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A agressão ao árbitro Sul-mato-grossense Marcos Mateus Pereira, durante partida final do Campeonato Brasileiro da Série C de 2016, entre Boa-MG e Guarani-SP, que foi parar na justiça civil, teve desfecho final no início do último mês de agosto. Decisão do Juiz Alessandro Carlo Meliso Rodrigues, da 12ª Vara Cível de Campo Grande-MS, rejeitou agravo de declaração por parte da defesa do jogador e determinou o cumprimento da sentença.

Na sentença proferida, ainda em primeira instância, o magistrado frisou que ‘a conduta do jogador com a sorrateira agressão física pelas costas, revelou-se despropositada e desproporcional, transbordando em muito o mínimo socialmente aceitável em partidas de futebol, apta a ofender a honra e a imagem do árbitro, que estava zelando pela correta aplicação das regras esportivas’.

Veja abaixo vídeo da agressão.

 

Após o indeferimento do recurso, o agressor, Antonio Ferreira de Oliveira Junior, conhecido no futebol como Ferreira, terá que indenizar o árbitro em 15 mil reais, acrescidos correções monetária desde o dia do fato.

Terá ainda o agressor que arcar com as custas processuais arbitradas em 12% do valor da indenização em favor do advogado Rafael Bozzano que atuou na defesa do árbitro.

Entenda

No dia 5 de novembro de 2016, Boa Esportes e Guarani jogaram no Estádio Dilzon Melo, em Varginha/MG, a partida final da Série C do Campeonato Brasileiro daquela temporada. O Boa venceu por 3 a 0 sangrando se campeão da competição, mas o destaque negativo da partida foi a expulsão do zagueiro Ferreira do Guarani que, segundo relato do árbitro na ocasião, deixou o braço no peito do atacante Rodolfo. Resultado: cartão vermelho para o camisa 3 do time de Campinas e muita confusão para conter os ânimos do agressor.

Ferreira - Crédito: Murilo Borges

Após a expulsão, Ferreira partiu para cima de Marcos Mateus e o derrubou com um forte empurrão no peito. Não satisfeito, o zagueiro tentou agredir novamente o árbitro, mas foi contido por jogadores das duas equipes até a entrada da polícia militar em campo e ofereceu resistência para sair do campo de jogo|, escreveu o árbitro no documento do jogo.

A agressão foi relatada em súmula e no Boletim de Ocorrência registrado após o jogo no 24º Batalhão da Polícia Militar de Varginha (MG) e foi parar no poder judiciário do Mato Grosso do Sul virando processo número 0843716-75.2016.8.12.0001.

Justiça Desportiva

Julgado, vinte dias depois, no Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ferreira foi apenado em 180 dias de suspensão pela agressão, metade da pena prevista. Na defesa, o zagueiro disse que não tinha a intenção de empurrar o árbitro e colocou em xeque o motivo de ter recebido o cartão vermelho antes da agressão.

"Eu queria perguntar para ele (árbitro) o motivo do cartão vermelho. Cheguei perto dele e infelizmente não pensei. Fui de encontro a ele, mas não fui para agredi-lo. Acabei empurrando. Não fui para agredi-lo, fui para perguntar para ele o por que fui expulso" - disse o agressor na ocasião.

Depois de cumprir a suspensão, Ferreira se transferiu para o Figueirense, Mirasol, retornou ao Guarani e hoje faz parte do elenco do São Bernardo FC.

Rafael Bozzano, advogado do árbitro Marcos Mateus e integrante do STJD - Crédito: reprodução Youtube

Veja abaixo trechos da decisão judicial.