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Delegados Lucas Sá e Marcos Paulo
são os responsáveis pela Operação Cartola (Foto:
Divulgação) |
O Portal PBAGORA divulgou matéria onde o Delegado Lucas Sá, titular
da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil da
Paraíba, faz vários comentários sobre as investigações em curso da
'Operação Cartola' da qual é o principal responsável.
Segundo o delegado, o certame estadual tem tudo para ter sido um
‘jogo de cartas marcadas’. A competição está sendo investigada por
sua delegacia e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba.
Por conta do sigilo das investigações, o delegado não pôde falar os
nomes dos envolvidos. Segundo ele, todos os dirigentes de times da
primeira divisão do futebol da Paraíba estão sendo investigados.
Além desta declaração, o delegado revelou uma série de
irregularidades cometidas no futebol paraibano na edição deste ano
do Estadual. Ele ressaltou ainda que há indícios que as fraudes
aconteciam há pelo menos dez anos, porém, pelo fato das
investigações terem começado efetivamente a partir de janeiro de
2018, as provas concretas referem-se ao campeonato mais recente.
São várias as irregularidades cometidas pelas pessoas que estão
sendo investigadas, que, além dos dirigentes, compreendem ainda a
Federação Paraibana de Futebol (FPF), a Comissão de Arbitragem da
FPF, o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba e árbitros de
futebol. Dentre as fraudes, estão compras de jogos, árbitros
vendendo o mesmo jogo para os dois times adversários, entre outras.
Árbitros custavam até R$ 50
mil
Figuras importantes no esquema criminoso, os árbitros eram quem
podiam decidir o jogo em favor de um time A ou B. E este
favorecimento vinha em troca de algo: ou uma quantia em dinheiro ou
favores futuros.
“O árbitro, pelo que foi informado, recebem de 250 até mil reais
oficialmente, por partida. De forma legal. Seja da FPF ou CBF.
Existem maneiras que o árbitro poderia receber para ajudar um clube.
Ou ele recebia valores, dinheiro para ajudar o clube, ou ele
receberia favores, que era o fato de ser escalado para mais
partidas, com mais freqüência e isto faria com que ele ganhasse
número de partidas, visibilidade e ganhava pontuação do ranking da
CBF ou FIFA. Em termos de valores, se fosse um jogo regular que não
tivesse nenhum caráter decisivo, receberia em média 10 mil reais. Se
fosse um decisivo, de 30 a 50 mil reais só para aquela partida. Isto
foi o que os próprios árbitros denunciaram aqui, que eram os valores
que teriam sido oferecidos a eles” - apontou Lucas.
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Operação foi deflagrada pela DDF e
pelo Gaeco (Foto: Divulgação) |
Mas se há suspeitas de compras de jogos por mais de um time, como se
dava o favorecimento de um árbitro para um time X ou Y? Segundo o
delegado, houve casos que os dois times que entraram em campo teriam
comprado uma suposta ajuda externa.
“Existem os clubes que conseguiam comprar este favorecimento
direto da FPF e da comissão de arbitragem. Os clubes chamados
parceiros. E aqueles que não tinham esta ligação com a FPF, não
tinham como conseguir o favorecimento através desta, porque ela já
garantiu o favorecimento a determinado clube. Então eles partiam
para outra opção que era lidar diretamente com os árbitros. Existem
episódios concretos de que um árbitro vendeu favorecimento para os
dois clubes no mesmo jogo, recebeu dos dois. E como na partida
existem lances para os dois lados, ele tinha como se defender dos
clubes dizendo que ajudou um clube em um determinado lance e outro
em outro. A gente conseguiu comprovar isto. Existem determinadas
partidas, inclusive importantes, decisivas, que ele vendeu ajuda
para os dois times” - revelou ele.
Possíveis
punições
A investigação ainda está em curso, portanto, ainda não se pode
dizer quais conseqüências jurídicas ela trará. Porém, de acordo com
o delegado, o objetivo da operação é passar uma limpa no futebol
paraibano. Para isto, os responsáveis pelo esporte na Paraíba, sejam
dirigentes de clubes, da FPF ou os árbitros, podem vir a responder
tanto criminalmente, inclusive até com prisões, quanto
administrativamente, sofrendo sanções dos órgãos que regulam o
futebol no Brasil.
“O nosso objetivo é que desta vez a gente tenha a maior eficácia
possível. Que estas pessoas sejam, não só processadas, mas
condenadas na esfera criminal, sofram as repercussões também
administrativas. E aí me perguntaram quais são. É possível que elas
sofram conseqüências no Superior Tribunal de Justiça Desportiva e
junto à Confederação Brasileira de Futebol. A CBF pode, por exemplo,
afastar dirigentes. Quanto mais elementos tivermos mais chances vai
ter disto acontecer” - disse o delegado.
Ainda de acordo com Lucas, determinados fatores podem ser
comprovados até por quatro meios diferentes: as denúncias acolhidas
no início das investigações, algumas diligências sigilosas, os
documentos apreendidos no dia 9 de abril durante a primeira fase da
operação e os conteúdos presentes nos aparelhos telefônicos
apreendidos.
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Polícia fez busca e apreensões na
sede da Federação Paraibana de Futebol (Foto:
Divulgação) |
Ele disse ainda que novos fatos podem vir a ocorrer se alguns dos
suspeitos decidam fazer uma colaboração premiada. Segundo ele, até o
momento, ninguém colaborou para as investigações de forma oficial.
“As provas foram coletadas. É claro que é possível que a gente
avance se algum dos suspeitos quiser colaborar, mas até o presente
momento nenhum quis fazer colaboração premiada, porque eles não
sabem o que a gente tem”.
Sobre possíveis prisões, Lucas afirmou que elas podem vir a ocorrer,
desde que os possíveis alvos se enquadrem nas condições exigidas por
lei para que aconteça uma prisão cautelar.
Nota da redação:
Em 2006 a CBF deu as federações de forma política o poder sobre seus
quadros, com isso criou um mercado de troca e poder, assim as
federações com essas indicações, mantém o domínio sobre os árbitros.
Segundo informações, na Paraíba, essa organização criminosa, segundo
a policia, usava a promessa de vagas e até intermédio político com a
CBF para ter em troca os "serviços prestados".
Operação Gabarito na
Cartola
Segundo uma fonte de dentro da Policia Civil da Paraíba, a Delegacia
de Defraudações comandada pelo cearense Lucas Sá, que já havia
desbaratado uma quadrilha que fraudava concursos públicos na
Operação Gabarito, agora supostamente esta abrindo leque dentro da
Operação Cartola apurando outros possíveis crimes cometidos pelos
investigados.
Exclusivo
Essa fonte nos passou que a indícios que a mesma organização
criminosa teria fraudado prova teórica da CBF. Segundo ainda essa
testemunha, o esquema teria sido feito da seguinte forma: O
presidente da Comissão de Arbitragem da época, teria oferecido ao
instrutor físico e responsável por aplicar a prova, tirar cópia da
mesma no seu local de trabalho. Para ajudar, deixou a secretaria
auxiliando e a mesma já estaria orientada para salvar o documento
sem que o instrutor percebesse. Após a saída do mesmo para
aplicação, a prova teria sido repassada a árbitros do esquema que
fizeram a prova e repassaram as questões pros demais membros da
suposta quadrilha.
Se as informações forem comprovadas pela policia, será fato
gravíssimo! Vamos aguardar.
Com informações
PBAGORA