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 19/10/2018    05:32hs

Presidente de Federação ameaça árbitros

Aron Dresch, dono do Cuiabá e presidente da Federação Mato-grossense, ameaça rebaixar árbitros que atuarem em partidas do futebol amador

Aron Dresch - Crédito: Marcus Mesquita/MidiaNews
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Absurda, arbitraria e com requinte de tirania a declaração de Aron Dresch, presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), ameaçando punir os árbitros que atuarem no futebol amador. As ameaças foram feitas na ultima terça-feira (16) durante o Conselho Arbitral da Primeira Divisão do Futebol Estadual. Segundo o dirigente, o árbitro que atuar em campeonatos amadores de Cuiabá e outras regiões do Estado serão rebaixados para a fase inicial da carreira.

O dirigente ainda disse que não se pode permitir que o árbitro relacionado para as divisões profissionais do futebol estadual e até mesmo de competições promovidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aceitem apitar partidas do futebol amador.

Aron vetou patrocínio de 25 mil entre sindicato e Ligraf - foto divulgação

“Estamos falando de profissionalismo, deixar o nosso futebol cada vez mais profissional, em condições de chegar a Série A do futebol brasileiro, de conquistar títulos nacionais e internacionais. Portanto, não podemos aceitar, neste contexto, que a nossa arbitragem seja tão amadora. Ela também tem de ser profissional, se conscientizar disso” - disse o dirigente que acrescentou:

“Quem não cumprir a nossa ordem será punido. Queremos que nossos árbitros sejam altamente capacitados, que possam ser lembrados para apitar partidas nacionais e não amadoras. Todos vão ter de se enquadrar em nossas determinações” - encerrou Aron Dresch.

Fora a taxa irrisória que a Federação paga por partida para cada árbitro (600 reais no ultimo estadual), a entidade não tem campeonatos e nem condições de exigir que os profissionais do apito trabalhem só para ela. Além disso, os árbitros não tem carteira assinada com a FMF, são autônomos e não podem ser proibidos de trabalharem onde quiserem ou ameaçados de punição por estar exercendo a profissão onde complementam a renda familiar. Essa declaração do presidente da Federação é digna de senhores do engenho acostumados em botar cabresto em seus trabalhadores que eram tratados como se escravos fossem.

A Federação Mato-grossense de Futebol vive ainda no sistema de coronelismo. Seu atual presidente, Aron Dresch é, juntamente com seu irmão Alessandro Dresch, proprietários da Drebor Borrachas e do clube empresa Cuiabá Esporte Clube. Ao assumir a entidade em maio de 2017, Aron manteve o Cel. Magalhães (Altair das Neves Magalhães), ex-comandante da Polícia Militar do Mato Grosso, no comando da arbitragem que teria ameaçado deixar os árbitros Alinor Paixão, Marcelo Alves e Rodrigo Fonseca fora da lista da CBF por supostos erros contra o Cuiabá.

Cel. Magalhães comanda com punho de aço arbitragem mato-grossense desde 2006 - Crédito: Robson Boamorte

Para aumentar a crise, Alinor Paixão, presidente do sindicato, teria uma empresa de arbitragem que atua no futebol amador na região.

Segundo ainda as informações, após a posse, o dirigente vetou o patrocínio de 25 mil reais ano que o sindicato dos árbitros mantinham com a gráfica Ligraf.

Nota do Apitonacional

O Apitonacional repudia a declaração do dirigente e clama os dignos representantes da arbitragem tanto a nível estadual no nome de Alinor Paixão, presidente do sindicato dos árbitros local e Marco Antônio Martins, presidente da Associação Nacional dos Árbitros de futebol (ANAF) para que intercedam em nome dos árbitros perante a Federação Mato-grossense e junto ao Ministério Publico do Trabalho (MPT) que certamente colocara a entidade no seu devido lugar.

O que disseram

Procuramos Alinor Paixão, presidente do Sindicato dos Árbitros de Mato Grosso (SINDAMAT) para que falasse sobre a declaração do presidente da FMF. Segundo Alinor, a atitude é arbitrária e ilegal e que na manhã desta sexta-feira (19) a diretoria fará uma reunião onde buscara providencias para defender os árbitros.

"Infelizmente no Brasil árbitro é visto como algo indiferente que não valorizam e nem respeitam, mas faremos de tudo para defender e resguardar a integridade moral dos árbitros" - disse Alinor.

Não conseguimos contatar Aron Dresch.

Alinor Paixão, árbitro CBF, presidente do sindicato dos árbitros e dono de empresa de arbitragem - Crédito: Gazeta Press

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