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 22/12/2017    06:09hs

Sky patrocinara arbitragem paulista

Empresa que já patrocina árbitros no brasileiro chega a São Paulo na temporada 2018; Estréia da marca será na Copa São Paulo de Futebol Júnior

Foto divulgação

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A Sky, operadora de TV por assinatura via satélite, controlada pelo grupo Disney, acertou com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e estará nas mangas dos árbitros nos torneios da entidade. O contrato será válido durante a temporada 2018, mas poderá ser prorrogado. O principal ativo será o Campeonato Paulista.

Com este patrocínio, a operadora passa a apoiar os maiores campeonatos de futebol do país – Paulistão, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.

O acordo abrange todos os torneios da Federação Paulista de Futebol, onde a marca será estampada nas mangas das camisas dos árbitros das competições da FPF alcançando mais de 4 mil jogos nas 17 competições da entidade que vai desde as categorias de base, como o sub-11, passando pelo Feminino até a Copa São Paulo e o Paulistão Série A1, principais competições da FPF. O contrato também prevê o direito a ativações nos jogos e nas redes sociais da FPF.

Apesar do Paulistão ser o principal torneio envolvido no contrato, a Sky também terá outros torneios com exposição abrangente, inclusive com televisão aberta. É o caso da Copa São Paulo de Futebol Júnior, que deverá marcar a estréia da parceria da empresa com a federação de futebol do Estado de São Paulo.

Além da exposição da marca na arbitragem, o acordo entre Sky e a entidade inclui o direito de ativações nos jogos e nas redes sociais da Federação Paulista. Os detalhes das ações, no entanto, ainda não foram divulgados. O logotipo da Sky substituirá o da Marabraz que ocupava o espaço até o final deste ano.

Fora de campo, a parceria já está em funcionamento; a marca da companhia esteve presente nos backdrops do sorteio do Paulistão realizado em outubro.

Árbitros

Procurado, o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (SAFESP), Arthur Alves Junior, disse se surpreso com a informação, que não foi consultado e nem informado do acordo entre FPF e a Sky, mas que procuraria a entidade do futebol para saber mais informações.

Conversamos também com alguns árbitros que na condição de anonimato disseram que nunca foram informados sobre qualquer acordo de patrocínio e que nunca receberam qualquer valor referente a estes acordos. Disseram também que esta função é do sindicato, mas não sabem porque o representante da categoria não toma posição publica sobre esse assunto tendo em vista que o mesmo viaja o país em busca deste direito para os companheiros do quadro nacional.

Arthur Alves Junior (esq) com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF. Árbitros não foram informado do acordo

MPT considera negociação ilegal

O acordo pode sofrer sansões futuramente, segundo entendimento do Ministério Público do Trabalho (MPT), seção RJ, a CBF e conseqüentemente as federações não tem competência para celebrar acordo de patrocínio nas camisas dos árbitros. O MPT inclusive move ação na justiça carioca pedindo que a CBF seja impedida de negociar os contratos de patrocínio dos árbitros e que a negociação passe a ser feita pela entidade de classe dos profissionais.

O pedido foi feito após investigação do MPT que aponta que a CBF negociou, de forma irregular, espaço de publicidade na camisa de árbitros e assistentes. As negociações foram feitas com ausência da entidade de classe dos profissionais, no caso a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), e sem qualquer repasse de vantagens econômicas provenientes dos patrocínios aos árbitros.

 

“Como a CBF afirma nem mesmo ser empregadora dos árbitros, não há qualquer autorização legal para negociar patrocínio no nome desses trabalhadores, muito menos auferir para si todo o montante do valor dos patrocínios. Isso fere qualquer senso de direito” - declarou o procurador Rodrigo Carelli na ação contra a CBF.

Rodrigo Carelli

   

Segundo apurado, o mesmo modelo foi adotado no acordo entre a Sky e a FPF em São Paulo excluindo os árbitros e seus representantes das negociações e sem qualquer repasse de vantagens econômicas provenientes dos patrocínios aos árbitros para os profissionais do apito.

O MPT apresentou estudo que aponta que o uniforme dos árbitros tem, em média, 63 aparições na TV durante uma partida de futebol, o que soma um tempo de 4 minutos. O tempo justifica, segundo o ministério, os valores milionários pagos pelas empresas para divulgarem suas marcas nos espaços das camisas da arbitragem.

O MPT solicita na ação que a CBF seja impedida de negociar os contratos de patrocínio dos árbitros e que a negociação passe a ser feita pela entidade de classe dos profissionais ou que seja repassado a eles 80% dos valores dos contratos caso a Justiça entenda que a CBF pode continuar fazendo a negociação.

A Semp Toshiba, hoje TCL, mantém com a CBF, acordo milionário onde repassa R$ 1.700,000,00 anual pela publicidade nas camisas dos árbitros (veja). Em São Paulo, por ser o maior estado do país com um futebol milionário e de alta visibilidade, imagina-se que o acordo não deve ser inferior a hum milhão de reais ano.

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