Árbitro do ABCD apita na Primeira Divisão do Campeonato Paulista

Ex-jogador, Leandro Bizzio Marinho, 31 anos, apitará jogos da Série A1 do Campeonato Paulista de 2010

sábado, 19 de dezembro de 2009 - Assim como muitos garotos, Leandro Bizzio Marinho (foto) sonhou em ser jogador de futebol e chegou perto de concretizar seu objetivo. Não fosse uma contusão quando atuava por um clube de Atibaia, o caminho seria completamente diferente. “Por causa disto, passei a apitar algumas partidas amadoras”, contou.

A atuação como juiz rendeu elogios de um amigo, que indicou a Leandro um curso de arbitragem no Sindicato dos Árbitros do Estado de São Paulo. “Passei a apitar no campeonato amador e, no primeiro ano, fiz as três finais do campeonato”, contou.

Empolgado com o bom início, o rapaz, que passa a maior parte do tempo em Santo

André, onde trabalha em uma empresa familiar, decidiu se profissionalizar e, em 2005, começou a atuar em partidas do Campeonato Paulista das divisões inferiores. Neste ano, as boas atuações nas Séries A2, A3 e B lhe renderam um lugar na elite do estadual de 2010.

Com 31 anos, Leandro já começa a traçar novos desafios. “Coloco como meta atingir o escudo da CBF em três anos para poder apitar no Brasileiro”, avisa o ambicioso árbitro.

As dificuldades para a arbitragem nacional, no entanto, são inúmeras. Como a atividade no Brasil não é profissional, os donos do apito precisam arcar com os custos da preparação física, não têm direito a quaisquer benefícios e precisam ter uma rotina flexível. “É necessário você ter um emprego fixo, pois a arbitragem não registra. Você é prestador de serviços. Se você se contunde ou vai mal em um jogo, fica fora por um tempo e não ganha”, explicou Marinho.

Um juiz apita, em média, de três a cinco jogos por mês. O cachê varia de acordo com a competição. Na Série A1 do Paulista, por exemplo, recebe R$ 1,7 mil por partida. Deste valor, são descontados 11% de ISS e 5% de taxa sindical. “Pelo tamanho da pressão, sem contar os salários de jogadores e treinadores, acho que o árbitro recebe uma taxa mínima. O árbitro, se não for o principal, é um dos principais personagens de uma partida”, ressaltou Leandro.

Pressão - Além de todas as barreiras para alcançar um lugar de destaque na arbitragem, o juiz andreense diz que a pressão dentro de campo é muito grande. “Nunca tive a oportunidade de sair escoltado e espero que não tenha. Mas já saí de campo com jogadores xingando, a torcida xingando. Isto é uma coisa natural”, disse.

As reclamações dos fanáticos das arquibancadas, inclusive, já renderam boas histórias a Leandro. “Ocorreu uma situação engraçada em 2005. Estavam jogando Santo André e Nacional. Não apitei uma falta para o jogador do Santo André e o torcedor achou que foi falta e me xingou com aquele nome tradicional. Minha mãe, que estava na arquibancada, disse: ‘Ele não é não’. Cerca de dez minutos depois, aconteceu outro lance. Ele voltou a reclamar e disse: ‘Mas que ele é, é, viu?”, conta, aos risos, Leandro.

Por: Antonio Ledes - Fonte: www.grandeabcesportes

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