É comum o
filho enxergar o pai como modelo a ser seguido. Por vezes, essa
admiração ultrapassa o campo emocional e adentra o profissional.
Filhos que seguem o mesmo caminho dos pais. Dentro das quatro linhas
do futebol acontece o mesmo. Com a bandeira e o apito de arbitragem,
também.
“Eu
gostava muito de futebol, segui na área de educação física e fiz o
curso quando surgiu a oportunidade. Arbitragem é algo que apaixona
rápido. Desde criança acompanho o meio”, disse Bruno Vieira,
atualmente árbitro assistente da CBF.
A fascinação
de Bruno desde a infância tem uma explicação: ele é filho de Neilson
Santos, que apitou partidas de futebol durante vinte anos.
Em 2011, Bruno concluiu a formação de árbitro. O pai não esconde o
orgulho de ver o filho exercendo a profissão. “Eu não imaginava
que ele fosse seguir. Nunca fiquei nervoso para apitar, mas fico a
partir do momento em que vejo Bruno trabalhando, principalmente por
causa de lances polêmicos. Mas dá satisfação, pois é difícil você
criar filhos e ter um de boa índole dentro de uma profissão
convivendo com os amigos que conviveram que você, no mesmo ambiente
de trabalho”, destaca Neilson.
Como todo
árbitro, os dois sabem o que é ser alvo de críticas e xingamentos
dos torcedores apaixonados. Contudo, Bruno assegura que não se
incomoda e que não há motivo para preocupação com ele ou com o pai.
“Sou tranqüilo, pois futebol mexe com muitas emoções das pessoas,
mas depois passa e a razão chega”, minimiza. Neilson destaca que o
profissionalismo do filho faz com que ele não seja um ponto de
ofensas das torcidas. “Felizmente, o pessoal não pega no pé dele,
pois é uma sensação que a gente não gosta, quer blindar, preservar.
Ninguém quer ver alguém que você ama exposto”, ressalta.
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Neilson Santos
encerrou a carreira em 2015, após duas décadas de
arbitragem. Foto: Ricardo B. Labastier |
Bruno Vieira
é o profissional mais jovem do quadro de arbitragem da Federação
Pernambucana de Futebol (FPF), aos 24 anos. Por isso, já teve a
oportunidade trabalhar em partidas junto ao pai, pois Neilson Santos
encerrou a carreira com o apito em 2015, aos 45 anos. “Já
trabalhamos tanto apitando quanto bandeirando e na final do
Pernambucano de 2013 fomos os reservas”, relembra o pai.
“Sensação
incrível” é como conta o filho. Ele ainda destaca que a situação
envolvendo um árbitro tão jovem e um tão experiente pode ser
descrita como inusitada. Para Bruno, a confiança que ele tem em
Neilson é um pilar fundamental na relação profissional dos dois.
“Não que não exista (confiança) com outros companheiros, mas com o
pai tem uma ligação de família e isso é diferente”, explica.
E, como todo
pai, Neilson se viu como mentor do filho no início da caminhada
profissional de Bruno. “Ele estava recém saído do curso de
árbitro e tentei passar alguma coisa, contribuir com a formação
dele. Me senti professor. Depois, ele já estava um pouco mais
experiente”, diz o pai coruja. O veterano garante: é o torcedor
número um de Bruno Vieira.
Fonte: Blog do
torcedor
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