento

Em face da decisão liminar expedida pela Vara do Único Ofício de São José da Laje no dia 16 de janeiro de nº 0700007-60.2020.8.02.0052, a Federação Alagoana de Futebol informa que cumprirá a determinação judicial, incluindo, o nome do árbitro Francisco Carlos do Nascimento nas escalas de arbitragem para os jogos do Campeonato Alagoano 2020.

O retorno do nome do profissional para a participação nos sorteios de arbitragem acontece já a partir da segunda rodada. A FAF entregou à decisão liminar para a sua vice-presidência jurídica que analisa o caso para emitir um parecer. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também foi notificada pela decisão judicial, por ser parte do processo.

É importante ressaltar que o árbitro Francisco Carlos do Nascimento estava participando normalmente do quadro de arbitragem da FAF. Ainda assim, o profissional foi avaliado constantemente pela Comissão no calendário de testes teóricos e físicos, obtendo resultado positivo nas avaliações.

Desta forma, o profissional ficará apto enquanto a decisão judicial estiver vigente, para atuar como árbitro ou quarto árbitro nas competições promovidas pela FAF.

Crédito: Viviane Leão/GloboEsporte.com

Felipe Feijó disse que FAF vai acatar decisão judicial

Segundo Felipe Feijó, Presidente da FAF, daqui por diante a entidade vai avaliar essa determinação da Justiça para dar cumprimento à mesma.

"O nosso Departamento Jurídico está estudando o caso, informamos à CBF também da decisão para que, de maneira conjunta, a gente possa saber quais serão os próximos passos" - explicou o mandatário da Federação.

Já o Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem da Federação Alagoana de Futebol (CA-FAF), Charles Hebert disse em entrevista à imprensa local que a decisão judicial será cumprida e que estuda a melhor maneia de encaixar Chicão nos jogos.

"Vamos ver com os demais integrantes da Comissão de Arbitragem como será o atendimento desta liminar, até porque decisão judicial não se discute. Se cumpre. E, depois, pode ser feita qualquer Medida de Agravo pela CBF ou pela Federação Alagoana, para que se discuta o mérito desta liminar. Mas, por enquanto, ela está válida e estaremos aqui para ver com o Francisco Carlos onde ele vai ser encaixado nos jogos" – Disse Charles.

Ainda de acordo com Charles Hebert, a escala de Chicão vai ser feita de forma técnica para atender à liminar.

"Vai ser dentro do que é feito pela Comissão. Até porque o juiz não colocou como nem quando deverá ser a volta de Chicão, se no início do Alagoano, em toda a competição, em qual fase, em qual jogo. Então, isso fica a critério da Comissão" - explicou o dirigente.

Crédito: Arquivo Pessoal

Charles Hebert: "decisão judicial não se discute. Se cumpre"

Em contato com o Apitonacional, Francisco Carlos falou sobre a liminar e voltou a classificar a denúncia na ‘Operação Cartola’ como infundada.

“Estou muito feliz e ansioso para voltar a atuar, coisa que eu gosto, sei e estou preparado para fazer. Fiz todos os testes nesses anos e fui aprovado; tanto na CBF como na FAF. Eu fui absolvido por unanimidade na esfera desportiva. Na criminal, fui denunciado de ter recebido R$ 140 de uma diária de hospedagem. É uma denúncia totalmente infundada. Estou muito confiante na minha absolvição também na esfera criminal” – disse Chicão.

STJD

Em 2018, Chicão foi absolvido das mesmas acusações, por unanimidade, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). No julgamento, à época, ele se defendeu dizendo que foi vítima de um esquema.

"Quanto ao processo na Justiça Comum, acredito que o caso será arquivado. Ficou provado hoje, por unanimidade dos auditores do STJD, que não tive e não tenho participação nenhuma com os problemas do futebol paraibano. Na denúncia ofertada contra mim, existem algumas inconsistências, como: primeiro que eu era árbitro da Federação Paraibana, quando sou da Alagoana, lá dizia que eu atendi ligações no meu telefone e nunca recebi e tampouco fiz qualquer tipo de ligação telefônica com nenhum dirigente de clube... Então, assim, estamos acreditando que o processo contra mim será arquivado; porque não há nenhum tipo de ligação da minha parte" - disse o ex-FIFA.

Carreira

O árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento, de 40 anos, iniciou a carreira no futebol em 2006 e recebeu o escudo da Fifa em fevereiro de 2012. Ele trabalhou no Brasileirão, Série B, Copa Libertadores, Sul-Americana, além do Torneio de Toulon, envolvendo seleções sub-21.

Ele perdeu o escudo em outubro de 2014 e continuou apitando nos quadros da CBF. A última partida comandada por Chicão foi Goiás 2x1 São Bento, no dia 21 de agosto de 2018, em Goiânia, pela 22ª rodada da Série B do Brasileiro.

Francisco Carlos se defendeu das acusações no STJD — Crédito: Ronald Lincoln Jr/Rede Globo

Opinião do Apitonacional

O Apitonacional entende e respeita que todos são inocentes enquanto não for julgado e condenado conforme diz a lei.  Francisco Carlos foi julgado na justiça desportiva (STJD) onde foi absolvido por unanimidade e deveria ter sido dado continuidade a sua carreira de forma natural. Deveria, mas não foi o que ocorreu, pois tanto a Federação Alagoana de Futebol, como a CBF, atendendo uma recomendação esdrúxula do Corregedor Edson Rezende de Oliveira através do oficio 01/19 obtido com exclusividade pelo Apitonacional  (veja no final da matéria), ignoraram e desrespeitaram o julgamento da justiça desportiva e a revelia condenaram o árbitro Chicão à morte quando o julgaram como em um tribunal de exceção retirando ele das escalas.

Nada mais justo que obedecendo uma decisão judicial, as entidades voltem a escalar Chicão respeitando seu histórico de escalas e sua categoria de ex árbitro internacional antes das denuncias pelas quais em parte foi inocentado e em parte ainda sequer foi julgado.

Qualquer escala fora do seu histórico anterior ao seu afastamento configura desrespeito a uma decisão judicial, ao cidadão e ao árbitro que foi julgado e condenado mesmo sem sequer ter havido julgamento.

Menos mal que, ainda que tardio e mesmo assim elogiável, a atitude dos dirigentes da Federação Alagoana de Futebol que vieram a publico informar que vão respeitar a decisão judicial e colocar o arbitro nas escalas. Esperamos que as boas intenções demonstradas sejam reais e que não tentem interpretar de forma pejorativa a lei que certamente vai constranger o árbitro agravando a situação ainda mais.

Oficio da corregedoria da CBF orientando a não escala do árbitro mesmo este tendo sido inocentado pelo STJD

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

 

Publicidade

 

Copyright © 2009     -     www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados