Após o fim do
primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o
Apitonacional baseado no ranking de desempenho divulgado
no site da CBF, fez um trabalho estatístico para comparar os 39
árbitros que atuaram nos 190 jogos das 19 rodadas do primeiro turno
do certame nacional. Vale ressaltar que os números aqui apresentados
foram baseados nos dados disponíveis no site da CBF que é usado pela
comissão de arbitragem da entidade para premiar o Top 3 (tres trios
em cada rodada) e serão usados como base para escolher o
melhor trio de arbitragem do campeonato brasileiro no fim da
competição.
Mas antes vamos
falar um pouco sobre o Top 3 surgido como uma idéia do presidente da
CBF Marco Polo Del Nero para eleger os melhores trios de cada
rodada. Para por em pratica a idéia de Del Nero, a nova comissão
capitaniada pelo Coronel do apito Marcos Cabral Marinho de Moura
(Cel. Marinho), desenvolveu uma nova formula de avaliação chamada de
Radar. No formato, dois analistas de arbitragem - um de campo e um
de vídeo - fazem analises minuto a minuto alimentando um
aparelho estilo tablet com as informações podendo inclusive
disponibilizar links de imagens para serem consultadas e etc. Estas
analises vão para um computador central na sede da CBF que soma e
avalia todas as variáveis recebidas para chegar a uma nota final de
cada componente da arbitragem da partida analisada.
Cabe informar que
segundo apuramos o programa foi desenvolvido pelo árbitro potiguar
Ítalo Medeiros que, estatisticamente falando, fez um belo trabalho
tirando das mãos dos analistas a subjetividade da nota. Para ser
mais justa ainda a CA-CBF ainda conta com um ultimo analista,
chamado de analista final, ele revisa possíveis falhas ou
discrepâncias nas avaliações.
|
O radar e seu criador o árbitro potiguar
Ítalo Medeiros |
Com as três notas -
de todos os componentes da arbitragem - somadas, da uma pontuação
final que é comparadas entre todas as equipes da rodada chegando as
três com maior pontuação denominadas Top 3 sendo cada uma delas
agraciadas com o valor da metade da taxa do jogo como prêmio.
O
Apitonacional pegou todas as
atuações do primeiro turno e todas as vezes que os apitadores
entraram no top 3 com o objetivo de avaliar quem esta bem ranqueado.
Em número de vezes em aparição no Top 3 esta o paulista Raphael
Claus que vem provando ser um dos melhores árbitro do Brasil na
atualidade. Vale frisar que Claus foi eleito o melhor árbitro do
Campeonato Brasileiro do ano passado dividindo o premio de 500 mil
reais com os também paulistas Marcelo Van Gasse e Rogério Zanardo.
Claus, também rei
das premiações em São Paulo, superou um inicio inseguro na FIFA,
ganhou experiência e pegou confiança cada vez mais a nível nacional,
fato que junto com sua dedicação, tem feito a diferença. Ninguém foi
mais eficaz que ele, nas 19 rodadas do primeiro turno deste
brasileiro ele apareceu em cinco como Top 3.
Já em percentual de
aparições no Top 3 uma grata surpresa, tido como o patinho feio do
apito, Pablo dos Santos Alves que apita pela Paraíba foi o mais
efetivo. O cigano do apito e sua equipe foram Top 3 em duas das três
partidas que atuou, tendo um percentual de 66,66% de efetividade nas
analises segundo dados da CBF.
|
Descrição e eficiência marca carreira de
Pablo Alves, o barba ruiva e patinho feio do apito
brasileiro. Foto: Fabiano
Mesquita/Gazetapress |
Outros árbitros
também tiveram participação destacada, entre eles Igor Benevenuto de
Minas Gerais e o goiano Wilton Pereira Sampaio que apareceram bem
nas atuações no top 3 o que é um grande feito devido as oscilações
recorrente na carreira desses dois bons, mais instáveis apitadores.
Analisando os
dados, como grata surpresa as atuações dos ‘máster’, ou seja, quem
esta acima dos 40 anos. Os experientes Marcelos De Lima (RJ) e
Aparecido (SP) tem provado junto com Jailson Freitas que idade não é
um empecilho para apitar em alto nível. A motivação por eles
demonstradas nas partidas é algo admirável e digno de elogios.
Veja abaixo as
aparições de cada árbitro no top 3.
