Borges, das divisões de base, em 1964. Mas pouco depois optou pelo
Santa Cruz, clube do coração. No Arruda foi campeão juvenil em 65,
bi nos aspirantes em 66 e 67 e, já no profissional, participou dos
quatro primeiros títulos do pentacampeonato coral.
“Em 1973 passei no vestibular de educação física e deixei o Santa.
Joguei ainda dois anos no América, antes de parar”,
diz o ex-ponta-direita, que fez história numa equipe que tinha
Luciano Veloso, Fernando Santana, Ramon, Gena e Givanildo.
O árbitro
Ao pendurar as chuteiras, Cuíca só trocou de vestiários. Em 1978, já
estudante universitário, fez curso de árbitro passando a apitar
partidas de futebol de salão (hoje futsal) e, logo depois, de
futebol de campo. Passou a integrar o quadro da Federação
Pernambucana onde permaneceu por duas décadas e chegou a ser
aspirante à Fifa durante os anos de 91, 92 e 93.
“Era o único árbitro do Brasil que tinha um clube e não escondia”,
afirma o tricolor Cuíca.
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Por quatro
décadas Cuíca atuou nos campos de futebol. Foi jogador,
árbitro e assessor de arbitragem |
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Cuíca
apitou vários clássicos, entre eles a final de 1989 no Arruda, com o
alvirrubro conquistando o título em
cima de seu Santa Cruz.
“E o gol do título do Náutico foi num pênalti que marquei”,
relembra Cuíca.
O ex-jogador e ex-árbitro se aposentou em 1995, agora aposta suas
fichas no filho, Giorgio Wilton, também conhecido como Cuiquinha,
árbitro que atua na primeira divisão do futebol pernambucano.
“Ele tem futuro. Vem apitando bem e já merecia mais chances”,
diz o pai coruja.
O assessor
Cuíca pai não conseguiu ficar longe dos gramados, tentou continuar
de alguma forma no apito, fez curso e foi ser assessor de arbitragem
da Federação Pernambucana de Futebol, curso que também fez na CBF,
função que exerceu até o ano passado quando perdeu espaço com a
chegada da nova comissão que optou por não contar com seu trabalho.
Em agosto do ano passado, ainda atuando como assessor da Comissão
Estadual de Arbitragem, teve que avaliar a atuação do seu filho em
Jaboatão dos Guararapes.
Cuiquinha comandava bem o jogo entre Jaguar e Chã Grande, pela Série
A2 do Campeonato Pernambucano, mas deu um vacilo de alguns segundos
e virou de costas para uma bola que parecia ter saído pela linha de
fundo. O zagueiro do Jaguar pensou o mesmo e a pegou com a mão
dentro da área. Cuiquinha, alertado pelo auxiliar, marcou a
penalidade. O descuido, no entanto, não passou despercebido pelo
pai, que diminuiu consideravelmente a nota da atuação.
"Não se pode dar as costas nunca para a bola. Se você não está
vendo, tem que transferir a responsabilidade (nesse caso, para um
dos assistentes)", ensina Cuíca.
Giorgio reconheceu o erro e garante ter absorvido o ensinamento.
"Todo árbitro tem que passar por um lance curioso, assim como um
goleiro tem que levar um peru, pelo menos, uma vez na carreira. Pelo
menos, deu tudo certo no final",
lembra Cuiquinha. Ter o pai como o maior crítico, segundo ele, é um
privilégio.
E essas cobranças surgem porque Cuíca nunca "aliviou" para o filho,
que antes de ser árbitro jogou futebol e futsal no colégio e em
clubes.
"Ele já me expulsou várias vezes quando apitava jogos no colégio. E
depois eu levava esporro em casa. Teve um jogo no Vera Cruz em que
ele pediu para o treinador do São Luís me tirar antes do final
porque eu seria expulso. E ainda mandou me segurar depois da partida
porque eu ia querer brigar. Eu tinha pavio curto",
diz Cuiquinha.
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"Ele não tinha pavio nenhum",
corrige Cuíca pai, sorrindo.
Quem é Cuiquinha
Giorgio Wilton Macêdo dos Santos (foto ao lado) nasceu órfão
de habilidades com uma bola de futebol, consequentemente não
conseguiu ser jogador como o pai e teve que procurar os
estudos.
A educação física foi o caminho natural e como não queria
ficar fora do esporte a saída foi a arbitragem onde
formou-se árbitro em 1999 mesmo contra a vontade do pai, e
não teve carreira fácil como imaginava, pois só veio apitar
seu primeiro clássico cinco anos depois, clássico na
categoria Sub-20 sendo que ainda esta aguardando na fila de
forma ansiosa o dia de se igualar ao pai, pelo menos no
apito já que Deus não lhe deu o dom de jogar futebol.
Cuiquinha esteve um tempo afastado da arbitragem
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quando fez viagem ao exterior o que impossibilitou sua
entrada no quadro da CBF. Mas ciente do seu potencial
persistiu com a esperança que uma hora as coisas melhorariam
como de fato melhorou com apoio da atual comissão. |
A comissão atual tem acreditado no meu trabalho, este ano fiz jogos
importantes como Náutico x Pesqueira, Sport x Belo Jardim, Salgueiro
x Central e a decisão do terceiro lugar do estadual entre Náutico e
Ypiranga
– disse Cuiquinha demonstrando grande orgulho.
Para Cuiquinha seu pai é tudo e em rápidas palavras não esconde a
admiração que sente pelo progenitor.
"Não poderia ser diferente, meu pai é meu espelho para tudo, como
pai, desportista, profissional e amigo" – encerra Giorgio
Wilton.
Pais famosos
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Neilson Santos e Jossemar Diniz tem filhos atuando na
arbitragem |
A arbitragem
pernambucana tem outros pais famosos cujo filhos seguem na
arbitragem os mesmos passos dos antecessores, o árbitro
Neilson Santos é pai do assistente Bruno Vieira, o famoso ex-arbitro
e ex-deputado estadual Sebastião Rufino é pai do árbitro Sebastião
Rufino Ribeiro Filho, melhor árbitro do pernambucano 2012 e o
assistente Jossemar Diniz é pai do também assistente Jean Marcel.
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Para manter o nome forte na arbitragem como tem sido há
décadas, o atual manda chuva da arbitragem pernambucana
Salmo Valentim tem dado algumas dicas ao seu filho Kalil
(foto ao lado) a quem sonha ver um dia apitando uma Copa do
Mundo.
Como a matéria mostra, a renovação esta garantida na
arbitragem pernambucana, pois os candidatos vem do berço
onde em vez de chupeta recebem um apito para já começarem a
se acostumar a comandar pelo som inconfundível e para
treinar os movimentos que serão muito usados no futuro
deles.
Com informações: Blog do Torcedor. |