Quando pisar no gramado do estádio Mário Filho, o Maracanã, neste
domingo, dia de 12 agosto, dias dos pais, para dar inicio a partida
entre Flamengo e Cruzeiro pela 18ª rodada, o árbitro paraense Dewson
Fernando Freitas da Silva estará completando sua centésima segunda
partida na Série A do Campeonato Brasileiro. Uma marca expressiva,
que poucos tiveram o privilégio de alcançar e que certamente será
acrescida até o fim da sua vitoriosa carreira.
Dewson estreou na primeira divisão nacional há exatos sete anos
atrás na partida entre os atléticos, o de Goiás e o do Paraná com
vitória dos visitantes por 3 a 0 dentro do estádio Serra Dourada. O
confronto foi disputado mais precisamente no dia 04 de agosto de
2011, onde aplicou seus dois primeiros cartões amarelos na
competição.
O paraense de gestos simples, fala mansa, educado e cortes, tem 37
anos (27/02/1981) e é considerado um dos maiores árbitros do Brasil.
Vive um bom momento na carreira e os números são altamente
favoráveis no seu terceiro ano no quadro internacional sendo o
primeiro árbitro do Pará no quadro da FIFA desde 1950. Antes dele,
apenas Gilberto de Almeida Rego, na Copa do Mundo de 1930, e Alberto
da Gama Malcher, que apitou a Copa de 1950, representaram o Estado
na arbitragem internacional. A dupla, no entanto, atuava por outras
federações. Dewson confessa que já recebeu convites, mas conta que
traçou um objetivo: atuar em um Mundial como representante da
Federação Paraense.
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Dewson durante sua partida
centenária - Crédito: Globoesporte.com |
Pesquisa
Depois da marca centenária conquistada no clássico paulista entre
Santos e Palmeiras pela 13ª rodada, Dewson atuou em mais uma
partida, a derrota do Vasco por 4 a 1 frente ao Corinthians em São
Januário, no Rio de Janeiro, onde aplicou quatro cartões amarelos e
sinalizou duas penalidades.
Segundo pesquisa realizada em nosso banco de dados, nas 101 partidas
realizadas até aqui, incluindo o clássico paulista e a ultima
atuação no confronto Vasco x Santos, Dewson advertiu os jogadores
com 533 cartões amarelos, expulsou sete com cartão vermelho direto,
quinze com o segundo cartão amarelo seguido do vermelho e marcou
vinte e oito penalidades.
Ao site da CBF o
árbitro paraense reiterou a honra de completar cem jogos no
Campeonato Brasileiro e agradeceu pessoas importantes em sua
trajetória.
"Me sinto muito
honrado por atingir essa marca, não é qualquer marca, entendeu? Cem
é cem, cem não é um. Ao mesmo tempo sou muito grato pela confiança
que meus superiores sempre tiveram com a minha pessoa e como
profissional também. Isso é muito importante, estou muito feliz,
passando por um momento excepcional da carreira, mais maduro, com pé
no chão e estou muito feliz mesmo. Toda essa felicidade eu
compartilho com meus superiores, porque eles são os responsáveis
também. Tenho mérito em questão de dedicação técnica, física, mas
sem a comissão em si, todo o trabalho, passando pela psicóloga, Dr.
Marta Magalhães, passando pelo físico, com o Paulo Camelo, Comissão
de Arbitragem, ENAF... Todos têm seu ponto nessa conquista. A gente
só chega na excelência com ajustes, a cada dia que vem passando eles
são responsáveis por fazer esses ajustes, então estou muito feliz e
emocionado por esse momento tão especial" - disse ele que antes
de concluir não esqueceu de agradecer a quem apostou em sua
carreira.
“Sou muito grato ao Sérgio Corrêa que acreditou em mim durante a
sua gestão e apostou em me colocar no quadro internacional” –
concluiu Dewson.
Dewson ou
Deivison?
Uma reportagem que foi ao ar no programa a ‘Regra é Clara’ comandada
por Arnaldo Cezar Coelho revelou detalhes antes só conhecido por
familiares e pessoas do seu convívio. A revelação foi feita pela sua
mãe, Maria do Socorro Freitas da Silva de 54 anos. Ela revelou como
o filho é conhecido desde seu nascimento.
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“Para mim
é o Deivison e não Dewson. Todos nós da família chamamos
Deivison e só depois que entrou na arbitragem que veio o
Dewson”
– disse dona Maria do Socorro. |
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Dewson com a mãe (Arquivo Pessoal) |
Assim, o destino
quis que o menino da rua sem asfalto e cheia de buracos na periferia
da grande Belém voasse para o mundo como expressou a sua mãe Socorro
Freitas.