A notar pelo
estado do gramado e das redes de onde foi disputada a partida, pode
se dizer que o árbitro estava com a aparência a rigor, pois naquele
local pode acontecer tudo, menos uma partida de futebol. O gramado
onde foi disputado a partida não serve nem para alimentar animais,
quanto mais para se jogar uma partida de futebol e ainda por cima,
oficial da FERJ, a segunda maior federação do país.
A FERJ deveria
usar o exemplo e também se auto punir por permitir uma partida oficial
num verdadeiro chiqueiro como aquele. E aqui nenhum desrespeito à
equipe mandante, dona do campo, que não é a culpada por mandar jogos
naquele local e sim a federação que permitiu.
Segundo informações de quem já
trabalhou neste campeonato os árbitros trabalhavam de graça, sem
receber qualquer tipo de pagamento ou ajuda. Em 2011 passou a ser
pago uma taxa de R$ 80,00 reais para o árbitro e a metade para cada
assistente, ocorre que desde então não houve reajustes e as taxas se
acumulam até o final da competição quando são pagas sem qualquer
reposição. Também segundo ainda informações de quem já esteve lá
atuando nas partidas, pelo local onde é disputado o campeonato, a
Comunidade da Vila Vintém, a FERJ por precaução, evita de escalar
árbitros militar.
O
regulamento geral
de arbitragem da FERJ (RGA) de 2006 não proíbe o uso da barba e caso
tenha sido este o motivo do afastamento e se tiver escrito em
algum regulamento ou coisa parecida que o árbitro não pode usar barba
era até admissível a punição, mas caso isso não exista o árbitro tem
que procurar seus direitos, ir já justiça, pois ajuda do sindicato não
terá tendo em vista que os dirigentes tanto da FERJ quanto do
sindicato dos árbitros (Saperj) são os mesmos!
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Foto reprodução
FERJ |
O
Apitonacional consultou um jurista
na área trabalhista sobre o assunto, segundo esse especialista, em
casos parecidos como esse se da o nome de 'estereotipo*' e ainda
segundo ele, apenas entre os militares não é permitido o uso de barba. Segundo
ainda a lei 12.867 de 10 de outubro
de 2013 que
regula a profissão de árbitro de futebol, é proibido a exigência de
pré-requisitos para
exercício da profissão.
A medida tomada
pela FERJ caso seja pelo motivo da barba que o árbitro usava no
momento do jogo, seria o mesmo que não permitir que
uma pessoa careca fosse arbitro de futebol. Indo mais além na punição,
nem mesmo nos
tempos mais obscuros alguém foi punido por tempo indeterminado sendo
que nossa constituição em se tratando de crimes só permite punições de
no máximo 30 anos. Como se trata de
relação de trabalho, nesse caso, primeiramente deveria haver um feed back formal
com advertência verbal e depois por escrita e com no máximo três dias de
trabalho de punição como afirma o especialista na aérea do trabalho.
Veja abaixo o comunicado da FERJ
com a punição ao árbitro e a escala completa da partida.
*
Estereótipo
são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou
características de outros. Significa impressão sólida, e pode ser
sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura etc.
Obs. O
Apitonacional tentou contato com o presidente da comissão
de arbitragem do RJ, mas o e-mail enviado retornou informando erro na
caixa postal do dirigente. Também tentamos mas não obtivemos o contato
do árbitro para que ele se pronunciasse sobre a punição.
Como sempre, o espaço esta
aberto para quem foi citado na matéria.
Apitonacional, compromisso só com a verdade! |