16/02/2015    09:11hs

A Mulher na Arbitragem Paulista

Gustavo Rogério esclarece o pioneirismo feminino na arbitragem paulista

Antes de qualquer coisa quero cumprimentar ao Apitonacional pela bela matéria com Cleide Rocha (foto), a quem eu chamava de “baixinha” e que, na realidade foi a pioneira na arbitragem paulista, o que, aliás, é resgatado na matéria em questão.

E aqui não vai nenhum demérito á Silvia Regina Oliveira, outra batalhadora á época, mas antes dela a “baixinha” já enfrentava os marmanjos pelos campos de várzea e amadores desde 1977.

Recordo-me muito bem do citado ano de 1982 e da sua formatura comemorada num Barco Restaurante na Avenida 23 de Maio e em turma paraninfada por Arnaldo Davi César Coelho. Fui o orador escolhido pela turma de formandos que homenageava, nominando-a Dulcidio Wanderley Boschillia.

Antes disso um único trio entre nós existia e era composto por Cleide Rocha, Rita de Cássia Rogério e Dulcinéia Conrado que invariavelmente se apresentava pelo interior gerando polemicas pela novidade á época. Dulcinéia logo parou.

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Era eu naqueles tempos observador da FPF e ao mesmo tempo, juntamente com João Atala, comandava o Centro Regional de Desportos Classistas de São Paulo onde, Silvia Regina Oliveira era minha secretária. Esta também já ensaiava na arbitragem e por mim incentivada, além de Mario Franciscon, decidiu-se seguir os mesmos caminhos. Oficialmente formou-se em 1984.

Ela, Cleide, como árbitra e Rita de Cássia Rogério como Assistente já participavam em competições organizadas pela CBF, tendo Rita de Cássia feito sua estréia bandeirando uma Série C em São José do Rio Preto, e a “baixinha” arbitrado (sendo a pioneira) São José x Nacional também pela Serie C do Brasileiro.

Veja abaixo vídeo sobre trajetória de Cleide Rocha.

 

Cleide desiludiu-se algum tempo depois quando foi preterida ao Quadro FIFA por Armando Marques, e em favor de Silvia Regina Oliveira, já Rita de Cássia parou quando do nascimento de sua primeira filha.

Nota da redação: Rita de Cássia Rogério (foto ao lado), filha de Gustavo Caetano, hoje é proprietária de uma empresa de eventos esportivos - Associação de Árbitros da Grande São Paulo (AAGSP) - juntamente com o ex-marido Marcos Fábio Spironelli.

Independentemente de quem teria sido a verdadeira pioneira, foram estas três que tiveram a coragem (a rejeição era muito grande) de abrir as portas da arbitragem feminina neste país.

Decidi-me a este artigo, pois acompanhei por anos estas pioneiras pelo interior do estado,campos amadores e campos de várzea, e o Apitonacional trouxe-me á tona recordações inesquecíveis daqueles momentos de luta.

 

Posso ate ser traído pela memória em algumas datas aqui destacadas, mas repito que me determinei ao artigo para, aproveitando a ocasião, homenagear a “baixinha” e suas seguidoras.

 
Fonte: Gustavo Caetano Rogério - AAGSP

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