Vereador
está entre os suspeitos das agressões à arbitragem em
Nova Veneza no sul catarinense
Árbitro agredido teve fraturas nas costelas; BO
registrado após a partida aponta que vereador teria dado
inicio as agressões
Em destaque o Vereador Edaltro
durante a confusão - Crédito: Reprodução Youtube
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Na tarde do ultimo domingo (28),
integrantes de uma equipe de arbitragem foram agredidos durante um
jogo de futebol amador disputado no Município de Nova Veneza, no Sul
de Santa Catarina. No momento das agressões, o confronto estava
sendo disputado entre as equipes do City FC e Jardim Florença,
válida pela semifinal do Campeonato Municipal - “Taça Nilton
Nuernberg” - daquela cidade.
A partida, que foi disputada no
Estádio Darci Marini, acabou aos 27 minutos do 2º tempo, após a
Polícia Militar (PM) ser acionada para controlar a confusão que teve
início quando alguns torcedores e membros da comissão técnica do
Jardim Florença invadiram o campo e juntamente com os jogadores
agrediram a equipe de arbitragem composta pelo árbitro André
Martinho Miguel e pelos assistentes Perterson Ribeiro Demétrio e
Wellinton Brunelli Fortuna. No vídeo abaixo, divulgado logo após a
confusão, aparece Edaltro Luiz Bortolotto, mais conhecido com “Dalto”,
técnico da equipe do Jardim Florença e vereador de Nova Veneza,
entre os agressores.
A motivação injustificada para tamanha
covardia teria sido a marcação de uma penalidade contra a equipe dos
agressores seguida da expulsão do técnico Edaltro e do goleiro
Fernando. A polícia civil está investigando o ocorrido. O
árbitro teve fraturas nas costelas por conta das agressões.
As imagens correram rapidamente nas mídias sociais e a
repercussão gerou protestos, notas de repudio e esclarecimentos.
Em nota divulgada
pelo governo de Nova Veneza, o técnico do Jardim Florença e Vereador
do município afirmou que não agrediu o árbitro e que nesta
terça-feira, 30, estará realizando boletim de ocorrência para tentar
identificar o autor da edição do vídeo que atribui o fato a ele.
Edaltro afirmou ainda que a edição tem “motivação política”. Segundo
ele, quando recebeu o cartão vermelho, empurrou a mão do árbitro,
mas que isso não poderia ser classificado como agressão.
Crédito: Reprodução Câmara Municipal
Nova Veneza/SC
No boletim de ocorrência registrado ainda nas dependências do campo,
o árbitro de 34 anos, afirma que o vereador teria sido o primeiro a
agredi-lo, na seqüência, outras pessoas teriam continuado as
agressões. No tempo decorrido do vídeo divulgado, não é possível
identificar se o vereador agrediu a equipe de arbitragem, mas sim,
passando ao largo da confusão.
O sindicato dos árbitros de futebol do estado de Santa Catarina
(Sinafesc), divulgou nota repudiando as agressões, principalmente
por parte de um representante do povo e cobrando medidas cabíveis
tanto na esferas cível como criminal para que os agressores sejam
devidamente julgados e punidos.
A nota ressalta ainda a intolerância
contra a arbitragem entristece a categoria catarinense de árbitros,
haja vista que a equipe designada para conduzir a partida, assim
como quaisquer outros trabalhadores, apenas estava no exercício de
suas funções (veja abaixo).
NOTA DE REPÚDIO
O SINAFESC,
através desta nota, manifesta seu repúdio diante do triste e
revoltante fato ocorrido no último domingo, dia 28 de julho de 2019,
durante a partida realizada entre as equipes CITY FOOTBALL CLUBE X
E.C. JARDIM FLORENÇA, válida pela semifinal do Campeonato Municipal
de Nova Veneza/SC.
Na referida data,
a equipe de arbitragem, composta pelo árbitro, Sr. André Martinho
Miguel; o árbitro assistente 1, Sr. Perterson Ribeiro Demétrio; e o
árbitro assistente 2, Sr. Wellinton Brunelli Fortuna, foi
covardemente agredida.
Tal agressão foi
cometida por um grupo de pessoas, entre elas, o técnico da equipe do
E.C. JARDIM FLORENÇA, Sr. Edaltro Luiz Bortolotto, que além da
função exercida no citado Clube, também é vereador na cidade de Nova
Veneza, ou seja, é um represente político da população no município.
Além do vereador, participaram do ato contra a equipe de arbitragem:
Sr. Fernando Avila Leopoldo, Sr. Jean Souza da Silva, Sr. Matheus
Batista Martins, que são atletas da equipe; Sr. Valdecir Moro,
massagista da equipe; Sr. Lucas Pereira, torcedor da equipe, bem
como outros torcedores não identificados até o momento.
Diante do
ocorrido, o SINAFESC solicita às autoridades responsáveis que tomem
as medidas corretas e cabíveis, tanto na esfera esportiva, onde a
conceituada LARM, uma das maiores ligas do Estado, será a
responsável pelo julgamento, quanto na esfera criminal, pois tais
atos, comprovadamente ocorridos conforme imagens divulgadas em vídeo
em circulação, precisam ser devidamente julgados e punidos.
Ressalta-se,
ainda, que esse fato de intolerância contra a arbitragem entristece
a toda a categoria catarinense de árbitros, haja vista que a equipe
designada para conduzir a partida, assim como quaisquer outros
trabalhadores, apenas estava no exercício de suas funções.
Por fim, o
SINAFESC reitera seu compromisso em acompanhar esse caso e seus
desdobramentos, assim como coloca-se à disposição de todos os
árbitros catarinenses para maiores esclarecimentos.
Abaixo, algumas
imagens, lamentáveis, do ocorrido. Além de um áudio do programa
“Pretinho Básico” da Rádio Atlântida, a reportagem do Jornal do
Almoço da NSC TV, e a súmula da partida.
Cordialmente,
A Diretoria.
Nota do Apito
O
Apitonacional lamenta e repudia o ocorrido com a equipe
de arbitragem relatada na matéria acima. Toda agressão tem que
ser combatida e punida severamente e de forma exemplar dentro dos
rigores da lei, principalmente pela forma tão covarde onde os
agredidos são trabalhadores indefesos que ficaram a mercê de vários
ensandecidos marginais travestidos de dirigentes, jogadores e
torcedores que se acharam no direito de invadir o campo e agredir
pais de famílias por paixão futebolística, por motivos fúteis e
banais.
Se confirmada a participação do
vereador como relatado no boletim de ocorrência e no relatório do
árbitro (leia), o ato, já
gravíssimo, se torna mais grave ainda por se tratar de um
representante do povo que tem que se portar com o devido respeito
que o cargo exige. Uma autoridade, seja ela qual for, não pode em
momento algum sair agredindo quem quer que seja contando
possivelmente com a impunidade e corporativismo pelo cargo que
ocupa.
Que o fato seja devidamente apurado
por todos de direito, principalmente pelos membros da câmara
municipal e que, se comprovada a participação do vereador nas
agressões, que seja devidamente punido. É o que se espera de
autoridades comprometidas com o respeito a lei e aos direitos de todos os
cidadãos.