A agressão e o gesto obsceno trocados entre os flamenguistas
Rhodolfo e Felipe Vizeu durante a vitória do Flamengo por 3 a 0
sobre Corinthians, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, custou
caro ao árbitro Wagner Reway. Denunciado por não coibir a violência
entre os atletas e deixar de punir Vizeu na comemoração do gol com
gesto obsceno, Reway foi julgado por dupla infração ao artigo 260 do
CBJD que prevê suspensão de 30 a 180 dias, podendo ser acumulado com
multa entre R$ 100 e R$ 1 mil.
No julgamento, realizado em 1 de dezembro, pela Quinta Comissão
Disciplinar, Reway foi apenado com 30 dias de suspensão e multado em
100 reais.
Presente no julgamento e fazendo sua própria defesa, o árbitro
prestou depoimento e explicou o motivo de não ter punido os
jogadores do Flamengo.
"Não conseguimos ver a agressão, infelizmente." O árbitro
afirmou ainda ter visto que Vizeu levantou o braço na comemoração do
gol, porém não conseguiu identificar o gesto.
"Senti que levantou o braço, mas não vi que levantou o dedo."
Reway disse ainda que se tivesse presenciado os fatos teria aplicado
o vermelho nos dois momentos.
Relator do processo, o Auditor João Riche votou pela suspensão de 30
dias e multa de R$ 100 ao árbitro no artigo 266. Os auditores
Eduardo Mello e José Nascimento acompanharam o relator na íntegra.
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Reway dando
depoimento no STJD. Foto: Daniela Lameira / Site STJD |
Tentamos conversar com Wagner Reway que disse não querer falar sobre
o assunto. Apuramos que o mato-grossense não foi defendido no STJD
pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) por estar
inadimplente com a entidade.
Segundo ainda o apurado, Reway não entrou com recurso no pleno do
órgão julgador, pois teria que pagar mais de mil reais de taxas para
recorrer da pena, taxa essa que seria bancada pela ANAF caso
estivesse em dia com suas obrigações financeiras com a entidade, e
como a punição termina no início de janeiro, não vai trazer prejuízo
nas escalas. Porém, segundo um especialista no esporte, o árbitro
perde a primariedade e caso seja punido novamente, não poderá
converter a pena em cestas básicas.
Nota da
redação:
Sobre inadimplência com a Associação Nacional dos Árbitros de
Futebol, apuramos que Reway estaria com débito superior a dois mil
reais com a ANAF. Mas ele não é o único, segundo informações não
oficiais, quase trezentos nomes entre árbitros e assistentes devem,
juntos, mais de vinte mil reais a entidade e os maiores devedores
seriam Heber Roberto Lopes, que atua por Santa Catarina, com
aproximadamente três mil e quinhentos reais seguido do paulista
Raphael Claus com pouco mais de três mil reais. Vale frisar que
Claus ganhou mais de quinhentos mil reais nos últimos três anos só
de prêmios da FPF e da CBF. Sobre este ultimo, a quem diga que o
mesmo em tom de chacota costuma dizer que comprou uma TV Smart de 51
polegadas com o dinheiro que deveria ser pago a ANAF.
Depois, esses mesmos árbitros, que sequer pagam o que devem a
associação, ficam reclamando nos bastidores a forma como sua
entidade de classe é gerida. Ou seja, não são exemplos, não
participam de nada e ainda querem reclamar.