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 04/05/2018    12:52hs

Árbitros receberam até R$ 50 mil para favorecer times no Paraibano 2018

Informação exclusiva que a indícios que a organização criminosa investigada na 'Operação Cartola' teria fraudado prova teórica da CBF

Delegados Lucas Sá e Marcos Paulo são os responsáveis pela Operação Cartola (Foto: Divulgação)
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O Portal PBAGORA divulgou matéria onde o Delegado Lucas Sá, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil da Paraíba, faz vários comentários sobre as investigações em curso da 'Operação Cartola' da qual é o principal responsável.

Segundo o delegado, o certame estadual tem tudo para ter sido um ‘jogo de cartas marcadas’. A competição está sendo investigada por sua delegacia e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba.

Por conta do sigilo das investigações, o delegado não pôde falar os nomes dos envolvidos. Segundo ele, todos os dirigentes de times da primeira divisão do futebol da Paraíba estão sendo investigados. Além desta declaração, o delegado revelou uma série de irregularidades cometidas no futebol paraibano na edição deste ano do Estadual. Ele ressaltou ainda que há indícios que as fraudes aconteciam há pelo menos dez anos, porém, pelo fato das investigações terem começado efetivamente a partir de janeiro de 2018, as provas concretas referem-se ao campeonato mais recente.

São várias as irregularidades cometidas pelas pessoas que estão sendo investigadas, que, além dos dirigentes, compreendem ainda a Federação Paraibana de Futebol (FPF), a Comissão de Arbitragem da FPF, o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba e árbitros de futebol. Dentre as fraudes, estão compras de jogos, árbitros vendendo o mesmo jogo para os dois times adversários, entre outras.

Árbitros custavam até R$ 50 mil
Figuras importantes no esquema criminoso, os árbitros eram quem podiam decidir o jogo em favor de um time A ou B. E este favorecimento vinha em troca de algo: ou uma quantia em dinheiro ou favores futuros.

“O árbitro, pelo que foi informado, recebem de 250 até mil reais oficialmente, por partida. De forma legal. Seja da FPF ou CBF. Existem maneiras que o árbitro poderia receber para ajudar um clube. Ou ele recebia valores, dinheiro para ajudar o clube, ou ele receberia favores, que era o fato de ser escalado para mais partidas, com mais freqüência e isto faria com que ele ganhasse número de partidas, visibilidade e ganhava pontuação do ranking da CBF ou FIFA. Em termos de valores, se fosse um jogo regular que não tivesse nenhum caráter decisivo, receberia em média 10 mil reais. Se fosse um decisivo, de 30 a 50 mil reais só para aquela partida. Isto foi o que os próprios árbitros denunciaram aqui, que eram os valores que teriam sido oferecidos a eles” - apontou Lucas.

Operação foi deflagrada pela DDF e pelo Gaeco (Foto: Divulgação)

Mas se há suspeitas de compras de jogos por mais de um time, como se dava o favorecimento de um árbitro para um time X ou Y? Segundo o delegado, houve casos que os dois times que entraram em campo teriam comprado uma suposta ajuda externa.

“Existem os clubes que conseguiam comprar este favorecimento direto da FPF e da comissão de arbitragem. Os clubes chamados parceiros. E aqueles que não tinham esta ligação com a FPF, não tinham como conseguir o favorecimento através desta, porque ela já garantiu o favorecimento a determinado clube. Então eles partiam para outra opção que era lidar diretamente com os árbitros. Existem episódios concretos de que um árbitro vendeu favorecimento para os dois clubes no mesmo jogo, recebeu dos dois. E como na partida existem lances para os dois lados, ele tinha como se defender dos clubes dizendo que ajudou um clube em um determinado lance e outro em outro. A gente conseguiu comprovar isto. Existem determinadas partidas, inclusive importantes, decisivas, que ele vendeu ajuda para os dois times” - revelou ele.

Possíveis punições
A investigação ainda está em curso, portanto, ainda não se pode dizer quais conseqüências jurídicas ela trará. Porém, de acordo com o delegado, o objetivo da operação é passar uma limpa no futebol paraibano. Para isto, os responsáveis pelo esporte na Paraíba, sejam dirigentes de clubes, da FPF ou os árbitros, podem vir a responder tanto criminalmente, inclusive até com prisões, quanto administrativamente, sofrendo sanções dos órgãos que regulam o futebol no Brasil.

“O nosso objetivo é que desta vez a gente tenha a maior eficácia possível. Que estas pessoas sejam, não só processadas, mas condenadas na esfera criminal, sofram as repercussões também administrativas. E aí me perguntaram quais são. É possível que elas sofram conseqüências no Superior Tribunal de Justiça Desportiva e junto à Confederação Brasileira de Futebol. A CBF pode, por exemplo, afastar dirigentes. Quanto mais elementos tivermos mais chances vai ter disto acontecer” - disse o delegado.

Ainda de acordo com Lucas, determinados fatores podem ser comprovados até por quatro meios diferentes: as denúncias acolhidas no início das investigações, algumas diligências sigilosas, os documentos apreendidos no dia 9 de abril durante a primeira fase da operação e os conteúdos presentes nos aparelhos telefônicos apreendidos.

Polícia fez busca e apreensões na sede da Federação Paraibana de Futebol (Foto: Divulgação)

Ele disse ainda que novos fatos podem vir a ocorrer se alguns dos suspeitos decidam fazer uma colaboração premiada. Segundo ele, até o momento, ninguém colaborou para as investigações de forma oficial.

“As provas foram coletadas. É claro que é possível que a gente avance se algum dos suspeitos quiser colaborar, mas até o presente momento nenhum quis fazer colaboração premiada, porque eles não sabem o que a gente tem”.

Sobre possíveis prisões, Lucas afirmou que elas podem vir a ocorrer, desde que os possíveis alvos se enquadrem nas condições exigidas por lei para que aconteça uma prisão cautelar.

Nota da redação: Em 2006 a CBF deu as federações de forma política o poder sobre seus quadros, com isso criou um mercado de troca e poder, assim as federações com essas indicações, mantém o domínio sobre os árbitros. Segundo informações, na Paraíba, essa organização criminosa, segundo a policia, usava a promessa de vagas e até intermédio político com a CBF para ter em troca os "serviços prestados".

Operação Gabarito na Cartola
Segundo uma fonte de dentro da Policia Civil da Paraíba, a Delegacia de Defraudações comandada pelo cearense Lucas Sá, que já havia desbaratado uma quadrilha que fraudava concursos públicos na Operação Gabarito, agora supostamente esta abrindo leque dentro da Operação Cartola apurando outros possíveis crimes cometidos pelos investigados.

Exclusivo
Essa fonte nos passou que a indícios que a mesma organização criminosa teria fraudado prova teórica da CBF. Segundo ainda essa testemunha, o esquema teria sido feito da seguinte forma: O presidente da Comissão de Arbitragem da época, teria oferecido ao instrutor físico e responsável por aplicar a prova, tirar cópia da mesma no seu local de trabalho. Para ajudar, deixou a secretaria auxiliando e a mesma já estaria orientada para salvar o documento sem que o instrutor percebesse. Após a saída do mesmo para aplicação, a prova teria sido repassada a árbitros do esquema que fizeram a prova e repassaram as questões pros demais membros da suposta quadrilha.

Se as informações forem comprovadas pela policia, será fato gravíssimo! Vamos aguardar.

Com informações PBAGORA

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