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 18/10/2018    06:07hs

Árbitro derrota tetracampeão mundial nos tribunais

Após ser acusado de ajudar adversário na mão grande, Igor Benevenuto move e ganha ação contra ex-jogador Branco

Igor Benevenuto durante Figueirense 1x2 Palmeiras em 2016 - Crédito: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress
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O árbitro mineiro, Igor Junio Benevenuto, moveu ação na justiça comum contra Cláudio Ibraim Vaz Leal, mais conhecido como Branco, tetracampeão Mundial com a Seleção Brasileira em 1994. A ação indenizatória teve como motivação as acusações do dirigente após a partida entre as equipes do Figueirense e Palmeiras, ocorrida em outubro de 2016, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A.

Insatisfeito com o resultado da partida, Branco acusou Benevenuto de favorecer a equipe do Palmeiras, inclusive atuando na “mão grande”. O advogado que trabalhou na ação representando o árbitro foi Rafael Bozzano, que nas suas razões iniciais, destacou que as acusações do dirigente, insinuando que o árbitro havia, de forma dolosa, contribuindo para a vitória do Palmeiras, colocou em descrédito o trabalho e a imagem do árbitro.

Na sentença, a juíza Maria Dolores Giovine Cordovil, justificou nos autos que a mencionada ajuda ao time adversário, na mão grande, pelo dirigente, repercutiu em vários meios de comunicação e afetou a imagem do autor. Segundo a magistrada, a referida expressão significa, coloquialmente, furtar, roubar, surrupiar.

A indenização foi arbitrada em R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do árbitro. A ação tramita perante o Juizado Especial Cível de Belo Horizonte e por se tratar de sentença de primeiro grau, ainda cabe recurso.

Dirigente Branco invadindo gramado para reclamar de Igor - Crédito Antonio C Mafalda/Futura Press

Entenda

No dia 16/10/2016 (domingo) o Figueirense enfrentou o Palmeiras no Orlando Scarpelli pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. Na ocasião, após a partida que o time paulista venceu por 2 a 1, jogadores e dirigentes do Figueirense esbravejaram fortemente com a marcação do pênalti que gerou o primeiro gol alviverde. O lance revoltou os jogadores do Figueirense e gerou um cartão amarelo para o capitão Rafael Moura, por reclamação. Depois Egídio calçou Rafael Silva na linha da área alviverde, mas Benevenuto mandou seguir para nova revolta do banco de reservas do time catarinense.

Após o apito final, o então assessor da Presidência do Figueira, o ex-jogador Branco, invadiu o gramado para reclamar de Benevenuto. Em seguida, ainda muito irritado com a atuação do árbitro, concedeu entrevista fazendo grave acusação.

“Fui falar que ele foi mal. Caiu na pressão do Palmeiras. Que pênalti é esse? Isso não existe. E o pênalti do Rafael (Silva) lá? Pênalti claro! Não dá, né! A gente está lutando, lutando, o cara vem aqui na ‘mão grande’, e o Palmeiras sai com três pontos. Ai querem moralizar o futebol brasileiro, ai o Marco Polo (Del Nero, presidente da CBF) vai lá e dá (promete) 300 mil* para o primeiro lugar da arbitragem. Eles não merecem nada! Brincadeira o pênalti que ele deu aqui. E tinha que dar o pênalti do Rafael, que foi claro, e ele não deu” - disse a época Branco, à CBN/Diário.

Na ocasião, o time catarinense foi ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a impugnação da partida alegando erro de direito, mas o órgão máximo do esporte negou o pedido.

*A CBF criou naquele ano uma comissão formada por ex-arbitro para avaliar atuações dos trios de arbitragem e passou a dar R$ 500 mil de premiação paras as três melhores. O melhor trio fica com R$ 300 mil.

Dr. Rafael Bozzano defende Igor Benevenuto na ação

Veja abaixo a decisão da justiça.

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