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 30/07/2019    07:11hs     -     atualizado 30/07/2019    20:50hs

Vereador está entre os suspeitos das agressões à arbitragem em Nova Veneza no sul catarinense

Árbitro agredido teve fraturas nas costelas; BO registrado após a partida aponta que vereador teria dado inicio as agressões

Em destaque o Vereador Edaltro durante a confusão - Crédito: Reprodução Youtube
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Na tarde do ultimo domingo (28), integrantes de uma equipe de arbitragem foram agredidos durante um jogo de futebol amador disputado no Município de Nova Veneza, no Sul de Santa Catarina. No momento das agressões, o confronto estava sendo disputado entre as equipes do City FC e Jardim Florença, válida pela semifinal do Campeonato Municipal - “Taça Nilton Nuernberg” - daquela cidade.

A partida, que foi disputada no Estádio Darci Marini, acabou aos 27 minutos do 2º tempo, após a Polícia Militar (PM) ser acionada para controlar a confusão que teve início quando alguns torcedores e membros da comissão técnica do Jardim Florença invadiram o campo e juntamente com os jogadores agrediram a equipe de arbitragem composta pelo árbitro André Martinho Miguel e pelos assistentes Perterson Ribeiro Demétrio e Wellinton Brunelli Fortuna. No vídeo abaixo, divulgado logo após a confusão, aparece Edaltro Luiz Bortolotto, mais conhecido com “Dalto”, técnico da equipe do Jardim Florença e vereador de Nova Veneza, entre os agressores.

 

A motivação injustificada para tamanha covardia teria sido a marcação de uma penalidade contra a equipe dos agressores seguida da expulsão do técnico Edaltro e do goleiro Fernando. A polícia civil está investigando o ocorrido. O árbitro teve fraturas nas costelas por conta das agressões.

As imagens correram rapidamente nas mídias sociais e a repercussão gerou protestos, notas de repudio e esclarecimentos.

Em nota divulgada pelo governo de Nova Veneza, o técnico do Jardim Florença e Vereador do município afirmou que não agrediu o árbitro e que nesta terça-feira, 30, estará realizando boletim de ocorrência para tentar identificar o autor da edição do vídeo que atribui o fato a ele. Edaltro afirmou ainda que a edição tem “motivação política”. Segundo ele, quando recebeu o cartão vermelho, empurrou a mão do árbitro, mas que isso não poderia ser classificado como agressão.

Crédito: Reprodução Câmara Municipal Nova Veneza/SC

No boletim de ocorrência registrado ainda nas dependências do campo, o árbitro de 34 anos, afirma que o vereador teria sido o primeiro a agredi-lo, na seqüência, outras pessoas teriam continuado as agressões. No tempo decorrido do vídeo divulgado, não é possível identificar se o vereador agrediu a equipe de arbitragem, mas sim, passando ao largo da confusão.

O sindicato dos árbitros de futebol do estado de Santa Catarina (Sinafesc), divulgou nota repudiando as agressões, principalmente por parte de um representante do povo e cobrando medidas cabíveis tanto na esferas cível como criminal para que os agressores sejam devidamente julgados e punidos.

A nota ressalta ainda a intolerância contra a arbitragem entristece a categoria catarinense de árbitros, haja vista que a equipe designada para conduzir a partida, assim como quaisquer outros trabalhadores, apenas estava no exercício de suas funções (veja abaixo).

NOTA DE REPÚDIO

O SINAFESC, através desta nota, manifesta seu repúdio diante do triste e revoltante fato ocorrido no último domingo, dia 28 de julho de 2019, durante a partida realizada entre as equipes CITY FOOTBALL CLUBE X E.C. JARDIM FLORENÇA, válida pela semifinal do Campeonato Municipal de Nova Veneza/SC.

Na referida data, a equipe de arbitragem, composta pelo árbitro, Sr. André Martinho Miguel; o árbitro assistente 1, Sr. Perterson Ribeiro Demétrio; e o árbitro assistente 2, Sr. Wellinton Brunelli Fortuna, foi covardemente agredida.

Tal agressão foi cometida por um grupo de pessoas, entre elas, o técnico da equipe do E.C. JARDIM FLORENÇA, Sr. Edaltro Luiz Bortolotto, que além da função exercida no citado Clube, também é vereador na cidade de Nova Veneza, ou seja, é um represente político da população no município. Além do vereador, participaram do ato contra a equipe de arbitragem: Sr. Fernando Avila Leopoldo, Sr. Jean Souza da Silva, Sr. Matheus Batista Martins, que são atletas da equipe; Sr. Valdecir Moro, massagista da equipe; Sr. Lucas Pereira, torcedor da equipe, bem como outros torcedores não identificados até o momento.

Diante do ocorrido, o SINAFESC solicita às autoridades responsáveis que tomem as medidas corretas e cabíveis, tanto na esfera esportiva, onde a conceituada LARM, uma das maiores ligas do Estado, será a responsável pelo julgamento, quanto na esfera criminal, pois tais atos, comprovadamente ocorridos conforme imagens divulgadas em vídeo em circulação, precisam ser devidamente julgados e punidos.

Ressalta-se, ainda, que esse fato de intolerância contra a arbitragem entristece a toda a categoria catarinense de árbitros, haja vista que a equipe designada para conduzir a partida, assim como quaisquer outros trabalhadores, apenas estava no exercício de suas funções.

Por fim, o SINAFESC reitera seu compromisso em acompanhar esse caso e seus desdobramentos, assim como coloca-se à disposição de todos os árbitros catarinenses para maiores esclarecimentos.

Abaixo, algumas imagens, lamentáveis, do ocorrido. Além de um áudio do programa “Pretinho Básico” da Rádio Atlântida, a reportagem do Jornal do Almoço da NSC TV, e a súmula da partida.

Cordialmente,
A Diretoria.

 

Nota do Apito

O Apitonacional lamenta e repudia o ocorrido com a equipe de arbitragem relatada na matéria acima.  Toda agressão tem que ser combatida e punida severamente e de forma exemplar dentro dos rigores da lei, principalmente pela forma tão covarde onde os agredidos são trabalhadores indefesos que ficaram a mercê de vários ensandecidos marginais travestidos de dirigentes, jogadores e torcedores que se acharam no direito de invadir o campo e agredir pais de famílias por paixão futebolística, por motivos fúteis e banais.

Se confirmada a participação do vereador como relatado no boletim de ocorrência e no relatório do árbitro (leia), o ato, já gravíssimo, se torna mais grave ainda por se tratar de um representante do povo que tem que se portar com o devido respeito que o cargo exige. Uma autoridade, seja ela qual for, não pode em momento algum sair agredindo quem quer que seja contando possivelmente com a impunidade e corporativismo pelo cargo que ocupa.

Que o fato seja devidamente apurado por todos de direito, principalmente pelos membros da câmara municipal e que, se comprovada a participação do vereador nas agressões, que seja devidamente punido. É o que se espera de autoridades comprometidas com o respeito a lei e aos direitos de todos os cidadãos.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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