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Igor Benevenuto durante Figueirense 1x2 Palmeiras em
2016 - Crédito: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress |
O árbitro mineiro, Igor Junio
Benevenuto, moveu ação na justiça comum contra Cláudio Ibraim Vaz
Leal, mais conhecido como Branco, tetracampeão Mundial com a Seleção
Brasileira em 1994. A ação indenizatória teve como motivação as
acusações do dirigente após a partida entre as equipes do
Figueirense e Palmeiras, ocorrida em outubro de 2016, válida pela
31ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A.
Insatisfeito com o resultado da
partida, Branco acusou Benevenuto de favorecer a equipe do
Palmeiras, inclusive atuando na “mão
grande”. O advogado que trabalhou na ação representando o
árbitro foi Rafael Bozzano, que nas suas razões iniciais, destacou
que as acusações do dirigente, insinuando que o árbitro havia, de
forma dolosa, contribuindo para a vitória do Palmeiras, colocou em
descrédito o trabalho e a imagem do árbitro.
Na sentença, a juíza Maria Dolores
Giovine Cordovil, justificou nos autos que a mencionada ajuda ao
time adversário, na mão grande, pelo dirigente, repercutiu em vários
meios de comunicação e afetou a imagem do autor. Segundo a
magistrada, a referida expressão significa, coloquialmente, furtar,
roubar, surrupiar.
A indenização foi arbitrada em R$
10.000,00 (dez mil reais) em favor do árbitro. A ação tramita
perante o Juizado Especial Cível de Belo Horizonte e por se tratar
de sentença de primeiro grau, ainda cabe recurso.
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Dirigente Branco invadindo gramado para reclamar de Igor
- Crédito Antonio C Mafalda/Futura Press |
Entenda
No dia 16/10/2016 (domingo) o Figueirense enfrentou o Palmeiras no
Orlando Scarpelli pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro daquele
ano. Na ocasião, após a partida que o time paulista venceu por 2 a
1, jogadores e dirigentes do Figueirense esbravejaram fortemente com
a marcação do pênalti que gerou o primeiro gol alviverde. O lance
revoltou os jogadores do Figueirense e gerou um cartão amarelo para
o capitão Rafael Moura, por reclamação. Depois Egídio calçou Rafael
Silva na linha da área alviverde, mas Benevenuto mandou seguir para
nova revolta do banco de reservas do time catarinense.
Após o apito final, o então assessor da Presidência do Figueira, o
ex-jogador Branco, invadiu o gramado para reclamar de Benevenuto. Em
seguida, ainda muito irritado com a atuação do árbitro, concedeu
entrevista fazendo grave acusação.
“Fui falar que ele foi mal. Caiu na pressão do Palmeiras. Que
pênalti é esse? Isso não existe. E o pênalti do Rafael (Silva) lá?
Pênalti claro! Não dá, né! A gente está lutando, lutando, o cara vem
aqui na ‘mão grande’, e o Palmeiras sai com três pontos. Ai querem
moralizar o futebol brasileiro, ai o Marco Polo (Del Nero,
presidente da CBF) vai lá e dá (promete) 300 mil* para o
primeiro lugar da arbitragem. Eles não merecem nada! Brincadeira o
pênalti que ele deu aqui. E tinha que dar o pênalti do Rafael, que
foi claro, e ele não deu” - disse a época Branco, à CBN/Diário.
Na ocasião, o time catarinense foi ao
Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a impugnação
da partida alegando erro de direito, mas o órgão máximo do esporte
negou o pedido.
*A CBF criou naquele ano uma comissão formada por ex-arbitro
para avaliar atuações dos trios de arbitragem e passou a dar R$ 500
mil de premiação paras as três melhores. O melhor trio fica com R$
300 mil.
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Dr. Rafael Bozzano defende Igor Benevenuto na ação |
Veja abaixo a decisão da justiça.