André, onde
trabalha em uma empresa familiar, decidiu se profissionalizar e, em
2005, começou a atuar em partidas do Campeonato Paulista das
divisões inferiores. Neste ano, as boas atuações nas Séries A2, A3 e
B lhe renderam um lugar na elite do estadual de 2010.
Com 31 anos,
Leandro já começa a traçar novos desafios. “Coloco como meta atingir
o escudo da CBF em três anos para poder apitar no Brasileiro”, avisa
o ambicioso árbitro.
As dificuldades
para a arbitragem nacional, no entanto, são inúmeras. Como a
atividade no Brasil não é profissional, os donos do apito precisam
arcar com os custos da preparação física, não têm direito a
quaisquer benefícios e precisam ter uma rotina flexível. “É
necessário você ter um emprego fixo, pois a arbitragem não registra.
Você é prestador de serviços. Se você se contunde ou vai mal em um
jogo, fica fora por um tempo e não ganha”, explicou Marinho.
Um juiz apita,
em média, de três a cinco jogos por mês. O cachê varia de acordo com
a competição. Na Série A1 do Paulista, por exemplo, recebe R$ 1,7
mil por partida. Deste valor, são descontados 11% de ISS e 5% de
taxa sindical. “Pelo tamanho da pressão, sem contar os salários de
jogadores e treinadores, acho que o árbitro recebe uma taxa mínima.
O árbitro, se não for o principal, é um dos principais personagens
de uma partida”, ressaltou Leandro.
Pressão
-
Além de todas as barreiras para alcançar um lugar de destaque na
arbitragem, o juiz andreense diz que a pressão dentro de campo é
muito grande. “Nunca tive a oportunidade de sair escoltado e espero
que não tenha. Mas já saí de campo com jogadores xingando, a torcida
xingando. Isto é uma coisa natural”, disse.
As reclamações
dos fanáticos das arquibancadas, inclusive, já renderam boas
histórias a Leandro. “Ocorreu uma situação engraçada em 2005.
Estavam jogando Santo André e Nacional. Não apitei uma falta para o
jogador do Santo André e o torcedor achou que foi falta e me xingou
com aquele nome tradicional. Minha mãe, que estava na arquibancada,
disse: ‘Ele não é não’. Cerca de dez minutos depois, aconteceu outro
lance. Ele voltou a reclamar e disse: ‘Mas que ele é, é, viu?”,
conta, aos risos, Leandro.
Por: Antonio
Ledes -
Fonte: www.grandeabcesportes