Árbitro |
Jogos
|
Top 3 |
Percentual efetivo |
1 |
Pablo dos Santos Alves/PB
(41 anos) |
3 |
2 |
66,66% |
2 |
Raphael Claus/SP (38 anos) |
8 |
5 |
62,50% |
3 |
Igor José Benevenuto/MG 37
anos) |
5 |
3 |
60.00% |
4 |
Elmo Rezende Cunha/GO (43
anos) |
4 |
2 |
50,00% |
5 |
Wilton Pereira Sampaio/GO
(35 anos) |
6 |
3 |
50,00% |
6 |
Sandro Meira Ricci/SC 43
anos |
4 |
2 |
50,00% |
7 |
Dyorgines José Padovani de
Andrade/ES (37 anos) |
2 |
1 |
50,00% |
8 |
Marcelo Aparecido Ribeiro
de Souza/SP (45 anos) |
7 |
3 |
42,85% |
9 |
Ricardo Marques Ribeiro/MG
(38 anos) |
7 |
3 |
42,85% |
10 |
Rodolpho Toski Marques/PR
(31 anos) |
7 |
3 |
42,85% |
11 |
André Luiz de Freitas
Castro/GO (43 anos) |
5 |
2 |
40% |
12 |
Leandro Pedro Vuaden/RS
(42 anos) |
5 |
2 |
40% |
13 |
Leandro Bizzio Marinho/SP
(39 anos) |
5 |
2 |
40% |
14 |
Claudio Francisco Lima e
Silva/SE (37 anos) |
5 |
2 |
40% |
15 |
Marcelo de Lima
Henrique/RJ (46 anos) |
8 |
3 |
37,50% |
16 |
Jailson Macedo Freitas/BA
(46 anos) |
6 |
2 |
33,33% |
17 |
Flávio Rodrigues de
Souza/SP (37 anos) |
6 |
2 |
33,33% |
18 |
Vinicius Gonçalves Dias
Araújo/SP (39 anos) |
3 |
1 |
33,33% |
19 |
Dewson Fernando Freitas da
Silva/PA (36 anos) |
6 |
2 |
33,33% |
20 |
Andersom Daronco/RS (36
anos) |
10 |
3 |
30% |
21 |
Péricles Bassols Pegado
Cortez/PE (42 anos) |
7 |
2 |
28,57% |
22 |
Caio Max augusto Vieira/RN
(36 anos) |
5 |
1 |
20% |
23 |
João Batista de Arruda/RJ
(43 anos) |
7 |
1 |
14,28% |
24 |
Wagner do Nascimento
Magalhães/RJ (38 anos) |
8 |
1 |
12,50% |
25 |
Rafael Traci/PR (36 anos) |
9 |
1 |
11,11% |
26 |
Wagner Reway/MT (36 anos) |
9 |
1 |
11,11% |
27 |
Heber Roberto Lopes/SC (45
anos) |
3 |
0 |
0 0% |
28 |
Grazianni Maciel Rocha/RJ
(35 anos) |
2 |
0 |
0 0% |
29 |
Paulo Roberto Alves JR/PR
(34 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
30 |
Paulo Henrique Schleich
Vollkopf/MS (32 anos) |
2 |
0 |
0 0% |
31 |
Marcos Mateus Pereira/MS
(38 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
32 |
Rodrigo Batista Raposo/DF
(38 anos) |
4 |
0 |
0 0% |
33 |
Bruno Arleu de Araujo/RJ
(34 anos) |
3 |
0 |
0 0% |
34 |
Antonio Dib Moraes de
Sousa/PI (35 anos) |
2 |
0 |
0 0% |
35 |
Marielson Alves Silva/BA
(35 anos) |
2 |
0 |
0 0% |
36 |
Emerson de Almeida
Ferreira/MG (39 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
37 |
Jean Pierre Gonçalves
Lima/RS (38 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
38 |
Felipe Gomes da Silva/PR
(38 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
39 |
Luiz Cezar de Oliveira
Magalhães/CE (35 anos) |
1 |
0 |
0 0% |
Visto os resultados
acima, fica um pouco mais fácil fazermos algumas analises. Figurar
entre os 3 melhores da rodada é difícil, pois a concorrência é muito
grande pois além de atuar em alto nível, os apitadores tem que ser
líderes levando sua equipe a uma atuação plena e coesa.
Mas a análise chama
muito atenção negativamente para alguns árbitros que pelo visto não
sofrem criticas a toa. Um deles é o novo FIFA brasileiro, o
mato-grossense Wagner Reway que dos noves jogos que atuou só figurou
uma vez no Top 3, rendimento abaixo do normal em comparação aos
outros e inadmissível para um árbitro que ostenta um escudo tão
poderoso.
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Ser bom moço não significa ser bom
árbitro como explica desempenho de Wagner Reway |
Outros queridinhos
do apito sequer apareceram no top 3, muitos deles são apostas ainda,
mas fica claro que a falta de experiência ainda leva a um nível
abaixo dos demais. A exceção é o ex-árbitro em atividade Heber
Roberto Lopes, o Colina brasileiro vem colecionando erros tanto na
série A como na serie B e vem se arrastando em campo nas partidas
provando que em alguns casos só a experiência não resolve. O
Apitonacional defende o algo mais, defende o plano de carreira onde
todos possam - respeitando a capacidade técnica de cada um - chegar
ao topo da pirâmide da arbitragem, até por que se a FIFA acabou com
o limite de idade, manter todos apitadores até 44 anos motivados é
algo fundamental.
Outra condição não
menos importante para o prolongamento da carreira é uma avaliação
criteriosa caso a caso, pois apitar só pela grana como alguns tem
feito não é satisfatório e pode comprometer o resultado final. Temos
recebidos informações de apitadores se desdobrando para estar em
alto nível e outros deitados em berço expedido como no nosso hino
nacional, ou seja, como FIFA ou ex-FIFA, motivação é fundamental.