29/12/2016    07:08hs

Mandato renovado!

Após enfrentar Federação Cearense e regularizar carta sindical, árbitros reelegem  João Lucas para triênio 2017/2019

 

 

No último dia 10 de dezembro (sábado) no período de 08 às 12 horas – ocorreu eleição para nova diretoria no Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado do Ceará (Sindarf).

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Encabeçando chapa única, o atual presidente, João Batista Lucas Correia (foto), teve seu mandato renovado para mais um triênio (2017/2019). O Pleito contou com a presença de vinte árbitros dos vinte e oito adimplentes e com direito a voto no processo eleitoral. Desses, dezenove votaram em João Lucas e um votou contra.

A eleição uniu os caciques da arbitragem do Estado, pois além do dirigente contar a partir de agora com apoio direto de árbitros experientes no que tange o aspecto administrativo, a nova diretoria contará com ex-árbitros cearenses consagrados como Márcio Torres (vice-presidente), Mario Léo (secretario) e Manoel Moita (suplente do conselho fiscal).

Veja abaixo a nova diretoria eleita.

Apuramos que atualmente o sindicato conta com 83 associados (17 do quadro RENAF). Desses, 70 estão atuando, 13 são ex-árbitros e apenas vinte e oito estão em dia com as contribuições sindicais. Apuramos ainda que apenas quatro dos associados que estariam em dia com suas obrigações pertencem ao quadro da CBF (Avelar Rodrigo, Luís César Magalhães, Anderson Farias e Mardônio Ribeiro).

FALA PRESIDENTE

Procuramos João Lucas para que ele falasse das conquistas do atual mandato e dos planos para a nova gestão que se inicia no próximo domingo, dia primeiro de janeiro de 2017.

O dirigente disse que assumiu o sindicato com uma excelente relação de parceria com a FCF, que a entidade tinha patrocínio e adimplência era total, pois os valores devidos pelos árbitros eram descontados pela Federação e repassados para o caixa do sindicato!

Mas se engana quem pensa que tudo era rosa na relação com os árbitros, a FCF devia 74 mil de taxas atrasadas para os árbitros e tinha ainda dois anos de competição amadora para quitar. Os árbitros, o elo mais fraco na relação, por medo ou subserviência se calaram preferindo atuar sem contestar para não sofrerem represálias.

 

Sem uma solução ou possibilidade de dialogo com a FCF, o presidente do sindicato procurou o NUDETOR (Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor), órgão ligado ao Ministério Público do Estado do Ceará para assuntos do futebol. No inicio de 2015, o órgão governamental intervir junto a Federação Cearense fazendo com que o estatuto do torcedor fosse respeitado. Desde então todos os jogos foram pagos antes do jogo começar, o que deve ser muito comemorado, pois faz dois anos que não há dividas de taxas de arbitragem no futebol profissional do Ceará.

REPRESÁLIAS

Segundo informações, após a denúncia feita ao MP, a FCF passou a fazer represálias contra João Lucas e ao seu mandado no sindicato. A Federação supostamente teria passado a só designar árbitros não ligados ao sindicato e teria proibido o dirigente sindical de falar com os árbitros durante os treinamentos físicos. A perseguição teria sido tão grande que a FCF convocou três árbitros da CBF para discutir valor das taxas para 2016 ignorando a entidade que representa "todos" os árbitros.

As conseqüências foram danosas ao sindicato, pois os árbitros com medo tiraram o apoio do sindicato e muito deles se desfiliaram, principalmente os do quadro da CBF, deixando de pagar a anuidade e os 5 % dos jogos. Para piorar, os patrocínios que eram alinhavados com apoio da Federação não foram renovados o que levou a zero a arrecadação do Sindarf.

Se o enfrentamento dificultou as coisas para o sindicato, para os árbitros a situação melhorou muito, pois todos foram beneficiados com a ação movida pela entidade de classe que muito deles renegam ou renegaram em algum momento. Para os árbitros não faz diferença se o sindicato está ou não de portas abertas. Não importam nem mesmo se recebe as taxas em dia desde que sejam escalados.

Documento convocando árbitros e não sindicato para discutir valores da taxas 2016

CARTA SINDICAL

Outra conquista significativa do primeiro mandato foi a regularização da carta sindical, o mesmo que mais de vinte sindicatos espalhados pelo país tentam há uma década sem sucesso até o presente momento. O sindicato cearense foi o único nos últimos anos que conseguiu o feito e está regularizado juntamente com outros três (São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná).

“A filiação a uma central sindical (UGT-União Geral dos Trabalhadores) foi algo muito importante na agilização do processo. Agenor Lopes, presidente da UGT, foi o grande responsável por essa conquista. Sem a UGT não teríamos nossa carta sindica, pois a burocracia é imensa e a UGT foi essencial!” – disse o dirigente que completou:

“Agora somos de fato um sindicato com toda documentação em dia”.

Sobre o futuro João Lucas é bastante incisivo e prega a parceria como única saída.

“Temos uma reunião com o Mauro Carmélio logo no inicio do ano. Tudo depende dessa reunião, pois deste setembro houve uma reaproximação com o sindicato, mais é preciso realmente de uma parceria entre Federação, sindicato e árbitros.” – disse João Lucas.

 

Mesmo confiante numa mudança, João não esconde sua decepção com os associados.

“Ao fim do meu primeiro mandato, vejo uma total indiferença dos árbitros para com tudo que fizemos, pois é lamentável o árbitro só pensar em escalas, apenas 28 associados estão adimplentes com o sindicato. Acredito que o período das brigas já passou e os associados precisam entender que um sindicato com as portas fechadas o maior perdedor é o próprio associado!” – encerrou o presidente.

NOTA DO APITONACIONAL

Tivemos o prazer de conviver algumas vezes com João Lucas, uma pessoa aberta ao dialogo, transparente, visionário e extremamente amigo. O bom cearense pode errar por ação, jamais por covardia ou omissão. O feito que ele conseguiu no Ceará enfrentando sozinho e vencendo a Federação que saiu de uma situação de dividas com os árbitros para pagar as taxas adiantadas aliada a regularização da carta sindical já o torna o presidente mais vitorioso de todos os 27 que formam a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF).

Lamentavelmente por covardia e subserviência à Federação, os árbitros o abandonaram a própria sorte, preferindo formar grupinhos de fofocas em vez de se unirem a sua entidade de classe para lutar pelos direitos da categoria. Felizmente o presidente foi forte para seguir em frente contra tudo e contra todos não os abandonando, o que seria compreensível, conseguindo as conquistas que foram para todos. Mas tem muito ainda a ser feito, muitas conquistas pela frente que só serão alcançadas com união de todos.

Sozinho o árbitro até consegue chegar, mas unidos aos demais certamente ele vai muito mais longe.

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