12/10/2015    14:27hs

Árbitro da final do Paulistão se rebela   e diz que não apita mais pela CBF

Guilherme Ceretta de Lima se rebelou contra a entidade após ser afastado devido a erros na partida Coritiba x Flamengo pela 7ª rodada do Brasileirão

Árbitro da final do último Campeonato Paulista entre Santos e Palmeiras, Guilherme Ceretta de Lima (foto), decidiu não apitar mais pela CBF. Ceretta só atuou em cinco jogos este ano pela entidade nacional sendo que no apito atuou somente em uma partida da Série A - Coritiba 0X1 Flamengo - justamente pela qual foi afastado e ao que tudo indica, foi seu último como membro do quadro nacional, onde apitava desde 2006, devendo inclusive deixar o seleto grupo de aspirantes à FIFA.

A revolta do sorocabano (vive hoje em Votorantim) se deve ao fato de ter sido afastado pela Comissão de Arbitragem da CBF, presidida por Sérgio Corrêa, após cometer erros na partida da equipe paranaense contra o rubro negro carioca (expulsão de Jonas, a não expulsão de Wellington Paulista, do Coritiba, após este ter xingado o assistente, que também se omitiu e seis minutos de acréscimo no segundo tempo). O jogo foi disputado no dia 13 de junho e valido pela sétima rodada da série A do Campeonato Brasileiro.

Procurado, Ceretta confirmou que não participou das avaliações da CBF, mas garantiu que comparecerá

aos testes da Federação Paulista de Futebol (FPF) que deverão ser realizados em dezembro ou janeiro próximo.

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“Se o melhor árbitro do Campeonato Paulista não serve para a CBF, sinal de que os critérios não são muito coerentes” - alfinetou Ceretta.

Já Sérgio Corrêa tem uma outra explicação. Para o chefe dos árbitros, Ceretta estava com rendimento abaixo do que vinha apresentando até então.

"Nós vimos o jogo (Coritiba x Flamengo). Ele teve um rendimento não só nesse, mas no jogo do Paysandu contra o ABC (no dia 19 maio, pela Copa do Brasil, quando deu um pênalti inexistente a favor dos paraenses), muito abaixo do que vinha apresentando. A partir daí, não concorreu às escalas" - disse o presidente da CA-CBF.

Como forma de protesto, Ceretta não participou das avaliações física e teórica, obrigatórias para todos os árbitros, em julho, nem dos “retestes”, uma espécie de segunda chamada para quem não pôde comparecer ou foi reprovado na primeira chance.

Guilherme Ceretta sendo agredido pelo palmeirense Dudu durante a final do Paulistão 2015

Assim, só poderá voltar a apitar uma partida organizada pela CBF se a federação à qual está filiado - no caso, a de São Paulo - o indicar na próxima temporada.

Vale lembrar que Ceretta apitava na Primeira Divisão desde 2006 e fazia parte, inclusive, da lista de aspirantes ao quadro FIFA, o grau máximo de importância de um árbitro no país.

“Tínhamos esperança de que ele fosse um dos grandes nomes da temporada, mas eu não posso fazer mais do que isso junto com a minha comissão. Seguimos as regras. É uma pena. Lamento porque potencial, ele tem. Mas a carreira do árbitro não se constrói só dentro do campo”, concluiu o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

 

 

Marcos Cabral Marinho, chefe da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, comentou a decisão de Ceretta.

“Cada pessoa tem um comportamento diferente, uma atitude. Às vezes, a decisão é precipitada, não se pensa direito. Ele vai continuar a carreira. Mas seguir na CBF, ele não quer mais” - afirmou Marinho.

Mas as explicações do árbitro pode não ter retratado fielmente a realidade. Como tem dificuldades em manter o peso, Ceretta não teria feito os testes porque sabia que não seria aprovado por estar fora de forma, pois a CBF, diferentemente da Federação Paulista de Futebol (FPF), exige o índice categoria 1 para os árbitros da elite.

Com informações Diário de São Paulo

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