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 03/01/2020    15:01hs

Mercante, do apito para o volante de Uber em um ano

Cláudio Mercante, ex-árbitro muito conhecido no futebol pernambucano, agora trabalha como motorista do aplicativo

Crédito: Reprodução Globoplay

Mercante chegou a ser um dos principais árbitros do Estado, mas rubro-negros ficaram na bronca na final de 2011 contra o Santa Cruz
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Cláudio Mercante chegou a ser um dos principais árbitros do Estado, mas rubro-negros ficaram na bronca na final de 2011 contra o Santa Cruz. Em 2015, aos 39 anos, parou de apitar. Depois de um ano como instrutor de árbitros da Federação Pernambucana de Futebol, foi descartado e, desde 2016, ganha a vida como motorista de aplicativo.

Ao solicitar um transporte via aplicativo de celular, o passageiro não conhece quem é o motorista que vai chegar. Recebe a notificação com o modelo, placa do carro, nome e distância. Mas, imagine a surpresa de alguns torcedores pernambucanos ao pedir o carro e Cláudio é o que aceita a corrida. Até aí, tudo bem. Ao abrir a porta do veículo, o Cláudio atrás do volante é o ex-árbitro Cláudio Mercante. Fora de campo, é assim que ele trabalha atualmente.

Mercante parou de apitar em 2015, aos 39 anos. Ele era um dos principais árbitros do quadro estado e continuou por mais um ano como instrutor de árbitros da Federação Pernambucana de Futebol (FPF).

“Depois, a Federação me descartou. Me inscrevi no Uber e até hoje estou dirigindo” - disse, ontem, em entrevista por telefone à reportagem do Jornal do Commercio e Blog do Torcedor.

Há três anos, o ex-árbitro é reconhecido por quem gosta de futebol e entra em seu carro. Mercante coleciona as boas histórias, dos elogios ao trabalho que presta. Mas, os torcedores mais rancorosos admitem as lembranças de dentro do gramado.

“Tem uns que reclamam, dizem que já esculhambaram. Mas a maioria sempre elogia o trabalho que foi feito” - emendou o agora motorista de Uber.

No entanto, o ex-árbitro prefere evitar as polêmicas como a de 2011, na famosa final do Campeonato Pernambucano entre Sport e Santa Cruz. Os rubro-negros reclamaram muito da atuação de Mercante na primeira partida da decisão daquela temporada, cobrando a não expulsão do zagueiro Thiago Matias logo no começo do jogo – o zagueiro era o último homem da defesa e fez falta no atacante Bruno Mineiro na entrada da área e recebeu de Mercante o cartão amarelo. O Santa Cruz venceu por 2x0 na Ilha do Retiro, gols de Gilberto e Landu. Na volta, no Arruda, o Sport ganhou por 1x0, mas o tricolor sagrou-se campeão pelo saldo de gols, evitando, assim, que o rival chegasse ao hexacampeão estadual.

Crédito: Nuno Guimarães/Gazeta Press

Cláudio Mercante atuando na partida ABC x Guaratinguetá, pelo Campeonato Brasileiro da Série B-2013

DO APITO PARA O VOLANTE

O trabalho no aplicativo Uber começou para Cláudio Mercante pela necessidade. Ao sair da FPF, o ex-árbitro se deparou com um mercado de trabalho restrito e difícil.

“Vi uma oportunidade boa de ganhar dinheiro honestamente dirigindo pelo aplicativo” - contou o motorista de 43 anos de idade. Para conseguir tirar um bom salário, ele estipula metas diárias, saindo de casa pela manhã cedo e retornando à noite.

Na opinião do ex-árbitro, a maior dificuldade enfrentada para quem trabalha como ele atualmente é a falta de segurança.

“A gente está a mercê, está na rua. Infelizmente, a plataforma ainda não dá essa segurança para o motorista que está trabalhando honestamente” - completou.

Durante 20 anos, Cláudio Mercante se dedicou exclusivamente à arbitragem. Agora, apita todos os domingos uma pelada em Jardim Paulista Baixo,bairro da cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, para não perder a forma e fazer o que gosta.

“Quando gosta, não esquece" - disse ele.

A vontade de voltar a instruir existe, mas ele não vê possibilidade por enquanto. Então, segue no volante sendo reconhecido pelos torcedores. Inclusive os mais rancorosos.

Crédito: Reprodução Twitter

As informações são do Jornal do Commercio

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