15/11/2016    18:36hs

Propaganda enganosa

CBF exalta trabalho com arbitragem, mas ignora árbitro lesionado             que espera a seis meses para ter despesas ressarcidas

Comissão de Arbitragem reunida: Trabalho bem feito ou propaganda enganosa?

 

 


O site da CBF publicou no ultimo sábado (12), matéria sobre a reunião da Comissão de Arbitragem com todos seus membros, treze pessoas, onde foi divulgado um balanço da temporada e o planejamento para os próximos anos.

 
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Segundo a matéria foram debatidos critérios para o aproveitamento dos árbitros nas competições organizadas pela CBF nas temporadas de 2017 e 2018. Entre as pautas, estiveram medidas para cruzar dados e informações sobre os árbitros e os assistentes.

O recém-empossado Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem, disse que o planejamento inclui a formação do quadro de árbitros e a organização de treinamentos.

Grifo nosso: A pergunta é: quando a CBF formou um árbitro e desde quando ela tem quadro de árbitros?

Enquanto a CBF vende uma imagem de organização, de comprometimento com a arbitragem, casos como a do baiano Arilson Bispo da Anunciação mostram justamente ao contrario, mostra que a entidade se preocupa com a imagem dela, mas jamais com as necessidades dos árbitros.

 
Arilson deixando o campo lesionado

Entenda

Arilson Bispo da Anunciação se lesionou no dia 27 de abril deste ano no inicio da partida entre Santa Cruz e Campinense, confronto de ida pela final da Copa do Nordeste disputada no Estádio do Arruda em Recife-PE (vídeo abaixo).

Após a cobrança de um escanteio, no momento que iniciava deslocamento para acompanhar jogada, Arilson sofreu uma gravíssima contusão que exames posteriores apontaram como rompimento total do tendão medial da panturrilha o que o impediu de prosseguir na partida sendo de imediato substituído pelo quarto árbitro.

Um mês depois passou por cirurgia, teve que usar botas de proteção por seis semanas e ficou noventa dias afastado de qualquer atividade fazendo a recuperação.

Arilson foi informado pela CA-CBF que o seguro que a CBF contrata para as partidas, como exige o estatuto do torcedor, iria reembolsar todas as despesas, mas apesar de todos os esforços e solicitações burocráticas à entidade, até hoje (sete meses depois) o árbitro não recebeu sequer um centavo do dinheiro gasto na sua recuperação assim como ressarcimento dos dias parados.

 

Apesar de ser vice-presidente regional da ANAF (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Arilson não teve desta a ajuda efetiva e merecida que necessitou nesse episodio, ou seja, uma intervenção firme de uma entidade que se diz representante dos árbitros.

Desabafo

Se a entidade não fez seu papel como era esperado, seu diretor financeiro, Salmo Valentim,  ficou indignado com a matéria exaltando o trabalho da CBF com a arbitragem enquanto na realidade não cumpre o papel como deveria e deixou seu recado cobrando tratamento digno aos árbitros.

“Como disse Rui Barbosa: de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a se desanimar da virtude, rir da honra e ter vergonha de ser honesto” – disse Valentim.

O dirigente ainda acusou a CBF de lavar as mãos no momento em que o árbitro mais precisou.

“Arilson foi abandonado pela CNA que simplesmente lavou as mãos no momento que ele mais precisou na sua carreira. Simplificando, o projeto é de poder pessoal e não coletivo. O que adianta uma reunião com tantos membros, se um profissional fica afastado por seis meses de suas atividades por um acidente em pleno exercício da profissão e é simplesmente jogado no lixo. Nem o seguro acidente que deveria estar pago, estava, conforme informou por escrito a corretora responsável pelo seguro de acidentes. Todos esses documentos foram devidamente enviados para a CNA. Até quando vamos admitir estas indiferenças com a pessoa humana...” - acrescentou Salmo.

 
Carta do Itaú informando que o árbitro não estava assegurado como informou a CBF

 

Salmo ainda atacou as condições mínimas de trabalho e frisou que os árbitros não são como copos descartáveis.

Não somo copos descartáveis... Somos árbitros e antes disso... Somos homens dignos, sérios, honesto e comprometidos com o trabalho, mesmo sem as mínimas condições necessárias para o desempenho de excelência da profissão” – encerrou Salmo Valentim.

Retorno

 
Ainda sem ser ressarcido, Arilson retornou aos treinamentos na semana passada

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