07/01/2015    23:00hs

: Novo chefe da arbitragem paraibana fala com o Apitonacional

Ex-árbitro indicado por Rosilene Gomes foi o escolhido por Amadeu Rodrigues, presidente da FPF que ainda vai indicar mais dois nomes, Miguel Félix e Severino Lemos são os favoritos

Como já era esperado, José Renato Albuquerque Soares, ex-árbitro do quadro da Federação Paraibana de Futebol e da CBF, foi empossado como novo presidente da comissão de arbitragem da Paraíba.

O anuncio foi feito por Amadeu Rodrigues, novo presidente da FPF, minutos antes da sua posse no primeiro dia deste ano.

Segundo informações vindas da Paraíba, José Renato foi indicado pela sua amiga pessoal e ex-presidente da FPF Rosilene Gomes, principal cabo eleitoral de Amadeu Rodrigues na disputa pela presidência da federação. Albuquerque substitui Miguel Felix, também indicado por Rosilene, desde 2011 no cargo e demitido assim como toda sua comissão.

Segundo Amadeu, as outras duas indicações para a Comissão de Arbitragem ainda estão sendo estudadas, mas o trabalho na arbitragem, visando à próxima temporada, já começou sob a batuta de José Renato.

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Questionado

A informação que José Renato seria o novo chefe do apito paraibano pegou boa parte da arbitragem daquele estado de surpresa. Segundo uma de nossas fontes em João Pessoa, eles temem pelo futuro da arbitragem, principalmente os árbitros do quadro da CBF.

José Renato faz parte de um grupo de árbitros da recente e triste história do futebol paraibano onde existe há anos varias denuncias e suspeitas de irregularidades, entre elas que alguns árbitros estariam sem atuar por supostamente estarem com problemas de documentação na corregedoria da CBF, lista que também estaria José Renato. Também há relatos de suspeitas de vendas de resultados, vendas de escalas e que os testes físicos seriam de fachada e sem transparência.

José Renato (quarto esquerda para direita) antes de partida pelo campeonato paraibano de 2014

Em uma das denuncias feita em 2008, o presidente do Sindicato dos Árbitros da Paraíba (Sinafep), Genildo Januário, afirmou ter sido ameaçado de morte. O motivo seria a denúncia que fez de árbitros que ganhariam dinheiro nos bastidores para manipular os resultados das partidas (Leia).

Tempo depois, em 2010, Aldeone Abrantes, presidente do Souza, fez serias acusações em um programa ao vivo da TV Litoral (Litoral Esportes), entre elas que árbitros ligavam para ele oferecendo vantagens em partidas que seu clube disputaria e ameaçavam caso o clube não aceitasse.

Veja o vídeo abaixo.

 

O que disse José Renato:

O Apitonacional procurou o novo chefe do apito paraibano que gentilmente respondeu nosso contato. Zé Renato, como também é conhecido, não deixou nenhuma pergunta sem respostas, rebateu as acusações e as criticas, mas evitou as polêmicas e sinalizou possível entendimento com Miguel Felix, seu ex-chefe no apito.

Veja abaixo o que ele disse.

Apitonacional: O senhor foi empossado na comissão de arbitragem da Paraíba recentemente. Como surgiu essa oportunidade?

José Renato: O convite foi feito pelo Presidente Amadeu Rodrigues, que me chamou para fazer parte da sua equipe de administração a frente a Federação Paraibana de Futebol e de pronto aceitei esse novo desafio.

Apito: Segundo uma fonte, o senhor foi indicado por Rosilene Gomes de quem seria amigo pessoal. Procede a informação e qual sua relação com Rosilene?

JR: Se a Dra. Rosilene me indicou fico muito feliz! Conheço a Dra. Rosilene desde 1996 quando me formei árbitro de futebol. Minha relação com a mesma é de muito respeito e admiração.

Apito: O senhor faz parte de um grupo de árbitros que nos últimos anos enfrenta a desconfiança e denuncias de órgãos de imprensa sobre possíveis vendas de resultados, compra de escalas entre outras. O que é verdade e o que é mito nisso tudo?

JR: Mito! Se você pegar as escalas dos últimos anos vai notar que sempre estive apitando os principais jogos do meu Estado. Na Paraíba nunca teve qualquer denuncia e nem comentários que envolva a conduta da minha vida pessoal.

Apito: Segundo matéria do site voz do apito, o senhor teria problemas com a corregedoria de arbitragem da CBF, motivo pelo qual teria sido pouco aproveitado nos jogos da entidade nacional. Poderia esclarecer essa informação?

JR: Nunca tive problema na corregedoria de arbitragem! Se você quiser comprovo em anexo.

Nota da redação: Solicitamos que enviasse o comprovante conforme prometido, mas até o fechamento da matéria o anexo não foi enviado.

Apito: Pessoalmente já sofreu algum tipo de tentativa de suborno?

JR: Não.

Apito: Como será sua relação daqui por diante com o SINAFEP (sindicato dos árbitros da Paraíba)?

JR: Fui apenas um colaborador quando atuava como árbitro e agora como gestor. Nessa ultima eleição dei meu apoio a reeleição ao Presidente Genildo Januário que sempre vai ter meu respeito e sempre estarei disponível para o bem da entidade.

Apito: Segundo informações sua indicação não é bem vista por metade do quadro de árbitros que temem represálias por conta de serem aliados de Miguel Felix (foto ao lado). Procede e como será sua relação com eles?

JR: Desconheço essas informações! Pois vou da continuidade ao trabalho que Miguel Felix vinha desenvolvendo a frente da comissão de arbitragem que era a renovação do quadro de árbitros da Paraíba.

Apito: Qual era e como será sua relação com o ex-presidente Miguel Felix?

JR: Muito boa. Miguel sempre foi meu amigo independente de arbitragem, tenho admiração, respeito e gratidão por ele ter confiado no meu trabalho como árbitro e pude colaborar na sua gestão a frente da comissão de arbitragem da Paraíba. Na qual ele pode ser um dos meus membros na comissão para dar continuidade ao projeto.

Apito: Genildo Januário sempre teve participação ativa na comissão de arbitragem nos tempos de Rosilene Gomes. Qual era e qual será sua relação com ele e com o sindicato na sua gestão?

JR: Vai ser sempre cordial, pois a comissão sempre vai dar o apoio para o bem da classe.

Apito: O quadro de árbitros da Paraíba esta velho, desacreditado e não sendo utilizado a nível nacional. Como mudar esse cenário e qual seus planos em cima disso?

JR: Não é isso que diz os dados da CBF! Hoje a Paraíba tem um dos quadros de arbitragem mais novos do Brasil. Tenho um projeto montado de busca de promissores para motivar os jovens árbitros do Estado.

 

Apito: Informações de bastidores dão conta que o senhor trabalhava na retifica que hoje é de sua propriedade, que teria ajudado a quebrar financeiramente o dono que era seu amigo e tomado pra si a propriedade. Segundo essas mesmas informações seu ex-amigo hoje vive pedindo ajuda para sobreviver. Sabemos que não é assunto de arbitragem, mas apenas como esclarecimentos, o que tem de verdade nisso?

JR: A empresa que tenho hoje não é a mesma que eu trabalhava antigamente, Trabalhei em outra empresa há mais de 25 anos e a mesma por problemas particulares estava em um momento difícil como qualquer empresa passa ou já passou. Depois decidi abrir meu próprio negocio, pois sempre acreditei nas realizações do meu sonho e graças a Deus ele me abençoou com essa grande realização. Hoje o meu ex-patrão continua sendo empresário e bem sucedido na vida.

Apito: Quem será os demais membros na sua comissão?

JR: Em breve você e todos saberão.

Nota da redação: o Apitonacional tem a informação que Miguel Felix será mantido na comissão desempenhando agora a função de membro técnico. Também tem a informação que Severino Lemos (foto) também fará parte da comissão ocupando mesmo cargo reservado a Miguel Felix.

Apito: Qual medidas já tomou e quais tomará em um futuro próximo?

JR: Já comecei na valorização da classe com o aumento das taxas e diárias para este campeonato paraibano de 2015. Depois vou implantar a divisão do quadro por categoria A, B e C para motivar a todos e saber da responsabilidade de representar cada categoria.

Apito: Quais foram as recomendações que recebeu de Amadeu Rodrigues?

JR: A de trabalhar para o bem da arbitragem Paraibana com muita responsabilidade e compromisso.

Conheça José Renato.

José Renato Albuquerque Soares tem 45 anos (03/10/1969), nasceu em João Pessoa-PB. Formou-se árbitro em 1996 e foi do quadro da CBF de 2009 a 2014. Mesmo sendo considerado tecnicamente como um dos melhores árbitros do estado, foi muito contestado pelos clubes. É suspeito de algumas irregularidades que teriam sido enviadas a corregedoria de arbitragem da CBF que teria supostamente brecado sua escala a nível nacional. Ele nega veemente a informação.

Nos últimos dois anos atuou em apenas nove partidas pela CBF sendo que apenas uma delas, Botafogo 0x0 Vitória – futebol feminino - atuou como árbitro central. As demais atuou de adicional ou de quarto árbitro.

Na ficha da CBF sua profissão é informada como agente de proteção, mas informações dão conta que é proprietário de uma retifica de motores.

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