A Sky, operadora de TV por assinatura via satélite, controlada pelo
grupo Disney, acertou com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e estará nas
mangas dos árbitros nos torneios da entidade. O contrato será válido
durante a temporada 2018, mas poderá ser prorrogado. O principal
ativo será o Campeonato Paulista.
Com este
patrocínio, a operadora passa a apoiar os maiores campeonatos de
futebol do país – Paulistão, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.
O acordo abrange todos os torneios da Federação Paulista de Futebol,
onde a marca será estampada nas mangas das camisas dos árbitros das
competições da FPF alcançando mais de 4 mil jogos nas 17 competições
da entidade que vai desde as categorias de base, como o sub-11,
passando pelo Feminino até a Copa São Paulo e o Paulistão Série A1,
principais competições da FPF. O contrato também prevê o direito a
ativações nos jogos e nas redes sociais da FPF.
Apesar do Paulistão ser o principal torneio envolvido no contrato,
a Sky também terá outros torneios com exposição abrangente,
inclusive com televisão aberta. É o caso da Copa São Paulo de
Futebol Júnior, que deverá marcar a estréia da parceria da empresa
com a federação de futebol do Estado de São Paulo.
Além da exposição da marca na arbitragem, o acordo entre Sky e a
entidade inclui o direito de ativações nos jogos e nas redes sociais
da Federação Paulista. Os detalhes das ações, no entanto, ainda não
foram divulgados. O logotipo da Sky substituirá o da Marabraz que ocupava
o espaço até o final deste ano.
Fora de campo, a parceria já está em funcionamento; a marca da
companhia esteve presente nos backdrops do sorteio do Paulistão
realizado em outubro.
Árbitros
Procurado, o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do
Estado de São Paulo (SAFESP), Arthur Alves Junior, disse se surpreso
com a informação, que não foi consultado e nem informado do acordo
entre FPF e a Sky, mas que procuraria a entidade do futebol para saber mais
informações.
Conversamos também com alguns árbitros que na condição de anonimato
disseram que nunca foram informados sobre qualquer acordo de
patrocínio e que nunca receberam qualquer valor referente a estes
acordos. Disseram também que esta função é do sindicato, mas não
sabem porque o representante da categoria não toma posição publica
sobre esse assunto tendo em vista que o mesmo viaja o país em busca
deste direito para os companheiros do quadro nacional.
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Arthur Alves Junior (esq) com
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF. Árbitros
não foram informado do acordo |
MPT considera
negociação ilegal
O acordo pode sofrer sansões futuramente, segundo entendimento do
Ministério Público do Trabalho (MPT), seção RJ, a CBF e
conseqüentemente as federações não tem competência para celebrar
acordo de patrocínio nas camisas dos árbitros. O MPT inclusive move
ação na justiça carioca pedindo que a CBF seja impedida de negociar
os contratos de patrocínio dos árbitros e que a negociação passe a
ser feita pela entidade de classe dos profissionais.
O pedido foi feito
após investigação do MPT que aponta que a CBF negociou, de forma irregular,
espaço de publicidade na camisa de árbitros e assistentes. As
negociações foram feitas com ausência da entidade de classe dos
profissionais, no caso a Associação Nacional de Árbitros de Futebol
(ANAF), e sem qualquer repasse de vantagens econômicas provenientes
dos patrocínios aos árbitros.
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“Como a CBF
afirma nem mesmo ser empregadora dos árbitros, não há qualquer
autorização legal para negociar patrocínio no nome desses
trabalhadores, muito menos auferir para si todo o montante do valor
dos patrocínios. Isso fere qualquer senso de direito” - declarou
o procurador Rodrigo Carelli na ação contra a CBF. |
Rodrigo Carelli |
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Segundo apurado, o
mesmo modelo foi adotado no acordo entre a Sky e a FPF em São Paulo
excluindo os árbitros e seus representantes das negociações e sem
qualquer repasse de vantagens econômicas provenientes dos
patrocínios aos árbitros para os profissionais do apito.
O MPT apresentou
estudo que aponta que o uniforme dos árbitros tem, em média, 63
aparições na TV durante uma partida de futebol, o que soma um tempo
de 4 minutos. O tempo justifica, segundo o ministério, os valores
milionários pagos pelas empresas para divulgarem suas marcas nos
espaços das camisas da arbitragem.
O MPT solicita na
ação que a CBF seja impedida de negociar os contratos de patrocínio
dos árbitros e que a negociação passe a ser feita pela entidade de
classe dos profissionais ou que seja repassado a eles 80% dos
valores dos contratos caso a Justiça entenda que a CBF pode
continuar fazendo a negociação.
A Semp Toshiba,
hoje TCL, mantém com a CBF, acordo milionário onde repassa R$
1.700,000,00 anual pela publicidade nas camisas dos árbitros (veja). Em São
Paulo, por ser o maior estado do país com um futebol milionário e de
alta visibilidade, imagina-se que o acordo não deve ser inferior a hum milhão de
reais ano.