Como já havíamos antecipado sobre as
investigações que ocorria em sigilo no futebol e na arbitragem
paraibana com escutas telefônicas autorizadas pela justiça em
dirigentes e árbitros, o Ministério Público da Paraíba (MPPB),
através do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO)
e pela Polícia Civil deflagrou operação na madrugada desta
segunda-feira (9) sobre uma organização criminosa suspeita de
manipular resultados no futebol profissional da Paraíba.
Segundo fontes locais, as autoridades
teriam mandados de busca e apreensão para cumprir contra alguns
árbitros locais, inclusive do quadro da CBF. Entre os que
supostamente tiveram buscas em suas casas estariam o presidente da
comissão de arbitragem José Renato Albuquerque, os árbitros Renan
Roberto de Sousa, Luís Filipe Corrêa e Jose Maria Neto, trio que
apitou a final do ultimo sergipano. A inclusive suspeitas que os
dois jogos das finais teriam os resultados manipulados.
A ação recebeu o nome de Cartola e visa cumprir 39 mandados de busca
e apreensão nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina
Grande e Cajazeiras.
O objetivo é apurar crimes cometidos
por uma organização criminosa composta por membros da Federação
Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da
Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e
dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba.
A Polícia Civil contou com equipes de
monitoramento e vigilância, que analisaram centenas de documentos e
realizaram diligências durante 6 meses de investigações. O
cumprimento de mandados conta com a atuação de 230 policiais civis.
As investigações vêm acontecendo há
seis meses e apontam a manipulação de resultados de campeonatos de
futebol, adulteração de documentos, interferência em decisões da
justiça desportiva (TJD) e desvio de valores oriundos de partidas de
futebol profissional.
A operação coletou vários documentos
ao longo das investigações que apontam ainda a existência de dois
núcleos principais, com aproximadamente 80 membros identificados,
sendo o primeiro formado por membros da FPF, CEAF e Dirigentes de
clubes de futebol profissional, que seria responsável pelas decisões
mais importantes relacionadas ao futebol na Paraíba.
Já o segundo núcleo identificado seria
formado por membros executores ligados à CEAF, funcionários da FPF e
de clubes de futebol.
A investigação segue de forma sigilosa
e detalhes sobre o modo de atuação dos investigados,
individualização das condutas e demais características do grupo
investigado só poderão ser divulgados posteriormente, após a
conclusão da fase investigativa e análise de todo o material
apreendido.
O cumprimento dos mandados contou com
a atuação de 230 policiais civis de diversas cidades da Paraíba. Os
envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização
criminosa, falsidade ideológica, manipulação de resultados (crimes
do estatuto do torcedor) e por outras condutas sob apuração.
Estamos apurando e em breve traremos
novas informações.