15/08/2016    13:07hs

Paixão pela arbitragem que ultrapassa gerações

Comparação entre pai e filho. Foto: Acervo pessoal

 

 

É comum o filho enxergar o pai como modelo a ser seguido. Por vezes, essa admiração ultrapassa o campo emocional e adentra o profissional. Filhos que seguem o mesmo caminho dos pais. Dentro das quatro linhas do futebol acontece o mesmo. Com a bandeira e o apito de arbitragem, também.

 
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“Eu gostava muito de futebol, segui na área de educação física e fiz o curso quando surgiu a oportunidade. Arbitragem é algo que apaixona rápido. Desde criança acompanho o meio”, disse Bruno Vieira, atualmente árbitro assistente da CBF.

A fascinação de Bruno desde a infância tem uma explicação: ele é filho de Neilson Santos, que apitou partidas de futebol durante vinte anos.

Em 2011, Bruno concluiu a formação de árbitro. O pai não esconde o orgulho de ver o filho exercendo a profissão. “Eu não imaginava que ele fosse seguir. Nunca fiquei nervoso para apitar, mas fico a partir do momento em que vejo Bruno trabalhando, principalmente por causa de lances polêmicos. Mas dá satisfação, pois é difícil você criar filhos e ter um de boa índole dentro de uma profissão convivendo com os amigos que conviveram que você, no mesmo ambiente de trabalho”, destaca Neilson.

Como todo árbitro, os dois sabem o que é ser alvo de críticas e xingamentos dos torcedores apaixonados. Contudo, Bruno assegura que não se incomoda e que não há motivo para preocupação com ele ou com o pai. “Sou tranqüilo, pois futebol mexe com muitas emoções das pessoas, mas depois passa e a razão chega”, minimiza. Neilson destaca que o profissionalismo do filho faz com que ele não seja um ponto de ofensas das torcidas. “Felizmente, o pessoal não pega no pé dele, pois é uma sensação que a gente não gosta, quer blindar, preservar. Ninguém quer ver alguém que você ama exposto”, ressalta.

 
Neilson Santos encerrou a carreira em 2015, após duas décadas de arbitragem. Foto: Ricardo B. Labastier

Bruno Vieira é o profissional mais jovem do quadro de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), aos 24 anos. Por isso, já teve a oportunidade trabalhar em partidas junto ao pai, pois Neilson Santos encerrou a carreira com o apito em 2015, aos 45 anos. “Já trabalhamos tanto apitando quanto bandeirando e na final do Pernambucano de 2013 fomos os reservas”, relembra o pai.

“Sensação incrível” é como conta o filho. Ele ainda destaca que a situação envolvendo um árbitro tão jovem e um tão experiente pode ser descrita como inusitada. Para Bruno, a confiança que ele tem em Neilson é um pilar fundamental na relação profissional dos dois. “Não que não exista (confiança) com outros companheiros, mas com o pai tem uma ligação de família e isso é diferente”, explica.

 

 

E, como todo pai, Neilson se viu como mentor do filho no início da caminhada profissional de Bruno. “Ele estava recém saído do curso de árbitro e tentei passar alguma coisa, contribuir com a formação dele. Me senti professor. Depois, ele já estava um pouco mais experiente”, diz o pai coruja. O veterano garante: é o torcedor número um de Bruno Vieira.

Fonte: Blog do torcedor

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