Na noite do último sábado (6), o
Goiás venceu o Fortaleza por 1 a 0, no estádio Hailé Pinheiro, em
jogo válido pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Durante a
partida, o clube teve dois gols anulados: o primeiro se deu por
conta da posição de impedimento do atleta Allano e, no segundo, o
árbitro de campo, Leandro Pedro Vuaden, auxiliado pelo VAR, Thiago
Duarte Peixoto, assinalou falta de Higor em Marinho, no início da
jogada.
Apesar da vitória, o Goiás ficou
na bronca contra a arbitragem. Após a partida, o técnico Armando
Evangelista e os jogadores não concederam entrevista coletiva. Quem
falou foi o presidente Paulo Rogério Pinheiro, que condenou o nível
dos árbitros.
“Dizem que os dirigentes cobram
só na derrota, mas cobrei no empate e cobro agora de novo na
vitória. Nós, diretoria, comissão técnica e jogadores, já não
aguentamos mais conviver com tantos problemas de arbitragem, que vem
acontecendo com o Goiás desde o ano passado. Parece que não querem o
Goiás na Série A. Ano passado eu disse que não iriam nos rebaixar e
digo que não será neste ano de novo. É inadmissível o Brasil
continuar com esse nível de arbitragem ridículo. Já perdi a conta de
quantos ofícios mandei para a CBF. Além disso, a Federação Goiana de
Futebol (FGF), numa atitude digna de uma federação que defende seu
afiliado, policiou-se fortemente a nosso favor e contra a
arbitragem. Estamos cansados. já ligamos, já conversamos com Seneme
e nada. ‘Ah, vou suspender o árbitro’, mas aí já perdi os três
pontos. O Goiás não admite ser roubado mais” - finalizou.
|
Wilson Seneme e Ednaldo Rodrigues unidos
contra o futebol e a arbitragem goiana - Crédito: Alex
Ramos/CBF |
A principal reclamação é sobre um
gol marcado pelo Goiás e que foi anulado após consulta ao Árbitro de
Vídeo (VAR). João Magno balançou as redes, mas o árbitro Leandro
Vuaden pegou uma falta de Higor Meritão em Marinho na origem da
jogada. Antes, o clube já havia tido um gol invalidado por
impedimento. Esse, Paulo Rogério não questiona.
“Nós estamos cansados. O que
vimos hoje (sábado), é um absurdo de novo. O segundo gol foi anulado
corretamente, com a ajuda do VAR, mas o outro foi um absurdo. Se
fosse dentro da área, seria pênalti, Seneme (Wilson Seneme,
presidente da Comissão de Arbitragem da CBF)? Algum árbitro teria
marcado essa falta? Aliás, o árbitro de hoje passou da hora de
aposentar. Chega! Até quando nós vamos suportar isso? Até quando a
arbitragem brasileira vai ser chacota no mundo? Por isso nossa
revolta” - acrescentou o dirigente.
Segundo o dirigente, o principal
culpado pelo nível da arbitragem no Brasil ser tão ruim é o
presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Paulo Rogério criticou a
postura do mandatário e cobrou mais atitude para resolver os
problemas do futebol brasileiro.
“Ednaldo, saia do ostracismo.
Seja protagonista. O senhor está escondido atrás de seus diretores.
O senhor não aparece. Dê a cara como estou dando aqui. Me receba na
CBF, coisa que o senhor nunca fez em três anos. Saia do ostracismo!
CBF não é parque de diversão. É coisa séria. Ninguém está brincando
de fazer futebol. O senhor está escondido atrás dos seus diretores
[...] Já cansei de falar com o Seneme, não resolve mais. Senhor
Ednaldo, bata na mesa e resolva. Se não der conta, peça para sair”
– encerrou o dirigente.
|
"Passou da hora de
aposentar?" - Vuaden anulando segundo gol do Goiás -
Crédito: Reprodução Premiere |
Vingança de Seneme
Incomodado com as criticas ao seu
trabalho e aos seus comandados, Wilson Luiz Seneme, presidente da
comissão de arbitragem da CBF, jogou toda sua fúria reagindo ao
melhor estilo ditador não escalando árbitros do quadro goiano em
competições nacional. Nas duas ultimas rodadas, coincidentemente com
criticas do Goiás e da Federação Goiana de Futebol (FGF), nenhum
árbitro foi designado nos 92 jogos das quatro principais divisões do
futebol brasileiro (Séries A, B, C e D).
Uma fonte dentro da CA/CBF, em condições de anonimato, confidenciou
que Seneme esta fazendo esta retaliação a arbitragem e ao futebol
goiano a mando de Ednaldo Rodrigues, Presidente da CBF, que alem de
se vingar do time e da federação goiana, da um forte recado, que
serve também como ameaça, para quem ousar criticar a arbitragem e o
comando da CBF.
As atitudes ditatoriais e nada
políticas de Ednaldo Rodrigues e Wilson Seneme só servem para
aumentar a lista de inimigos, que sozinhos são fracos, mas unidos
podem mudar essa situação muito rapidamente. Basta vontade e
principalmente coragem!
ABRAFUT se cala
Árbitros de todo Brasil estão
atônitos e sem entender os motivos pelo qual a ABRAFUT - Associação
Nacional dos Árbitros CBF -, não se pronunciam sobre a perseguição
da CA/CBF contra a arbitragem goiana. Como todos são prestadores de
serviços para a CBF e pela tirania dos dirigentes, quem ousar
reclamar corre riscos de não só ficar fora das escalas, mas decretar
fim da carreira.
Os goianos Wilton Sampaio e Bruno
Pires fazem parte da diretoria e estão apanhando calados,
diferentemente do propósito de criação da entidade.