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Leandro Vuaden - Crédito: César Greco |
O árbitro gaúcho Leandro Vuaden não
receberá as boas vindas quando for a Belém do Pará. A Câmara
Municipal da capital paraense aprovou na ultima segunda-feira (15)
um requerimento para dar a Vuaden o título de 'persona non grata',
ainda que de maneira simbólica. A iniciativa partiu do vereador Toré
Neto (PRB) e contou com o apoio de outros colegas. Tudo isso em
razão da decisão polêmica de Vuaden no jogo de volta das quartas de
final da Série C, em que o Paysandu foi derrotado pelo Náutico e
perdeu o acesso à Série B.
A reclamação do Paysandu é sobre um
pênalti marcado a favor do Náutico aos 49 minutos do segundo tempo,
quando a equipe de Belém vencia por 2 a 1. Vuaden viu a bola tocar a
mão de Uchôa dentro da área e marcou pênalti, decisão que revoltou
os bicolores. Jean Carlos converteu a cobrança e a decisão foi para
disputa de penalidades, vencida pelo Náutico.
ACUSAÇÕES
O vereador Toré Neto fez acusações sérias ao se referir ao pênalti
marcado por como um “grave erro proposital”. Ele também diz que a
imprensa esportiva, “sem exceção”, considerou a marcação um “roubo”,
além de citar os R$ 8 milhões que estavam em jogo pelo acesso.
"Pior ainda é que sabemos que nosso
Estado sobre constante discriminação, por ser da Região Norte, e os
clubes não querem fazer constantes viagens por acharem desgastante
vir pro Norte. Somos maior que tudo isso. O Pará precisa se unir
para acabar com esses roubos, mal caratismo desse tipo de
profissional" - diz um trecho do texto.
"Eu tenho visto no dia-a-dia a
indignação dos torcedores do Pará, em especial do Paysandu, com esse
árbitro. Se a população de tudo o que é lugar não começar a combater
esse tipo de falcatrua, esse juiz vai acabar sendo árbitro de VAR
(árbitro de vídeo). O objetivo é que isso não aconteça. Eu tenho
certeza absoluta que foi de má fé. Ele estava há três metros do
lance" - afirma o vereador.
Por fim, o parlamentar afirmou que
“sabe que o estado sofre discriminação por ser da região Norte” e
pediu que o requerimento fosse comunicado para a CBF, a Associação
Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), a Federação Paraense de
Futebol (FPF) e ao Paysandu.
ANULAÇÃO
Indignado com o pênalti, o Paysandu pediu a anulação do jogo e
conseguiu um julgamento, marcado para sexta-feira, no Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Paysandu, que usa a
anulação do duelo entre Aparecidense e Ponte Preta, na Copa do
Brasil deste ano, e duas partidas anuladas pela FIFA como exemplo,
entende que a marcação do árbitro Leandro Pedro Vuaden configura
erro de direito, de maneira que fere o Art. 259, parágrafo 1º do
Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).