Gustavo Rogério
esclarece o pioneirismo feminino na arbitragem paulista
Antes de qualquer coisa quero cumprimentar ao
Apitonacional
pela bela matéria com Cleide Rocha (foto), a quem eu chamava de
“baixinha” e que, na realidade foi a pioneira na arbitragem
paulista, o que, aliás, é resgatado na matéria em questão.
E
aqui não vai nenhum demérito á Silvia Regina Oliveira, outra
batalhadora á época, mas antes dela a “baixinha” já enfrentava os
marmanjos pelos campos de várzea e amadores desde 1977.
Recordo-me muito bem do citado ano de 1982 e da sua formatura
comemorada num Barco Restaurante na Avenida 23 de Maio e em turma
paraninfada por Arnaldo Davi César Coelho. Fui o orador escolhido
pela turma de formandos que homenageava, nominando-a Dulcidio
Wanderley Boschillia.
Antes disso um único trio entre nós existia e era composto por
Cleide Rocha, Rita de Cássia Rogério e Dulcinéia Conrado que
invariavelmente se apresentava pelo interior gerando polemicas pela
novidade á época. Dulcinéia logo parou.
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Era eu naqueles tempos observador da FPF e ao mesmo tempo,
juntamente com João Atala, comandava o Centro Regional de Desportos
Classistas de São Paulo onde, Silvia Regina Oliveira era minha
secretária. Esta também já ensaiava na arbitragem e por mim
incentivada, além de Mario Franciscon, decidiu-se seguir os mesmos
caminhos. Oficialmente formou-se em 1984.
Ela, Cleide, como árbitra e Rita de Cássia Rogério como Assistente
já participavam em competições organizadas pela CBF, tendo Rita de
Cássia feito sua estréia bandeirando uma Série C em São José do Rio
Preto, e a “baixinha” arbitrado (sendo a pioneira) São José x
Nacional também pela Serie C do Brasileiro.
Veja abaixo vídeo sobre trajetória de Cleide Rocha.
Cleide desiludiu-se algum tempo depois quando foi preterida ao
Quadro FIFA por Armando Marques, e em favor de Silvia Regina
Oliveira, já Rita de Cássia parou quando do nascimento de sua
primeira filha.
Nota da redação:
Rita de Cássia Rogério (foto ao lado), filha de Gustavo
Caetano, hoje é proprietária de uma empresa de eventos esportivos -
Associação de Árbitros da Grande São Paulo (AAGSP) - juntamente com
o ex-marido Marcos Fábio Spironelli.
Independentemente de quem teria sido a verdadeira pioneira, foram
estas três que tiveram a coragem (a rejeição era muito grande) de
abrir as portas da arbitragem feminina neste país.
Decidi-me a este artigo, pois acompanhei por anos estas
pioneiras pelo interior do estado,campos amadores e
campos de várzea, e o
Apitonacional
trouxe-me á tona recordações inesquecíveis daqueles
momentos de luta.
Posso ate ser traído pela memória em algumas datas aqui destacadas,
mas repito que me determinei ao artigo para, aproveitando a ocasião,
homenagear a “baixinha” e suas seguidoras.